A Luz e a Escuridão

Baile

Amber sabia que casamentos eram comuns entre o Povo de Luz, que era uma celebração da união de duas pessoas que se amavam, mas não fazia ideia de como era se sentir ligada a alguém daquela forma. De como era a sensação de ansiedade por tê-la ao seu lado, de nervosismo e medo de dizer que amava uma pessoa na frente de todo um povo que estava ali para assistir. Não sabia o peso que a palavra casada possuía para o reino até o instante que viu a multidão aplaudi-las.

- VIDA LONGA AS PRINCESAS!

Mais uma longa salva de palmas ovacionando-as ecoou pelo lugar.

Apesar de tudo, ela era uma princesa tímida e retraída. Aparecer nunca foi sua intenção. Porém naquela tarde todas as atenções estavam voltadas para ela e Alex de pé no altar acenando com largos e simpáticos sorrisos nos lábios.

Estavam finalmente casadas. Ligadas para toda a vida.

Para Amber pensar naquilo soava irreal demais. Estava casada com a princesa do Reino de Luz, na companhia de seus irmãos que há muito havia perdido e cercada por pessoas que a amavam e respeitavam de verdade.

Era tanta felicidade que não cabia dentro de si. Abraçou a todos que foram cumprimentá-las e parabenizá-las. Ao seu lado Alex fez o mesmo sem reclamar de quantas vezes precisou repetir o gesto.

- Você precisa jogar o buquê - disse a rainha com braço entrelaçado ao do rei.

- Sim! Carol, reúna todas ali na frente - pediu a princesa deixando Amber confusa.

- O que acontece agora? - sussurrou timidamente.

- Não ensaiamos essa parte - Alex respondeu rindo - A noiva joga o buquê para as outras mulheres. De acordo com a superstição. Quem o pegar será a próxima a casar.

- Compreendo - Amber respondeu vendo Carol reunir várias garotas na porta da igreja enquanto elas se dirigiam até lá.

- Não vai tentar a sorte, princesa? - Iade perguntou para Ariane que observava Caroline de longe.

A Mediun sorriu de forma amável para o conselheiro segurando-se em seu braço e negou balançando a cabeça.

- Não - foi tudo que ela respondeu.

Iade analisou a garota elegante com sua coroa negra brilhante, apesar dela sorrir contemplando a felicidade da irmã, havia algo a perturbando. Ele tinha passado muitos anos ao lado de Amber para perceber os pequenos e sutis sinais que os Mediun demonstravam. Conversaria com a princesa depois se ela permitisse.

Izzie se juntou aos dois que a receberam com carinho e voltaram seus olhos para Alex.

A princesa estava de costas para o grupo de garotas reunidas aguardando-a. Ela lançou um sorriso em especial para Amber que se mantinha curiosa atenta a seus movimentos.

- Um, dois, três! Lá vai! - Alex exclamou contando e jogou por cima da cabeça o buquê de flores e virando-se.

O objeto viajou no ar e caiu nos braços de Caroline que apesar de querer aquele buquê, ficou sem reação ao pegá-lo. As garotas comemoram por ela com palmas e gritinhos animados. A ruiva ergueu o olhar das flores e deu de cara com Dante que a beijou sem aviso.

- Viva o casal! - alguém gritou na multidão e todos aplaudiram.

Caroline interrompeu o beijo sutilmente e sorriu sem graça para o rapaz todo contente. Viu Ariane a observando por cima do ombro dele e sentiu uma pontada no peito. O sorriso dela também não era sincero.

- Bom, vamos para o castelo! Há música, bebida e comida para todos! - exclamou o rei.

Em carruagens ou a pé, todos seguiram para o castelo onde músicos tocavam canções alegres e serviçais andavam por todos os lados carregando bandejas com cálices de bebidas. O salão do castelo estava todo decorado com luxuosas flores e iluminado com os mais belos castiçais e velas. Um farto banquete com o melhor que os cozinheiros reais sabiam preparar deliciava os convidados que podiam se servir a vontade se quisessem. Crianças brincavam correndo entre os adultos que conversavam e riam enquanto bebiam descontraidamente. Não havia distinções entre a nobreza e os plebeus ali. Todos confraternizavam juntos a união das princesas.