CAPÍTULO 10

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🌻

O lado de dentro da casa estava um caos. Era tantas pessoas juntas que eu não fazia ideia de como elas conseguiam andar de um lado para o outro sem se bater.

A música estava alta e o povo precisava gritar perto do ouvido para falarem algo. Algumas pessoas dançavam, umas de maneira menos...chamativa, que outras.

"Então é isso que é uma festa?", gritei para minhas amigas.

Não achei muito interessante não, certeza que ficar em casa lendo um romance seria mais proveitoso.

"Relaxa e se diverte", Milla gritou de volta.

"Eu quero algo para beber, vamos?", Zoe gritou também e assentimos a seguindo.

Começamos a andar por ai tentando não nos esbarrar nas pessoas, o que era impossível.

Encontramos uma cozinha cheia de caixas térmicas na mesa e frizers, Zoe pegou três garrafinhas de Ice Sminorff e nos entregou.

Quando criança, em um aniversário, eu tinha confundido um copo de cerveja com meu copo de guaraná. E tinha detestado aquela bebida.

"Obrigada, mas eu não gosto muito de beber", respondi.

"Experimenta só essa amiga, tem gosto de limão", ela disse abrindo a sua, "mas não é para bebermos muito, ouvi dizer que o álcool é muito forte para apenas algumas garrafas  nos deixar ver tudo girando, melhor não arriscar", explicou.

Resolvi experimentar, se estava aqui era para ousar coisas novas, não era?

Abri a garrafinha e tomei um gole diretamente dela mesmo. E nossa, era realmente muito bom.

"Nossa, eu nem sinto o sabor do álcool direito", falei surpresa e tomei outro gole.

"É exatamente ai que está o perigo", Milla disse, "a pessoa vai bebendo sem se preocupar, e quando menos percebe já se embebedou"

Olhei para a garrafinha na minha mão, ela parecia tão inofensiva, como um suco de limão. Era melhor tomar apenas aquela, então.

A cozinha começou a encher e resolvemos andar pela casa. Todos os cômodos estavam ocupados, e eu tentava ao máximo evitar ficar encarando algumas pessoas que se agarravam por aí.

Acho que tinha apenas uns vinte minutos desde que cheguei e já vi de tudo. Pessoas bêbadas fazendo o que fazem de melhor quando estão bêbadas: passar vergonha. Adolescentes se agarrando sem nenhum pudor. Outros usando coisas que eu preferia ficar sem saber o que era.

Eu estava apenas com um copo de refrigerante na mão, mas ainda assim as meninas me alertaram a ficar de olho nele e não apoia-lo em qualquer lugar. A última coisa que eu queria era ser drogada.

A música estava tão alta que meu maior medo era da polícia aparecer ali para acabar com tudo por poluição sonora.

Algumas meninas, e meninos também, subiam nos móveis e dançavam enquanto arrancavam as peças de roupa. Daqui a pouco só faltava acontecer alguma briga, e eu nem estava aqui à muito tempo.

Fui puxada de um lado ao outro pelas meninas, elas tentavam socializar com as pessoas e eu estava até que gostando da noite, apesar de saber que não lembraria nem metade dos nomes de quem conheçi.

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