3. say it again

409 77 192
                                    


Não falar com Taehyung, não deixar Taehyung chegar perto... de fato, parecia um aviso muito claro, principalmente pelo tom de voz de Taeyong. Eu havia anotado aquelas advertências mentalmente com muito cuidado e atenção. Se ele estava me afirmando tudo isso, verdade tinha em algum ponto dessa história.

Além do mais, eu conhecia Taeyong, ele não tinha motivos para mentir para mim. Confiava nele, ao contrário de seu gêmeo, que já vinha com ameaças para mim, me intimidando naquela situação.

Depois do meu encontro diurno com Taeyong, ele seguiu para casa e eu, enfim, fui para o alojamento. Estava pensativo sobre tudo isso, sobre as coisas que Hoseok havia falado, sobre como aqueles dois tentavam fazer a caveira um do outro constantemente e se odiavam. Quer dizer, eu entendia que relações fraternais podiam ser bem fracas às vezes e alguns irmãos não conseguiam conviver — por exemplo, minha irmã e eu —, mas odiar... era bem forte.

Minha irmã mais velha já não morava com nossos pais nem mesmo quando eu decidi sair de Gwacheon para estudar em Busan, mas mesmo assim, mesmo que nosso contato fosse bastante limitado só às visitas de feriados que ela fazia, eu jamais poderia odiá-la. Não imaginava um motivo tão absurdo para que isso acontecesse e, para ser sincero, aquilo me deixava bastante assustado. Eu já vinha estando às escuras sobre a vida de Taeyong há muito tempo, não saber mais sobre isso também era muito ruim e me deixava doido.

Quando, por fim, cheguei ao meu quarto, abri a porta extremamente cansado e me arrastei para o interior, apenas jogando minha mochila num canto e caindo na cama. Além de toda a rotina de estudante, ainda estava lidando com essas coisas malucas e minha mente estava até bem pesada, só precisava descansar.

Já era noite e graças à minha perspicácia, eu sempre tive uma política de nunca pegar aulas às sextas, Hoseok também. Então no dia seguinte eu podia dormir tranquilamente, sem me preocupar em acordar cedo ou ter que andar pelo campus — e correr o risco de encontrar o gêmeo malvado por aí. Além do mais, no sábado a festa de Park Jimin seria uma bela maneira de relaxamento para me desprender um pouco dessas coisas doidas que vinham acontecendo.

Me permiti tirar um cochilo de quase três horas, o que não era exatamente o planejado, uma vez que meu cesto de roupa estava lotado e eu ainda precisava descer até a lavanderia do alojamento para dar conta disso — ou do contrário eu iria para a aula pelado na semana seguinte. Acordei tão grogue de um misto de sono e cansaço que cambaleei por todo o meu quarto, que por acaso estava só a penumbra. Além de tudo eu ainda estava com fome, ou seja, meu estado de espírito não era dos melhores, mas eu daria jeito disso.

Antes de descer com as roupas sujas, tratei de pegar a metade de um sanduíche no frigobar que eu tinha no quarto, coloquei roupas confortáveis e com o cesto em uma das mãos e o sanduíche na outra, finalmente fui cumprir aquela tarefa horrenda e que eu odiava.

O relógio já marcava quase 23h, o alojamento estava vazio nos corredores e um silêncio quase pacífico se fazia por onde eu passava, só meus pés se arrastando preenchiam o ambiente. Aquela era a melhor hora para se usar a lavanderia, na verdade, pois ninguém em sã consciência vai lavar roupa tão tarde, o que significava um ambiente vazio e sem disputa das secadoras.

Passei pela garagem do alojamento e finalmente cheguei até meu destino, empurrando a porta com o corpo. Como o esperado, lugar vazio. Terminei de comer meu sanduíche e então fui começar a tarefa mais irritante. Separei as roupas brancas das coloridas e então joguei as brancas primeiro na máquina. Eu tinha que esperar até tudo estar lavado e seco para voltar, então enquanto a máquina girava e fazia toda aquela orquestra de higienização, aproveitei para futricar as redes sociais no celular.

Double Trouble  | TAEJINWhere stories live. Discover now