O jantar

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       Yaman ainda estava se adaptando a nova vida. Não havia herdado apenas o sobrenome Kırımlı, mas um império. Além da fazenda, seu pai também deixou as empresas Kırımlı e uma fortuna de milhões de dólares. Seu irmão não se interessava em assumir o comando da empresa com ele, pois estava focado em terminar a residência e não tinha a menor vocação para esses assuntos.

       Chegando na empresa, meio sem jeito, foi recepcionado pelos funcionários que já sabiam da notícia de que o herdeiro, até então desconhecido, assumiria a presidência. Yaman trouxe com ele seu amigo Nedim para lhe auxiliar. Nedim e Yaman são grandes amigos, fizeram faculdade de administração juntos e seria seu braço direito, pois já tinha bastante experiência nesse ramo empresarial, além disso, Yaman também confiava muito nele.

       Nedim era um homem solteiro, de família rica. Sempre teve muitas oportunidades e soube aproveita-las. İnvestiu em seus estudos o quanto pôde e agora estava feliz com o tamanho da responsabilidade que assumiria.

      Naquela manhã, Yaman pediu para revisar os livros de contabilidade da empresa e, junto com Nedim, descobriam que a mesma estava sendo roubada a algum tempo pelo, até então, contador. Yaman ficou revoltado e decidiu ir até a delegacia fazer uma denuncia.

       Na mansão Kerimoğlu, cedo telefone tocou. Seher ao atender descobriu ser seu irmão desesperado pois havia sido preso ao se envolver em uma briga por causa de jogo. İmplorou a irmã por ajuda e pediu para que não contasse nada aos seus pais. Seher saiu em disparada até a delegacia, ao chegar lá deparou-se com Yaman, mas agiu de forma indiferente, não tinha tempo para briguinhas infantis pois estava extremamente preocupada com seu irmão.

- Bom dia, comissário, meu nome é Seher, meu irmão foi preso ontem a noite e eu gostaria de saber como devo agir para tirá-lo da prisão?

     Yaman ficou surpreso, descobriu o nome daquela moça em um momento completamente inusitado. A menina furou a vez na fila do atendimento, mas não quis contraria-la pois sabia ser um situação crítica.

     O comissário Ali olhou para aquela moça suplicante,  de olhos verdes que expressavam desespero. Não teve outra reação que não fosse pedi para ela se acalmar pois tentaria resolver isso da melhor forma possível.
A tocando nos braços, Ali guiou Seher até a cadeira. Yaman vendo aquela situação diante de seus olhos sentiu uma fúria subir pelo seu corpo. Estava estático, apertava o olhar analisando toda aquela situação.

"Como esse comissão ousa toca-la assim" se questionou.

     Não sabia que sentimento era aquele, nunca sentiu aquilo por ninguém, mas a raiva foi tão grande que ele não teve outra reação que não fosse pedir para continuar seu atendimento.

- Comissário bey, estou esperando aqui para fazer a denuncia.

     Seher o fuzilou com o olhar.

- você não consegue ser um pouco mais compreensivo? Meu irmão tá preso! Tenho certeza que o seu problema nem chega perto da urgência do meu.

     Ali pediu para Seher se acalmar e foi em direção ao computador para  terminar de redigir o boletim de ocorrência.

     Yaman saiu da delegacia em chamas, era uma mistura de raiva e ciúmes. Não queria sair de lá, na realidade, a única coisa que queria era oferecer a ela ajuda, qualquer tipo de ajuda que fosse, ou pelo menos lhe oferecer um ombro e preocupado de um amigo, mesmo ele estando muito longe de merecer esse título. Ele ainda não estava consciente de seus sentimentos, mas após aquele episódio na delegacia ficou profundamente mexido.

     Ali foi bastante solicito com Seher, estava encantado demais com aquela garota tão linda e frágil. Queria poder carrega-la no colo, mas não podia, a única forma de ajudá-la era fixando o valor da fiança para que o irmão dela fosse solto. E assim fez. Seher o agradeceu imensamente com um abraço, enlaçando de vez o coração do comissário que ficou nas nuvens.

HoşçakalWhere stories live. Discover now