Capítulo 5

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Durante os nove meses que passaram num piscar de olhos, Taehyung foi obrigado pelo trisal a ficar em casa para não se esforçar no trabalho

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Durante os nove meses que passaram num piscar de olhos, Taehyung foi obrigado pelo trisal a ficar em casa para não se esforçar no trabalho. Eles eram como uma família que cuidava de si e de sua bebezinha como se fossem seus irmãos. Na maior parte do tempo pensava em voltar para Seul, contar para Jungkook da criança e terem um filho, mas então lembrava das próprias experiências prematuras com crianças e dos traumas que isso causou, desistindo.

No parto, o alfa e o beta esperaram na sala de espera enquanto o ômega rosado foi com amigo detetive para não lhe deixar sozinho e amedrontado, segurando a mão dele e sussurrando palavras calmas e reconfortantes. Ninguém se espantou ao ver uma garotinha linda com olhos redondos, pele amorenada e cabelo preto como a noite. Kim Taehyung, por ser ômega homem, fez cesária e quando acordou se sentiu estranhamente vazio, mas ao mesmo tempo leve, suspirando ao finalmente conseguir respirar sem dor na costa ou pés inchados.

No primeiro ano da garotinha, ela já dava os primeiros passos e adorava dançar as músicas de desenho infantil, aprendendo a ficar em pé. Seus três padrinhos babavam com tamanha fofura e doçura da criança.

No segundo ano de vida dela, o Kim voltara a trabalhar e, por acaso, o primeiro rosto que seus olhos captaram no local de trabalho foi o rosto do pai de sua filha. Se escondeu como um cão covarde e observou, escondido, a expressão séria e madura do alfa que parecia estar de passagem. A garotinha, Kim Hee-Sun, já andava bem e falava algumas palavrinhas essenciais.

Foi logo depois do aniversário de três anos que Taehyung recebeu uma ligação suspeita do seu chefe, e ele quer ter uma conversa séria consigo...

...em Seul.

(...)

- Filha, o papai vai resolver algumas coisas e preciso que você fique aqui com a babá, tá? O tio Jimin já vai chegar - O detetive perguntou cautelosamente, abaixado pra ficar na altura da criança e ela não precisar ficar olhando pra cima - Mas eu vou voltar de noite, então não vou demorar muito.

A menininha fez um bico choroso, cruzando as mãos na frente do próprio corpo enquanto olha pra baixo pra esconder sua expressão chorosa.

- Você não vai demolar, papai? - Perguntou com sua voz rouquinha, fazendo um sorriso aparecer nos lábios avermelhados de seu pai.

- Não, Hee, só vou e já volto. Você nem vai sentir minha falta - Brincou pôndo um dedo no queixo da garotinha pra ela lhe olhar - Agora desfaça esse rostinho triste e me dê um abraço - Abriu os braços e riu ao quase ser jogado pra trás - Aah, que abraço gostoso! - Comentou antes de se afastar, depositando um beijo na bochecha da criança e se levantando pra falar com a babá conhecida.

Na real, está nervoso. Sabe que tem muitas chances de encontrar o Jeon lá e tem medo das perguntas que ele pode fazer, tem medo da reação dele e do que pode acontecer caso descubra da Hee-Sun. Suspirou e balançou a cabeça tentando afastar esse medo de si. O que tiver que ser, será.

(...)

- Kim Taehyung! Quem é vivo sempre aparece! - Seu chefe lhe recebeu com um abraço, fechando a porta para terem mais privacidade.

- Foi você que me chamou, Senhor Kim - Taehyung respondeu devolvendo o abraço.

- E sinto muito por isso. Sei que tava com uma vida nova em Daegu, mas esse caso só funciona com os detetives principais - O homem mais velho pegou uma pasta e virou pra si, se sentando na cadeira atrás da mesa - É o caso Bacciolini.

O ômega franziu as sobrancelhas e verificou os documentos.

- Mas tem certeza que é ele nessa foto?

