𝐬𝐢𝐱𝐭𝐞𝐞𝐧: painful routine

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» PAYTON MOORMEIER «

— Eu não estava me sentindo bem até Hazel Willow voltar para Los Angeles. Eu estava me sentindo péssimo pelo nosso fim. Não queria levantar da cama, não queria comer, só queria dormir porque o tempo passava rápido. Mas aos poucos tudo foi mudando, querendo ou não, Cierra me ajudou a sair do fundo do poço. — falei, dando de ombros. — E então, Hazel voltou. Foi um baque porque várias coisas se passaram na minha cabeça. Nosso começo, nosso meio e nosso fim.

— E como está se sentindo agora? Hoje? — o terapeuta me perguntou, enquanto me analisava através de seus óculos meia-lua.

— Não sei te responder. Não me sinto bem comigo mesmo e nem sei porquê. Talvez seja meu relacionamento com a Cierra que esteja me sobrecarregando demais. Por algum motivo não consigo terminar com ela. É difícil porque lembro de todos os momentos que ela me ajudou. — suspirei pesado, me encostando na cadeira.

— Mas se você sabe que não está te fazendo bem, por que insiste mesmo assim? — a pergunta do homem me pegou desprevenido. Ao ver que eu não tinha uma resposta, ele sorriu de lado. — Mesmo que você negue pra si, você quer que ela preencha um lugar que não é dela. Payton, você quer que ela seja a Hazel e ela acaba tentando ser apenas para que você a enxergue. Mas não cabe á ela.

Ele estava certo. O que eu estava fazendo com a minha vida?

— Então, creio que você tenha um motivo para terminar com ela. — Jacob, o terapeuta, disse. Assenti com a cabeça. — Qual o motivo, Payton?

— Ela não é a Hazel.

Ao falar aquilo, um peso gigante saiu do meu peito. Estava me sentindo extremamente aliviado por ter falado em alto e bom som.

— Se você terminar com Cierra, acha que poderia ter uma nova chance com a Hazel?

— Não. Não é algo que eu queira pra ela. Eu a magoei muito, não quero fazer isso de novo. — falei, dando de ombros e com um sorriso extremamente tristonho no rosto.

— Você está protegendo ela de você. — John, meu terapeuta, disse enquanto me analisava. — Nós continuamos na próxima sessão, Payton. Mas, pense com clareza e faça a decisão certa.

Dito isso, eu agradeci por ele mais uma vez me ajudar e caminhei para fora da sala. Acenei para a recepcionista fofa e velhinha do consultório e segui para o estacionamento, indo diretamente para o meu carro.

Sentei no banco e respirei fundo. Toda vez que eu consigo conversar com alguém abertamente sabendo que não vai me julgar, apenas me ouvir e ajudar, eu me sinto aliviado. Sinto que eu realmente mudei e o mais importante, eu percebi isso. Fiz o que pude para ser um pessoa melhor para a minha família, meus amigos, para mim e para Hazel.

E se tivéssemos a oportunidade de realmente conseguir manter uma amizade, eu gostaria de mostrá-la cada pedacinho do que eu aprendi com os meus erros. Da pessoa que eu me tornei, porque ela merece ver essa evolução. Porque apesar de tudo, Hazel Willow sempre acreditou em mim. E em nós.

Liguei o carro e fiz o trajeto inteiro até a minha casa, mas ao ver Cierra sentada nas escadas em frente à porta de entrada, meu estômago embrulhou. A cara dela não estava nada boa.

— Aonde você estava? — a garota perguntou alterada assim que eu saí do carro, andando em sua direção.

— Na minha terapia. — respondi como se fosse óbvio (e realmente era).

𝐆𝐄𝐍𝐈𝐔𝐒²  ⟫ PAYTON MOORMEIER (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora