Two

3.6K 211 17
                                    

A minha semana de férias não teve nada a ver com descanso, pois cuidar de uma criança de 7 anos não é nada relaxante. O Ben é um garotinho bastante ativo, o que é ótimo, pois revela saúde. Mas para o adulto que cuida dele é trabalho duro. Levá-lo e buscá-lo na escola, preparar refeições, orientar nas tarefas, zelar por sua higiene, levar para gastar energia, brincar com ele, por para dormir... Agora pense  fazer isso todos os dias! Essa semana me fez valorizar ainda mais o trabalho que Camila vem tendo e me faz entender porque estar casada comigo foi tão desgastante. Eu deveria tê-la ajudado mais.

Hoje é sexta-feira e Camila chegará amanhã de viagem. Planejei levar o Ben para o aeroporto para buscar sua mãe. Assim eu poderia conversar alguns assuntos com ela relacionados ao nosso filho.

(...)

- Vamos, filho! O avião da sua mãe pousará em meia hora.

- Já tô indo. - o Ben gritou do quarto.

Depois de uns 5 minutos saímos em direção ao aeroporto. Assim que chegamos vimos Camila saindo pelo portão de desembarque. Ela estava linda demais, bronzeada, sorridente.
Meu coração pulsava frenético em meu peito, mas de repente... Percebi que Camila estava abraçada a um homem.

Eu queria ir embora antes que ela me visse, mas não poderia, já que o Ben estava comigo e esperava ansiosamente por sua mãe.

- MAMAAA! - o Ben gritou assim que viu Camila.

Agora eu realmente não poderia fugir.
Ben correu e pulou nos braços dela. Camila o beijou por um tempo e então veio em minha direção.

- Lauren, oi!

- Oi, Camila! Como foi de viagem? - falei tentando parecer natural.

- Bem, obrigada! Esse é o Aidan, um amigo; Aidan essa é a Lauren, minha ex mulher. - eu e o vampiro do Aidan apertamos as mãos em cumprimento.

Por que ela fez tanta questão de me apresentar como sua ex-mulher? Afinal ainda não estamos divorciadas.

- Na verdade, teoricamente, ainda sou sua esposa, afinal não nos divorciamos. - eu disse encarando aquele chupador de sangue.

- É só na teoria, porque nós já não vivemos como casadas há um ano. - Camila disse, me deixando ainda mais furiosa.

- Vamos? - decidi não prolongar essa discussão.
Nos dirigimos até o meu carro, Camila pôs suas malas e se despediu do Aidan com um beijo no rosto. E ele seguiu em direção a um taxi.

Entramos no carro, Ben no banco de trás, Camila no banco do carona apertou o cinto de segurança e eu dei partida no carro.

- Que cena ridícula foi aquela? - Camila se dirigiu a mim.

Eu apenas olhei para ela rapidamente e voltei a concentrar-me na estrada. Sem resposta.

Assim fizemos a viagem em silêncio até chegarmos ao estacionamento do prédio deles. Desliguei o carro e descemos os três. Ajudei a pegar as malas de Camila e do Ben e subimos até o 8º andar. Camila estava notoriamente irritada, o Ben jogava algo em seu tablet e eu apenas olhava para a numeração no letreiro luminoso do elevador.
Chegamos no andar e descemos do elevador. Camila pegou as chaves em sua bolsa, abriu a porta e entrou puxando sua mala.
Me abaixei e me despedi do meu filho, fechando a porta atrás de  mim. Me dirigi ao elevador e enquanto esperava a porta do apartamento de Camila se abriu, dando passagem para uma mulher extremamente irritada.

- Será que você pode me explicar que cena foi aquela? - me perguntou puxando meu braço para que eu a encarasse.

- Não vi cena alguma. Aliás... até vi. A cena onde você me apresentou como sendo sua ex-mulher. Coisa que não sou.

- Você é ridícula, Lauren. Passou anos me ignorando, ignorando seu próprio filho. E agora, que não tem mais nenhuma obrigação, quer ter participação nessa família?

Suas palavras tocaram fundo em meu ser. Mas eu não ia permitir ser substituída assim.

- Eu posso até ter sido uma péssima esposa e mãe, mas isso não invalida minha obrigação para com essa família. Eu ainda sou parte dela, ainda sou casada com você... - ela me cortou jogando uma folhas em papel em minha direção.

- Pois, não seja por isso. Eu quero o divórcio.

Nesse momento fiquei sem reação. O elevador apitou e abriu as portas, eu apenas peguei os papéis, ainda incrédula, e entrei na caixa metálica.

Endless loveOnde histórias criam vida. Descubra agora