CAPÍTULO 3

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🌻

"Estimada senhorita Manuella Harris Price.

Temos o prazer de parabeniza-la por ser uma das ganhadoras das bolsas de estudos da nossa instituição. Devido às suas excelentes notas no nosso exame de admissão, a senhorita está recebendo uma bolsa de estudos completa e sem qualquer custo, para realizar o curso de seu interesse em nossa prezada universidade.
No seu e-mail foi enviado todas as informações necessárias do que a senhorita deve fazer de agora em diante. Gostaríamos de parabeniza-la mais uma vez pelo seu ótimo desempenho, e esperamos encontra-la em breve.

Atenciosamente: À direção, NYU."

Larguei a carta na minha cama, em choque.

Eu fui aceita?

Cobri a boca com a mão para abafar um soluço, ou talvez um grito, ou uma risada. Eu já não sabia mais o que estava acontecendo comigo.

Aceita. Eu-fui-aceita.

Peguei a carta novamente com as mãos trêmulas e as lágrimas me impedindo de ler o que estava escrito. Eu queria apenas sentir a presença do papel em minhas mãos para ter a certeza de que não era um sonho.

Eu iria para a faculdade, iria estudar, me formar. Possivelmente arrumar um emprego melhor.

Chorei. As lágrimas que caíam de pura felicidade. Depois de tanto esforço, de tantas noites em claro. Eu tinha conseguido.

Levei as mãos ao rosto para enxugar as lágrimas, sentia meus olhos ardendo e provavelmente meu nariz estava vermelho.

"Lella", meu irmão abriu a porta do quarto mas parou ao me ver, "você tá chorando?", eu neguei sorrindo.

"Não foi nada meu amor", ele correu e sentou no meu colo, abraçando meu pescoço.

"Não chora Lella, eu fico triste", eu ri e me joguei na cama com ele, o apertando.

"São lágrimas de alegria, maninho, Lella conseguiu uma coisa que queria muito"

"O que?", eu analisei seus olhinhos curiosos e brilhantes, idênticos aos meus.

"Lembra que eu estava estudando muito?", ele assentiu repetidamente, "era para uma prova, e eu passei nela", ele apertou minha bochechas com suas mãozinhas.

"Mas você já é inteligente de um montão Lella"

"Não existe limites para o conhecimento, maninho", ele me olhou sem entender bem e eu ri, "vamos se arrumar que eu preciso ir trabalhar", dei um beijo estalado em sua testa e levantei da cama, o puxando comigo.

[...]

"Millaaa", cantarolei.

"Oi?", ela olhou para o celular que eu estendia, "o que?", eu ri de sua lerdeza.

"Olha a foto", desconfiada, ela pegou o celular e deu zoom para ler o que tinha na foto. No caso, o texto da carta que eu tinha recebido horas atrás.

Ela olhou do celular para mim repetidas vezes antes de dar um gritinho e me abraçar.

"Ei, sua doida, calma", ri, "não chama atenção"

Todos Os Clichês PossíveisWhere stories live. Discover now