capítulo trinta e nove

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    Beca encara os pequenos mosquitos voando, hipnotizados pela luz de led do cordão que decora alguns dos pinheiros, ela nota a semelhança entre os mosquitos e os garotos, mas neste caso não estão atraídos pelas luzes e sim por Luna

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    Beca encara os pequenos mosquitos voando, hipnotizados pela luz de led do cordão que decora alguns dos pinheiros, ela nota a semelhança entre os mosquitos e os garotos, mas neste caso não estão atraídos pelas luzes e sim por Luna. A risada extravagante dos garotos a deixa enjoada, se esforça para não revirar os olhos, não que alguém fosse notar já que a atenção de todos estão voltadas as histórias de Luna, como se ouvi-la falar sobre suas aventuras morando com o pai no Havaí, fossem realmente interessantes. Ela bufa, talvez sejam.

    Não tinha nenhuma viagem incrível para compartilhar com a roda, suas melhores lembranças eram quando criança no parque público com sua prima Catarina fazendo castelos de areia ou quando sua avó a ensinou a fazer bolo, de qualquer forma pareciam pessoais demais e soariam desinteressantes para um grupo em que a maioria não passam de estranhos.

- Acho que vou contar quantos pinheiros tem nesse parque. - Emma diz se levantando. - Parece mais divertido que isto.

    Rebeca sorriu procurando o olhar de Joshua, para ver se ele acha Emma engraçada tanto quanto ela, mas o garoto não pareceu ouvir o comentário de Emma como o resto da roda. Sentindo deslocada ela levanta e acompanha a amiga até a mesa com tigelas de salgadinhos que ela poderia jurar ter visto no quarto de hotel e uma bacia com ponche. 

- Não sei como conseguiram arranjar tudo isto. - Rebeca diz olhando em volta. - Quero dizer, a comida certamente saiu de uma máquina de Snacks mas não sei como conseguiram essas luzes e os arranjos tão em cima da hora. 

Emma riu 

- É meio que uma tradição por aqui as festas de despedida nas viagens, acho que os garotos já vem preparados.

- É acho que sim. 

    Luke e outro garoto chegam arrastando uma caixa de som enorme enquanto gritam que a festa está prestes a começar, algumas pessoas que estavam ouvindo Luna se oferecem para ajudá-los. 

- Eu vou conferir a playlist que vai tocar pois se depender do mau gosto de Luke essa festa será um fiasco, você vem? 

    Rebeca abana a cabeça, seu gosto pacífico por músicas não combinaria muito bem com o estilo que esperam ouvir, ao invés disto ela assiste a amiga se afastar decidida a controlar o som. Até que sente duas mãos cobrirem seus olhos e começa a sorrir. 

- Deixa eu adivinhar, Joshua Cooper? - Ela fala tirando as mãos que cobrem seus olhos, pronta para se virar. 

- Um Cooper melhor. 

Dylan. 

    Joshua estava tão envolvido nas histórias de Luna que não notou quando a namorada saiu da roda, poderia jurar que ela estava ali tão fascinada na maneira como a Ruiva compartilhava suas lembranças quanto qualquer outro, mas logo se lembrou de ...

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    Joshua estava tão envolvido nas histórias de Luna que não notou quando a namorada saiu da roda, poderia jurar que ela estava ali tão fascinada na maneira como a Ruiva compartilhava suas lembranças quanto qualquer outro, mas logo se lembrou de como as duas nunca se deram bem. Ele se levanta se sentindo um péssimo namorado a procura de Rebeca. Ele vê uma garota parecida com ela próxima a mesa, ela tem os cabelos castanhos ondulados como os de Beca e está usando a mesma roupa que ela mas não poderia ser a mesma pessoa. Rebeca não estaria sorrindo para Dylan, se sentindo confortável tão próxima de um cara como ele. 

- Eita, o Dylan sabe como conquistar uma garota comprometida. - Luna ri do próprio comentário. 

     O sentimento de Déjà vu finca no coração de Josh mais profundo que uma facada no peito, dessa vez não fugiria como um garotinho vendo o irmão roubar a sua garota, não faria músicas como uma maneira de desabafar e nem uma lista idiota do que poderia ter feito de errado, não quando pode ir resolver isto. De um instante para o outro ele sai do seu lugar em passos apressados em direção ao irmão, ele assiste Rebeca se virar para provavelmente se entregar nos braços de outro cara mas não se importa em ver sua feição, não precisaria se decepcionar mais. 

  Ele acelera seus passos quase tão rápidos quanto as batidas de seu coração, tentando lidar com a série de informações que passam em sua mente: presente e passado, a risada de deboche do irmão, a maneira como ele nunca parecia se importar com nada além de seus interesses pessoais, seus pais sempre apoiando o sonhos do irmão e nunca tendo tempo para Josh. Ele joga seu corpo contra o do irmão e com a força do impulso os dois caem no chão, Joshua acerta dois socos no rosto de Dylan mas o garoto é mais forte e facilmente se desvencilha do próximo soco e empurra o irmão para o lado passando a desferir inúmeros socos. 

    Joshua escuta os gritos de Rebeca e dos outros alunos que se aproximaram, gritos que agora foram abafados, a dor física não doía tanto quanto todos os anos vivendo na sombra de um irmão imperfeito que foi imaculado pelos próprios pais. Josh pensou nunca poder sentir ódio mas ele odiava o irmão e nada mudaria isto. Ter conseguido arrancar um pouco de sangue do rosto do queridinho da escola e de sua casa era satisfatório mesmo que o estrago em seu rosto fosse bem maior. 

    Matt, Luke e outro garoto do último ano conseguiram tirar Dylan de cima do irmão

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    Matt, Luke e outro garoto do último ano conseguiram tirar Dylan de cima do irmão. Rebeca estava assustada e preocupada mal percebeu quando começou a chorar, não suportava violência ainda mais com alguém que amava. Ela se agacha no chão tentando de alguma forma ajudar Joshua e controlar suas mãos trêmulas ao notar o rosto todo ensanguentado do namorado. 

- Ai meu Deus Josh, você está bem? - Ela apoia uma das mãos no pescoço dele para ajuda-lo a se sentar mas ele segura o braço dela e empurra para longe, sentando sozinho. 

- Acabou o showzinho por aqui. - Uma voz adulta fala. 

     Rebeca se vira para ver quem é o portador da voz e encontra três figuras, dois homens que ela não conheciam vestidos com o uniforme do hotel certamente funcionários e um terceiro homem. Ela olha para a terceira figura os encarando com os braços cruzados com um olhar de reprovação e sente um arrepio na espinha. 

    Diretor Ambrósio. 

 

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Os opostos nem sempre se atraem.Where stories live. Discover now