Capitulo 12 - Poliana

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Joshua

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Joshua


Os minutos que antecedem a entrada no palco sempre me deixam agitado. Não importa quantas vezes eu tenha me apresentado na vida, continuo sentindo um embrulho na boca do estômago, assim como vontade de sair correndo.

Embora minha postura seja confiante a maior parte do tempo, sou o extremo oposto quando se trata de apresentações e a excelência do meu trabalho.

Independentemente das fugas com Vince para farrear, sou altamente focado em sua dança. Sou o primeiro a chegar e o último a sair do estúdio, passando horas a fio ensaiando e ensaiando, buscando superar a mínima falha que seja. Teve ocasiões em que cheguei a desmaiar de tanto cansaço.

Buscar a perfeição era é que eu constantemente faço, o que, por várias vezes, me deixou frustrado comigo mesmo. E apesar de estar policiando essa mania desagradável, não é raro um dos meus colegas advertir que estou exagerando.

kyle é um deles.

— Eli, relaxa. – diz o ruivo - Vai dar tudo certo. Apenas não se cobre demais.

Fácil dizer, não é ele que está uma pilha de nervos. Eu praticamente repassei o espetáculo inteiro no backstage e agora não paro quieto num canto. Saco!

— O Josh está com aquela cor verde no rosto de novo. – um dos bailarinos comenta, observando-me balançar para cima e para baixo na ponta dos pés.

— Só espero que ele não vomite como da última vez. – outro fala.

Qual é? Por acaso algum de vocês limpa o meu vômito, caramba?

— Deixem-no em paz. – censura Willdabeast– Todos nós sabemos que ele fica assim antes de entrar em cena. Não é nada demais. Quando estiverem lá em cima, vai passar como em todas as outras vezes.

Os bailarinos concordam. Valeu! Logo em seguida, ele orienta:

— Vão para as suas posições. Somos os próximos. A meia hora de diferença de um espetáculo para o outro está prestes a acabar.

Fazemos mais alguns alongamentos, até alguém da produção gritar:

— Cinco minutos!

kyle dá risada. Provavelmente passei do estágio verde para o branco – de palidez mesmo. Meu amigo oferece um gole de água, que bebo mesmo a contragosto. Estava precisando.

Confiro o figurino pela última vez e coloco-me na posição ao lado do palco. Apesar das cortinas abaixadas, posso ouvir as vozes do público. A casa está cheia. Eu sei que a sensação sumirá no segundo em que eu pise no palco, mas sou incapaz de controlar o nervosismo que me aborrece no momento.

Alguém tem que me ajudar a superar o medo do palco.

Puxando uma lufada de ar, caminho até o ponto central e espero o sinal da produção. As pesadas cortinas vermelhas logo sobem. A luz do holofote acende. Encontro-me no meio do palco, todos os olhares atentos sobre mim.

À TRÊS ᵇᵉᵃᵘʳʳᵉᵃⁿʸWhere stories live. Discover now