- Sim, eu tenho vários informantes e testemunhas que podem confirmar - O delegado afirmou, suspirando e encostando a costa na cadeira, cruzando os braços - Você não é obri-

- Não, Senhor, é meu dever como detetive prender os bandidos - Taehyung retrucou, fechando o arquivo e se levantando - Irei procurar o Jungkook e vou avisando quando o caso andar. Bom dia, senhor.

Se curvou e saiu da sala, andando pela delegacia e franzindo as sobrancelhas ao ver sua antiga mesa com objetos estranhamente infantis. Que tipo de detetive usa mola colorida???

- Você viu a cara dele quando eu joguei ele na parede? - O ômega escutou uma voz alta e acompanhada por risadas.

O alfa acompanhado do beta desconhecido abriu a boca pra responder, porém travou ao ver uma figura alta e magra parada no meio da delegacia, aparentemente confuso.

- Taehyung? - O Jeon perguntou - O que...? - Lentamente o alfa se aproximou de si e lhe deu uma olhada dos pés à cabeça, parando no arquivo em suas mãos - Você voltou pra delegacia?

- Ah...não. Eu fui chamado pelo delegado pra resolver um caso de anos atrás, um caso nosso, e nós vamos resolver - Falou, se enrolando minimamente ao ver o homem bonito e alto se aproximar lentamente.

- Oi, tudo bem? Eu sou o SeokJin - O beta se apresentou, cortando o clima que tinha se instalado entre os dois homens.

- Você deve ser o novo detetive - Taehyung constatou ao ver um distintivo no cós da calça alheia - Prazer - Acenou levemente com a cabeça e abriu um mínimo sorriso, suspirando em seguida - Enfim, Jungkook, vamos voltar para a minha antiga casa, lá nós podemos discutir sobre o caso.

O Jeon assentiu e olhou para o beta, como se esperasse permissão.

- Ah...tudo bem, vá. Eu resolvo o resto do caso - Os olhos felinos do Kim se arregalaram minimamente.

- Vocês são parceiros?

Em sua defesa, as palavras saíram sem permissão.

- Depende - O beta respondeu com uma risada animada - Agora preciso falar com o delegado. Até - Acenou e saiu.

SeokJin se afastou e deixou pra trás os dois homens parados.

- Vamos? - O alfa finalmente convidou e o ômega assentiu, se apressando e o acompanhando para fora da delegacia - Onde você tava? Sumiu do nada e só deixou aquela carta - Perguntou com as mãos enfiadas nos bolsos, olhando de vez em quando para o detetive mais velho.

- Ah...eu...eu tava... - Por um momento pensou em mentir, assim voltaria para Daegu e ninguém correria atrás de si, mas...o Jeon parece bem nessa nova parceria, então talvez não seja tão ruim falar a verdade - Eu tava em Daegu.

Escutou uma risada baixa ao chegarem no carro vermelho e franziu as sobrancelhas em confusão.

- O que foi? - Indagou abrindo a porta do carro e jogando o arquivo dentro.

- É que eu sabia disso, só tava te testando - O alfa falou e cruzou os braços, se encostando na lataria vermelha - Quando eu visitei Daegu, vi o teu carro na frente da delegacia e senti o teu cheiro, mas não te vi por lá. Então decidi perguntar pra saber se você iria mentir ou não.

Oh...O Kim se sentiu constrangido e extremamente infantil.

- Por que você acha que eu iria mentir? - Perguntou dando a volta no carro e sentando no banco do motorista, arregalando os olhos ao ver um ursinho fofo no banco de trás, se apressando em esconder.

- Porque você ficou estranho de repente, e eu queria saber se o problema era eu.

O ômega bufou e enfiou a chave na ignição, olhando rapidamente para o mais novo.

- O problema não era você - Afirmou, ligando o carro - O problema nunca foi você... - Sussurrou, por fim.

HIDDEN - Taekook . ABOWhere stories live. Discover now