Capitulo 59 - para sempre três.

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Noah Urrea

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Noah Urrea

Eu mal consegui fechar os olhos noite passada.

Ando tão ansioso ultimamente e por vários motivos, que dormir se tornou quase um luxo. Hoje é o dia do coquetel de abertura da exposição de estreia do Bailey como curador e também a minha como fotógrafo convidado.

Minha primeira exposição.

No entanto, o que realmente está deixando os meus nervos à flor da pele é que, essa noite, talvez possamos rever Any Gabrielly depois de tanto tempo. Faz mais de um mês desde a última vez e não há um dia em que o arrependimento não seja um companheiro constante por termos terminado com ela, e tê-la feito chorar daquela maneira.

Deus, só de lembrar a expressão ferida e magoada em seu lindo rosto, assim como a tristeza refletida em seus encantadores olhos castanhos, eu que quero chorar.

Nada está sendo fácil após a nossa separação e não digo somente por mim, pois, Josh também anda cabisbaixo e mergulhou no trabalho da mesma forma que eu para não pensar na dolorosa falta que Any faz em nossas vidas. Estamos tentando a todo o custo seguir em frente do jeito que podemos, ao menos até que essa situação toda se resolva. Mas, como eu disse, não está nem um pouco fácil lidar com esse vazio.

O humor de Josh oscila entre a impaciência e a mágoa, enquanto o meu não está muito diferente, embora eu tente (miseravelmente) disfarçar a maior parte do tempo. E as lágrimas, bom, era algo que compartilhávamos sempre que a saudade se fazia muito grande.

Mais do que sua presença em cada pedaço do nosso apartamento, alguns de seus pertences continuam aqui, recordando-nos minuto após minuto o quanto éramos felizes ao lado da nossa maluquinha de cabelos coloridos e sorriso doce. A escova de dentes, os frascos de perfume, um de seus cadernos de rascunhos e as peças de roupas que estão emboladas juntamente com as nossas dentro do armário. São coisas simples e que parecem tão insignificantes, mas que representam o enorme buraco que se formou em nossos peitos desde o dia em que, apesar de contrariados e arrasados, decidimos abrir mão para que ela pudesse ser novamente feliz com aquele que a vida lhe arrancou. Tal como também representa a frágil esperança que mantemos de que ainda exista uma chance para nós, já que Any ainda não veio pegá-los de volta.

Houve momentos em que usamos algumas de suas peças de roupas para nos masturbar, quando o desejo era grande demais para que fossemos capazes de ignorar. Ou simplesmente deixávamos um de seus suéteres em cima da cama para fingir a proximidade que tanto precisávamos e não tínhamos mais.

Era como uma tortura.

Várias e várias vezes tivemos vontade de ligar ou espontaneamente aparecer diante de sua porta, nem que fosse apenas para vê-la de perto sem dizer uma única palavra – ainda que, sinceramente, quiséssemos mesmo desfazer toda essa merda e tê-la em nossos braços. Mas covardemente não o fizemos. Preferimos esperar como idiotas.

À TRÊS ᵇᵉᵃᵘʳʳᵉᵃⁿʸWhere stories live. Discover now