3 - Cobra Kai nunca morre.

603 53 28
                                    


•

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.


Meu coração despedaçou.

Queria chorar todas as minhas dores.

Minha bicicleta amarela rodou as ruas da cidade no sol escaldante das doze horas da tarde, não havia ninguém que pudesse me tirar daquela miséria.

Larguei-a assim mesmo no jardim e corri varanda à dentro de casa, com lágrimas pingando nos olhos e orgulho ferido. Senti que podia odiar e tanto quanto odiar, matar.

Eu poderia matar Olivia.

Eu poderia matar Johnny Lawrence.

Permaneci assim o dia todo, não fui incomodada pela minha mãe no trabalho e meu irmão mais novo não se importava com o meu mau humor. Ele só ficava lá, sentado, olhando para a parede vazia e sem estampas atrás da televisão.

— Ei, Jason — às vezes eu digo — Não quer sair e brincar com as outras crianças? — e ele só nega, inexpressivo.

Às vezes penso no fardo que carrega a minha mãe em ter dois filhos esquisitos e anti sociais como nós, me pergunto se puxamos isso do nosso pai, mas ele também era um cara muito legal para ser comparado conosco.

Estava deitada no sofá, minhas pernas cobertas pela meia calça, cruzadas uma sobre a outra, sem sapatos, de braços cruzados assistindo os Goonies. Estava tudo bem até anunciarem The Outsiders, filme lançado ano passado.

Quer dizer, ele sempre surgia na minha cabeça. Aquele cabelo loiro repulsivo de sorriso cínico. Quem ele pensa que é para chamar-me de Ponyboy? Tudo bem que Ponyboy é sensível e inteligente, mas é um estereótipo.

Urgh, eu acho que penso demais sobre isso. Me repudia ter que visualizar aquele rosto cretino. Pobre Daniel, ao menos os malditos tiveram o bom senso de não avançarem em mim. E o que eu estava pensando, avançando no Lawrence daquele modo?

O telefone fixo tocou no corredor e demorei cerca de dez segundos para chegar até ele. Não corri, me arrastei com os pés descalços.

— Você sabia que comparando grama a grama, as teias de aranha são cinco vezes mais fortes do que o aço? — Jason possuía uma aranha caminhando sobre suas mãos e sua postura era muito séria.

— Não deixe isso andar em você! — Briguei imediatamente ao ver a cena, e ouvi Daniel LaRusso do outro lado da linha.

— Ei, como vai? Eu encontrei um lugar onde podemos aprender karatê! — Minha expressão mudou, meu lábios já estavam apertados sem mesmo notar. Daniel me deu o endereço de algo chamado Cobra Kai e começou a se despedir. Seu humor mudou drasticamente desde a última perseguição mais cedo e senti estima por ter-se recordado de mim. — Eu tenho que ir... Estou almoçando com a minha mãe em uma lanchonete em frente ao lugar, estou indo lá agora.

𝙄𝙣 𝙍𝙚𝙘𝙤𝙫𝙚𝙧𝙮 | Johnny LawrenceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora