2. now we have a deal

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— Taeyong, por deus, que piada mais sem graça é essa? — perguntei rindo de nervoso, mas o seu sorriso de canto parecia debochar de mim, o que me deixou levemente irritado. — Você tá me deixando confuso!

Ele soprou uma risada ainda com aqueles braços cruzados e eu já vinha ficando sem paciência. Se ele tinha reservado aquele dia para tirar uma com a minha cara, estava conseguindo.

— Eu não sou o Taeyong, sou o Taehyung. Eu sou irmão gêmeo dele, morava no Japão e consegui uma bolsa aqui pra estudar arquitetura, hoje é o meu primeiro dia — disse achando aquela situação um máximo. — Sinceramente eu achei maravilhosa essa recepção toda, mas acho que agora uma confusão começou aqui.

Cerrei os olhos, não era possível que ele realmente estivesse disposto a ir fundo e me fazer de palhaço. Taeyong nunca foi desse tipo de pessoa, arrisco dizer que ele não era muito amigo do humor, então esperar uma atitude dessas dele era algo que eu realmente não fazia.

— Ah é? Se você não é o Taeyong, então por que veio até aqui comigo e me beijou, hein? Para de palhaçada!

Ele riu alto, descruzou os braços e tocou meu cabelo. A cara de cafajeste estava ainda mais evidente, principalmente aquele sorrisinho de lado, só que eu não estava entendendo mais nada, sinceramente para mim, Taeyong tinha estragado todo o clima e a gente estava perdendo o precioso tempo que tinha, pois aquela sala não ficaria vazia para sempre.

— Bom, primeiramente porque eu vi você olhando pra mim daquele jeito e você é muito bonito, apesar de eu nem saber seu nome. Segundo que, não é todo dia que você chega num lugar novo e já tem um cara tão gato assim flertando contigo e eu não sou de perder oportunidades assim não. Caiu na rede é peixe — respondeu dando uma piscadinha. — Ah e se você ainda não acredita que eu não sou o Taeyong, eu te provo agora.

Eu nem percebi que ele tinha jogado sua mochila no chão perto da minha, mas ele caminhou até ela e abriu enquanto eu ainda estava observando sem sequer acreditar naquela situação. Já era muito complicado nos envolver nas escondidas em salas vazias e locais proibidos, mas ter que aguentar essa encenação toda da parte de Taeyong, que nem era do feitio dele, já estava sendo muito estressante.

Ele pegou algo que, mesmo no escuro da sala, identifiquei sendo uma carteira, retirou alguma coisa dali e depois veio até mim mostrando o que parecia ser uma carteira de identidade.

— Dá isso aqui — peguei da mão dele já irritado e finalmente fui ver até onde aquela palhaçada chegaria.

"Kim Taehyung"
"Daegu — Coreia do Sul"
"Data de Nascimento: 30/12/1995"

"Filiação: Kim Jaein (pai)
Kim Dahye (mãe)"

"Ok, Seokjin... respira fundo, não surta." ecoou em minha mente enquanto meus olhos passavam por aquelas informações. Indispensável dizer que eu examinei o documento inteiro, cada milímetro dele para ver se não era uma falsificação, mas depois me toquei que ele era maior de idade, então não tinha motivo algum nessa terra para fazer um documento falso.

Na foto na frente da identidade ele parecia estar bem mais novo, mas os cabelos estavam escuros exatamente iguais aos de Taeyong, mas o nome Kim Taehyung na assinatura praticamente gritava para mim.

Meu coração acelerou de uma forma ridícula enquanto a ficha caía. Taeyong nunca mencionava nada sobre sua família, tudo que eu sabia era que o pai era separado da mãe, que morava em outro país. Ele nunca disse que tinha um gêmeo, nunca disse que esse mesmo cara iria estudar na nossa universidade. Ele nunca disse nada.

Double Trouble  | TAEJINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora