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Morando na Califórnia com minha avó, tínhamos um vizinho chamado Andrew

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Morando na Califórnia com minha avó, tínhamos um vizinho chamado Andrew. Era um homem que beirava os sessenta anos. Viúvo, sem filhos. Ele e vovó eram bons amigos – passavam as tardes no jardim, a conversarem.

Assim que completei dezessete anos, Andrew fez questão de me ensinar algumas dicas básicas de como se comportar diante do volante. 

Ter meu carro próprio nunca foi um sonho. Por isso, não busquei por uma aula de direção. As regrinhas que aprendi com Andrew eram as únicas que conhecia. 

Enviei uma mensagem para Sabina avisando-a que voltaria para casa mais cedo. Noah e eu saímos pelos fundos do bar, depois dele pedir para que um dos sócios fechasse o estabelecimento, de madrugada.

O abracei pela cintura, auxiliando-o até alcançarmos seu carro. A cada passo, ele soltava um gemido. Conseguia andar perfeitamente, mas não desgrudava a mão da barriga.  Estiquei a mão, esperando que me entregasse a chave do automóvel. 

— Espera aí. Desde quando você sabe dirigir? 

— Sei o necessário para voltarmos ao apartamento. 

— Ótimo. Deixe-me ver sua carteira. — revirei os olhos, cruzando os braços. Obviamente, eu não tinha uma. — Foi o que pensei. — com dificuldade, distanciou-se de mim para caminhar até o lado do motorista. O segui, irritada. 

— Não vai dirigir, Noah. Você está machucado! 

— Foda-se, Sina. É noite de sexta-feira. Têm policiais por toda a cidade. Já estou completamente fodido, a última coisa que preciso é ir para a cadeia. 

O caminho do bar até o prédio seria silencioso, se não fossem por minhas reclamações contínuas. Noah segurava firmemente o volante com uma de suas mãos, enquanto a outra pressionava a região do estômago.

Implorei para que me deixasse ajudá-lo de alguma forma, mas ele relutou até o último segundo. Apenas quando finalmente estacionou o veículo em sua vaga, pude respirar aliviada. 

Nunca o soltando, subimos de elevador até a cobertura. O garoto retirou as chaves do bolso da calça jeans, liberando nossa entrada. Depois de trancar a porta, o segui até o sofá. Noah xingou ao dobrar o corpo para se sentar. 

— Seria bom se tomasse um banho. — ele me encarou emburrado, como uma criancinha que se recusa a se lavar. — Tem sangue seco no seu rosto, Noah. 

— Ok. Vamos subir. 

Circulei o braço ao seu redor para ajudá-lo a se levantar. Lentamente, escalamos degrau por degrau até alcançar o andar de cima. Levei Noah ao seu quarto. Chegando ao banheiro da suíte, ele sentou-se sobre a tampa da privada, soltando um grunhido. Me machucava imaginar o quão dolorido aqueles ferimentos estavam. 

— Posso te trazer alguma coisa? Água, talvez. 

— Só preciso tomar esse maldito banho e me livrar dessas roupas pesadas. — ele se levantou, lentamente retirando as peças que usava. Engoli em seco quando arrastou a cueca preta pelas pernas. Desviei o olhar, tentando não focar em seu membro. — Sabe, ainda preciso da sua ajuda. 

HANDS TO MYSELF - Noart Where stories live. Discover now