Capítulo 4

31K 2.4K 611
                                    

Passei a manhã inteira na capela orando pedindo a Deus que clareasse meus pensamentos, peço para ele me mostre o verdadeiro caminho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Passei a manhã inteira na capela orando pedindo a Deus que clareasse meus pensamentos, peço para ele me mostre o verdadeiro caminho. Meu destino tem que ser resolvido até amanhã e sinceramente não sei o que fazer, não tenho para onde ir.

Se eu buscar ajuda em uma instituição de moradores de rua, no outro dia minha mãe irá me achar, assim eu acho. Por falar dela em todos esses anos, não sei se ela está viva ou o que aconteceu depois daquela noite. Por todos esses anos tentei ao máximo deixá-la fora de meus pensamentos, eu não quero o seu mal, mas também não a quero perto de mim. Nunca mais quero ver minha mãe, mas caso um dia isso acabe acontecendo eu felizmente irei fingir que ela não existe.

Me levantei do chão frio, qual eu estava de joelhos a horas, meus ossos doem demais. Precisei me apoiar no banco para conseguir ficar de pé, minhas pernas estão dormentes e demorou alguns segundos para voltar ao normal. Estou sem comer a horas, pela luz do sol suponho que agora as freiras e noviças devem estar tomando o café da tarde.

Hoje não cumpri com minhas obrigações, não molhei as plantas e nem limpei o pátio central, a madre superior deve estar uma fera comigo, e com certeza irá me punir.

Tenho medo dela, muito medo, seus castigos são rigorosos demais, já fiquei de joelhos por dias pedindo perdão a Deus por não fazer direito minhas obrigações, às vezes ela me xinga de nomes horríveis.

Uma vez ela me disse que eu era filha do diabo, que minha beleza atrairia o mal e o mais terríveis dos homens me tomaria para ele, isso foi praticamente uma praga que ela jogou sobre mim. Rezo para que isso não aconteça, sei o que os homens são capazes de fazer com pessoas como eu.

Tomando coragem, saio da capela, ela ficava em uma parte deserta do convento, para chegar aqui tínhamos que passar por um longo corredor escuro que me dava calafrios, o caminho era estendo e às vezes tenho a sensação de estar sendo vigiada.

Comecei a caminhar com pressa, eu já estou atrasada para o lanche da tarde e esse lugar me causa sensações estranhas. Meu hábito me atrapalha a andar, ele se arrasta no chão e suja muito, infelizmente não posso cortá-lo.

A madre me mataria por isso, sei que ela fez isso de propósito, tudo que eu tenho são os restos das outras noviças, roupas, terço, bíblia, coisas íntimas e minhas tintas, sempre uso o que as outras não quiseram.

Não posso falar nada, estou aqui de favor, e não irei reclamar. Um favor que está terminando amanhã. Fiquei horas pedindo a Deus um caminho, mas meu coração continua vazio, sem qualquer solução.

- Melissa. - Uma voz sombria e baixa me chama. Me virei na hora, não tinha ninguém naquele corredor, eu estava sozinha. Balancei minha cabeça afastando esses pensamentos e continuei a andar. Estou quase chegando a saída.

- Melissa. - A mesma voz me chama. Respirei fundo me virando, e novamente não tinha ninguém. Quando me virei para retomar meu caminho tomei um susto ao ver Nicole e outras duas noviças na minha frente.

Senhor LancasterOnde histórias criam vida. Descubra agora