Capítulo 16 - Noite Turbulenta

2.5K 174 23
                                    

O caminho é silêncioso, e April se sente confortável com isso. Desejara saber como Bryan tinha o controle sobre coisas tão grandes, apesar de se sentir extremamente segura com ele. Mas ainda sim, não era a pessoa ao qual ela era apaixonada.
- Onde estamos indo? - Ela resolve quebrar o silêncio. Mas pergunta em um tom calmo e pacífico.
- Por enquanto a lugar algum. Você quer ir pra casa? - ele responde sem olhar para o lado, e tenta parecer tranquilo, mas ela o conhece demais para acreditar.
Ela sabia que não queria voltar pra casa. Ainda não havia jantado, sentia o estômago roncar, e não tinha nada que a fizesse não querer a compania de Bryan por mais um tempo. Sentia ele como um amigo, naquele momento, apesar de ser por fora o seu Anjo, ela só não conseguia enxergar assim.
- Nós podemos voltar pro Hotel, então? Ainda não tivemos nossa janta e você disse que tinha uma surpresa... se você não estiver muito cansado, claro.
- Não estou cansado. Podemos jantar e posso levar você embora quando quiser. Tudo bem? - pra ele parecia ser indiferente, e isso de certa forma a deixou triste. Eles com certeza não eram o mesmo casal do começo da noite.
Ela assentiu, e o viu pegar o caminho da Gratiot Avenue. A Mercedes-Benz de Bryan era um carro lindo, por dentro e por fora. Com comandos por todo o painel e super silêncioso, o carro parecia deslizar no chão. April achou estranho quando ele passou reto pela fachada do Hilton Garden, sem ao menos diminuir a velocidade, mas não disse nada. Talvez a ideia fosse dar umas voltas e espairecer antes de voltar. Ela também não teve medo, apenas seguiu reparando nos detalhes do carro, e ficou tensa ao ouvir:
- April, como você se sente? Sua saúde. Você está com dor ou enjoada? - A pergunta era simples e ele parecia querer uma resposta rápida e objetiva. Isso a deixou mais tensa ainda.
- Estou bem. O que houve? - Ela conhecia o tom da voz do seu anjo bem demais. Conhecia todas as suas variações e sabia que havia algo errado.
- Preciso que você fique calma e preste atenção. Você pode fazer isso? Não deixe seu nervosismo acelerar seus pensamentos, foque na minha voz. Nós estamos sendo seguidos desde o hospital. - April soltou a respiração que nem notou estar segurando, e começou a olhar para os lados inquieta. Sentiu seu coração acelerar e o corpo começou a ficar muito quente.

Assim que saiu do hospital, notou uma van azul marinho a uns 3 carros de distância. Durante o percurso conseguiu anotar a placa, consultar sem que Ap notasse, e descobrir que era falsa. Ótimo, agora estava sendo seguido com ela no carro. Ele precisava mostrar calma, e assustá-la agora era tudo o que ele não queria. Na breve conversa, entendeu que ela queria voltar a sua suíte, mas ainda estava distante, e Bryan queria descobrir quanto tempo aquilo ia durar.
Passou reto pelo hotel, e não a ouviu dizer nada. Pelo menos estava se sentindo segura. A van ainda o seguia, e ele não viu outra alternativa a não ser avisar. Mas conhecia sua BellaRed, e sem dúvidas ela teria uma crise de ansiedade. Iria precisar dirigir, despistar a van e acalmar a menina ao mesmo tempo... sorte que tudo isso ele conseguia fazer muito bem.
Antes de avisar se certificou de que ela estava bem, ele sabia que não tinha muito pouco tempo, então teria que pedir ajuda.
- Bella, eu estou aqui. - Ele a viu receber a notícia e entrar em um choque instantâneo. Colocou a mão na sua perna e começou a dizer o que precisava ser feito enquanto dirigia. - Preciso que você não se movimente muito no banco. Não quero que vejam que sabemos que estamos sendo seguidos. Coloque uma das mãos no painel, e a outra segure com força no banco. O carro é a prova de balas e é resistente contra impactos. - ela não parecia estar ali. Ele parou normalmente na sinaleira, e com a mão direita puxou o queixo de April em sua direção. Assim que ela fixou os olhos nos dele, sua pupila dilatou e ela piscou um pouco. Sua respiração estava acelerada e ela havia começado a suar, mas estava fazendo um esforço notável pra permanecer calma. Ele sabia o quanto uma crise dela poderia ser feia.
- Meu bem? Ninguém vai fazer mal a você. Ninguém vai tocar em você. Vou estar com você o tempo todo e você não precisa ter medo. Certo? - ele pegou uma de suas mãos e beijou, sem quebrar o contato com o olhar dela.
- Certo. - Foi o que ela conseguiu dizer em resposta, ficando na posição que ele pediu no banco do carona.
- Prepare-se, nós vamos despistar esse desgraçado.
Ele sentia raiva por fazer April passar por isso na sua primeira noite, e não ia sossegar enquanto não descobrisse quem era.

Maldita ObsessãoWhere stories live. Discover now