PRÓLOGO

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Ele olhava para a menininha de apenas 10 anos, seus longos cabelos castanhos tremulando ao vento. Ela secava as lágrimas, enquanto o caixão de sua mãe era abaixado, para a sepultura.

Com um longo suspiro ele se aproximou e colocou uma mão sobre o ombro dela, os olhos castanhos profundo, como chocolates o encararam, ela fungou seu pequeno nariz arrebitado, vermelho por causa do choro.

Ele retirou a mão e ela voltou a olhar para o caixão e Josh seguiu seu olhar.

Sabia que Fernanda era inconseqüente, mais ela tinha uma filha, e agora à menina não tinha ninguém a não ser ele.

Sentiu a pequena mão segurando a sua e olhou para baixo, a menina ainda chorava, mais apertava com força sua mão. Ele devolveu o aperto, sabendo como era não ter ninguém.

Seus pais já haviam morrido, e não tinha irmãos nem parentes vivos. Aos 24 anos já era dono de sua própria companhia de publicidade, herança dos seus pais. Foi à única coisa que lhe deixaram. E isso nunca o incomodou, até conhecer Priscila, e pensar que não precisava ser só.

Ela era linda, gentil, uma pessoa alegre apesar das dificuldades, apesar de só ter 26 anos, já tinha uma filha e era viúva. Não sabia o que o fez, começar a se envolver com Fernanda ou o que o levou a casar com ela. Mais em apenas três meses em que estava envolvido com ela, ele a pediu em casamento.

Ele casou feliz mesmo não amando Fernanda era bom ter uma família. O que não ocorreu, pois assim que os papéis foram assinados ela se mostrou como era, fútil e ardilosa. Nem a filha, a pequena S/n Carvalho era importante para ela.

Na primeira oportunidade a colocou em um colégio interno na Inglaterra. Ele achava errado, mais ela adorava ressaltar que S/n era sua filha, e não dele. Que ela era filha de Miguel. O marido de Fernanda era policial, e morreu em uma batida, ela o tinha como um herói, e sempre que falava dele parecia ser outra pessoa.

Não sabia se fora a morte dele que a tornara o que era, ou se sempre fora assim. Mais assim que se casaram ela mudara completamente. Esbanjava dinheiro, afastando a filha que a lembrava de Miguel. Só queria saber de festas, e não duvidava que tivesse muitos amantes.

Alias fora assim que morrera, estava no carro com o amante dirigindo acima da velocidade, quando o caminhão entrou em seu caminho.

- Viemos do pó e ao pó retornaremos. – foi tirado de seus pensamentos quando o padre disse as últimas palavras e começaram a jogar rosas sobre o caixão de Fernanda.

Sentiu o aperto de S/n se intensificar, e voltou-se a olhá-la, ela apertava uma rosa branca na outra mão, e a jogou sobre o caixão. Ele a observou secar as lágrimas, que ela derramava desde que ele fora no internato, buscá-la para o enterro de Fernanda.

- Quer ir embora S/n? – ele perguntou com sua voz profunda, e viu-a voltar seu olhar para ele.

- Podemos ficar mais? – a voz dela era baixinha, e chorosa.

- Se você quiser querida. – ela assentiu e voltou a fitar o caixão sendo coberto por rosas, e as pessoas se afastarem, quando um homem começou a jogar a terra.

Eles permaneceram lá, até não haver mais ninguém, uma pequena chuva irrompeu no céu, e Josh voltou sua atenção para a pequena menina que segurava sua mão com força.

Desejo Proibido Where stories live. Discover now