5.3

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Joshua Beauchamp

Eu e Any nos dividimos para arrumar as coisas em nossa nova casa, eu não me importaria de fazer tudo sozinho, porém minha morena se recusou a ficar sentada só olhando e cedi mais uma vez aos caprichos dela. Any é muito determinada, quando ela põe algo na cabeça, é difícil impedi-la.

Mantive os móveis do quarto de Arthur na mesma configuração do antigo quarto dele, nem precisei montar nada, a equipe que fez os ajustes daqui já havia feito essa parte, instalou as prateleiras, cortinas, colocou o mesmo papel de parede... essas coisas... Só tive que dar uma limpada em tudo, pois estava meio empoeirado.

Tutu não tem muitas roupas de cabide, apenas umas camisas sociais, casacos, uns jeans e calças de linho e umas jardineiras, foi bem rápido de arrumar. As outras roupas, dobrei e coloquei nas gavetas.

Os brinquedos me deram um pouco de trabalho, somos pais meio emocionados e  exageramos às vezes.

De repente, ouço um estrondo vindo da sala e logo me pergunto se não foi Any em algum descuido.

— ANY? – grito em busca de respostas e não obtenho nenhuma o que logo gera em mim uma enorme preocupação

Levanto e me dirijo à sala que é de onde acredito que o barulho tenha vindo.

— Baby, foi você...

A cena com que me deparo me deixa desnorteado... Any no chão, desmaiada e cheia de sangue na região inferior do corpo.

Sou tomado por um desespero, mas não me deixo levar, hora de pensar rápido, disco o número da emergência e logo sou atendido. Explico a situação com a voz meio trêmula e eles avisam que em breve uma ambulância estaria aqui.

Derramo uma porção de lágrimas cada vez que as olho, as vidas da minha esposa e filha estão em risco, estou apavorado!

Me aproximo delas ainda meio temeroso e vejo se Any tem pulso, felizmente, sim, apesar de estar meio fraco.

— Amor... aguenta firme... – digo e a beijo mesmo desacordada

Os minutos seguintes se tornam um borrão. Tudo que sei é que os paramédicos chegaram, levaram Any e ela foi atendida, às pressas, na emergência do hospital.

A equipe médica disse para eu esperar na recepção e aqui estou... em completo choque aguardando o parecer do estado das minhas meninas... minha cabeça está latejando, meus olhos ardem e o meu peito dói. Pura angústia. Liguei há alguns minutos para a minha mãe e ela está vindo para cá, foi a única coisa que tive forças pra fazer.

— Meu filho! Vim o mais rápido possível... Como elas estão? O que aconteceu? – mamãe se aproxima de mim e me abraça forte me confortando um pouco

— Eu não sei... só a encontrei ensanguentada... acho que carregava algo pesado – suspiro e sinto meus olhos marejarem novamente – Estou com medo... Mãe, o que vai ser de mim sem a minha esposa e sem a minha bebezinha?

— Vai ficar tudo bem, Joshua, não seja pessimista...

— Eu... eu a encontrei cheia de sangue no chão da nossa sala... foi a pior cena da minha vida... nunca serei capaz de apagar a imagem da minha mente

— Vai conseguir sim, filho, você vai ver, isso é só um susto e, daqui um tempo, iremos conhecer a minha netinha linda

— Acha que ela vai nascer hoje? – pergunto assustado, não havia pensado na possibilidade

— Pode ser que sim... mas vamos torcer para a Alice passar mais um tempo quietinha na barriga, é perigoso para as duas ter um parto prematuro

— Falaram alguma coisa no caminho?

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora