tanto eu quanto minhas sombras

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Pov Gwyn

Gwyn:  é lindo aqui.

E era mesmo, a casa inteira era linda e muito bem decorada.
Mas eu estava mais concentrada no quarto.
No nosso quarto.
Todo decorado em tons de azul claro, branco e azul escuro.

Azriel: Feyre vai ficar feliz de saber que você gostou.

Gwyn: Emerie está radiante, ela nunca ficou cercada por tanto luxo. Fiquei surpresa quando aceitou ficar aqui até a festa.

Azriel estava pronto pra me responder quando a porta do quarto foi escancarada por Cassian.

Cassian: treino senhorita, agora.

Azriel: como é?

Uma cabeça surgiu atrás do guerreiro, Emerie tinha um olhar excitado no rosto e um sorriso enorme.

Emerie: Cassian acabou de descobrir uma nova formação pras Valquírias, levando em consideração seus novos poderes Gwyn.

Outra cabeça surgiu, do outro lado do enorme guerreiro.

Nestha: eu tentei dizer a ele que vocês ia querer batizar o quarto primeiro, mas Cassian não quis me ouvir.

Corando violentamente, eu agarrei uma almofada em cima da cama, passei por Cassian tirando - o do caminho e comecei a perseguir Nes.

Gwyn: você tem uma boca imunda Nestha!

Nestha empurrou Emerie escada abaixo, e então para fora de casa.
Eu parei nos últimos degrais observando a cena, sorrindo para minhas amigas.
Demorei um minuto pra registrar que estava a porta da cozinha.
E mais um minuto pra reconhecer quem estava a mesa, sovando uma massa de pão.
Como se nosso o nosso encontro tivesse sido anunciado, senti a presença de Cassian e Azriel logo atrás de mim.
A fêmea não me olhou de volta.
A tempestade que se formou em minha cabeça, o rosnado que teimava em escapar da minha garganta, as minhas mãos que tataeavam a parede em busca de alguma coisa pra rasgar, foram silenciadas pela mão de Az no meu ombro.
Olhei pra cima, e encontrei um sorriso doce me esperando.
Esperando a mim, apenas a mim.
A compreensão disso me acalmou, ganhei um beijo no alto da cabeça e segui a adiante com Cassian que me flanqueava decidido, atento a qualquer movimento.
Quando chegamos ao ringue eu fiquei me perguntando se Nes e Emerie suportariam aquelas emoções.
Se eu poderia contar com elas pra extravasar tudo aquilo como os illyrianos a nossa volta faziam.
E quando olhei pra elas, ganhei um aceno em confirmação, como se soubessem o que eu estava pensando.
Tudo bem então.
Obrigada, garotas.

Horas depois eu subia a escada de volta ao quarto suada, dolorida e sangrando.
A primeira metade do treino Cassian deixou que a gente extravasasse, uma luta corpo a corpo feita especialmente pra nos reconequitarmos.
Nes e Emerie aguentaram os meus sentimentos.
Tudo o que joguei pra elas em socos, chutes, rasteiras e murros.
E eu aguentei os delas.
Nestha estava doida pra chutar a minha cara por ter sumido sem avisar, e eu deixei que ela fizesse isso.
Sete vezes.
Emerie precisou me socar algumas vezes pra conseguir se livrar da preocupação que tinha sentido.
Entre muitas outras coisas.
Quando acabamos, Nes sorria pra mim através de um lábio cortado. Emerie tinha um sorriso de triunfo manchado pelo seu nariz que vertia sangue. E eu segurava um corte fundo na bochecha mas não conseguia parar de rir.
Que saudade que eu estava delas.
Cassian parecia muito satisfeito, e depois começou a nos explicar a nova formação.
Era muito complicado e cheio de detalhes, então aprendemos só superfialmente hoje.
Abri a porta do quarto, e encontrei meu parceiro preguiçosamente jogado na cama.

Azriel: alguém levou uma surra.

Gwyn: você tinha que ver o outro cara. - falei fazendo graça, e deu certo porque ele riu - você vai sofrer quando voltar ao trabalho, levou muito a sério essa coisa de ser um inútil.

O olhar dele se tornou sombrio, mesmo que o brilho da diversão ainda estivesse ali.

Azriel: parece que alguém duvida das minhas capacidades.

Gwyn: longe de mim - alfinetei.

Me aproximei da cama pegando o livro que ele estava lendo.
Lembrando imediatamente de uma certa cena, em uma certo barco, com certas mãos fantasmas que podiam ser facilmente adaptadas aqui...
Meu cheiro deve ter mudado.
Ou deve ter sido o meu olhar.
Porque Az se levantou e arrancou o livro o das minhas mãos.

Azriel: não.

Pisquei.

Gwyn: mas porque não?

Azriel: não quero mais nada tocando em você.

Gwyn: ah para. - não consegui me segurar, acabei revirando os olhos, o que só deixou ele com mais raiva - elas já encostam em mim sabe, todas as vezes.

Azriel: é diferente.

Gwyn: você ta sendo um alfa babaca.  - coloquei as mãos na cintura.

Az fechou os olhos,  as sombrancelhas se agitando.
Tomou algumas respirações e depois caminhou até mim.

Azriel: desculpe, é a baboseira feérica territorial falando - ganhei um beijo no pescoço - não sou esse idiota, você sabe - um beijo próximo ao meu ouvido - se você quer tentar, sou seu humilde servo - uma mordida no lóbulo da minha orelha - e tanto eu quanto minhas sombras estamos prontos para adora - lá.

Incapaz de me segurar por mais um segundo se quer empurrei Az contra a parede.
Tomando um segundo pra permitir aquela luz prateada a curar o meu corpo antes de me jogar em cima dele.
Ele me pegou, me segurando no alto, me empurrando contra a superfície dura.
Uma sombra se agarrou ao meu pescoço, me forçando a expor a pele a ele. Que mordeu sem dó.
Gemi.
Odiando aquelas roupas no meu caminho comecei a tarefa de arranca - las. Az ajudou.
Pouco tempo depois ele caminhava comigo no colo em direção a banheira.
Fui colocada de costas na água, feixes de sombras me prenderam as bordas da banheira que se encheu magicamente.
Elas me forçaram a posição que ele queria.
Uma delas,  agarrada ao meu pescoço me forçava a olhar pra cima.
Outra, segurava o rosto, me obrigando a olhar pra trás.
Uma terceira, tirava o meu cabelo do caminho.
Pra que eu pudesse olhar pra ele
Pra que eu não perdesse nada
Nenhum de seus poderosos movimentos e investidas contra mim
A forma como me segurava com tanta possessividade
Os seus olhos brilhando, delirantes com o prazer.
As sombras me mantiveram de pé depois que o terceiro clímax ameaçou me fazer cair, sem forças.
E graças ao Caldeirão por isso, porque o quarto clímax que Az e eu dividimos inrompeu com tanta força que da janela pudemos ver, a água do Rio Sidra se levantar como uma onda no oceano, e então, como em ressonância ao meu grito cair de volta no leito do rio.
Me lembro de pouco depois disso, a exaustão me atingiu em cheio.
Mas sei que Az me deu um banho rápido e me levou pra cama, sem se preocupar em me vestir.

Corte de Sombras e Sons (concluída)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora