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In today's episode: boy meets evil


Deuses do submundo, eu ofereço meu sangue e minha devoção em troca de vingança.

A lâmina da adaga fez um corte transversal na palma da mão esquerda, que seguia erguida para cima, então os dedos fecharam-se e o sangue escorreu até alcançar o solo amaldiçoado.

— Repita depois de mim: eu sou filho da escuridão, uma criação do mal — uma voz grossa propagou-se pelo local.

— Eu sou filho da escuridão, uma criação do mal — repetiu sem vacilar, mantendo o olhar fixo sobre o pequeno altar com imagens e velas.

Eu renuncio o divino e abraço a calamidade.

— Eu renuncio o divino e abraço a calamidade.

Beije os pés de sua vó.

O alfa andou até estar próximo o bastante da imagem da deusa da luxúria, inclinando-se até estar com o rosto colado aos pés da imagem, onde deixou um beijo em cada.

Que assim seja.

As velas do local apagaram-se num só sopro e o homem que conduzia o ritual desapareceu, só sobrou um MinHo no escuro, pensativo e deslumbrado, sentindo grande poder correndo por seu corpo, parecia que cada poro seu exalava isso.

Os olhos fecharam-se e seu rosto adquiriu uma expressão prazerosa. Agora estava encarregado de espalhar o caos e o faria com um sorriso maravilhoso no rosto.

Quando sua mãe o contou tudo, MinHo enfureceu-se, ele quis vingança, sua alma gritava por isso. A benevolência que tanto cultivou por anos já não existia em seu dicionário moral, ele queria destruir.

Destrua, destrua, destrua..., aquelas vozes sussurravam em sua mente.

Lute suas lutas e eu lutarei as minhas, eram as palavras de sua mãe.

A única luz no meio de toda aquela escuridão se chamava Kim Seungmin, o ômega doce e gentil, aquele cujo o coração não se deixava levar pelas maldades do mundo.

O mundo que MinHo destruiria.

Finalmente seus olhos se abriram, ele encarou a mão que outrora cortara; sem cicatriz.

Sabia o que deveria fazer a seguir, não pouparia ninguém de seu ódio avassalador. Quando invadiu uma das dezenas de prisões subterrâneas, ele não sabia quem estava o dominando, só tinha plena certeza que adorava todo aquele poder, o jeito que aqueles seres podres o encaravam amedrontados. E claro, a satisfação de libertar seus iguais.

Após uma invasão, voou para o topo de uma árvore, era uma macieira, sacou uma maçã e a comeu despreocupadamente, enquanto ao longe via aquela base queimar. Adorava observar o fogo devorando e consumindo todos aqueles homens.

— É divertido?

Uma voz calma soou, MinHo olhou para baixo e reparou num alfa de traços bonitos e delicados, ele não olhava para MinHo e sim para o estrago feito por aquele que comia uma maçã, balançando os pés descalços.

— Eu estou me divertindo muito.

— Admiro sua coragem e convicção.

— Está me julgando — MinHo apontou.

— Estou te apoiando.

MinHo admirou-se com tais palavras, por fim terminando sua maçã e alcançando o chão novamente, o alfa era bem maior que si. Ele não tinha cheiro algum.

Razão e Emoção [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora