CAPÍTULO VINTE E SETE

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Não ia espera-lo. Sabina disse a si mesma quando deitou-se em sua enorme cama, levou os cobertores até embaixo do queixo enquanto sua mente fervilhava. Sobre o que ele queria conversar? Queria lembra-la mais uma vez os termos da sua proposta de casamento? Ou engabela-la para que ela voltasse a ser a esposa conformada de antes? Pois estava muito enganado quanto a isso.

Nesse momento a porta de comunicação entre os dois quartos se abriu e ele entrou, os cabelos dele como sempre estavam presos por uma fita, o enorme roupão quase chegava aos pés, mas deixava a vista uma parte das grossas panturrilhas, por um momento o quarto pareceu menor e a enorme cama, não tão grande.

Viu como o olhar dele ia até a penteadeira antes de ir até a cama. Ele fechou a porta atrás de si enquanto entrava sem pressa no quarto. Os olhos dele buscaram os seus prendendo-os nos dele.

- Me perdoe pelo que disse na conversa que escutou. – Ele falou ainda sem aproximar dela.

Sabina sentou-se ereta na cama.

- Essa conversa de novo, milorde? Achei que já havíamos chegado a uma conclusão sobre isso.

- Uma conclusão que não te agrada. – Ele falou com a voz grave se aproximando da beirada da cama.

- Creio que as minhas opiniões não sejam de grande importância. – Sabina falou afastando o olhar do dele.

Ele se aproximou e sentou-se tão perto que levantou o seu queixo para que seu olhar encontrasse o dele.

- Não quero te fazer infeliz, Sabina. – Ele disse com a voz mais suave dessa vez, como se realmente se importasse com ela.

Sabina controlou a vontade de afastar o rosto, de se afastar dele. Não queria a pena dele, queria apenas que seu marido quisesse mais dela do que apenas uma esposa de nome.

- Sei que não tenho o direito de querer algo que você nunca me prometeu. – Sua voz saiu firme e agradeceu por isso.

Ele continuou acariciando o seu rosto com ternura.

- Eu não deveria ter limitado nossa relação, Sabina. – Aquelas palavras ditas com a voz grave fizeram com que Sabina. arregalasse os olhos.

- Não quero que se sinta obrigado... – Céus, nem conseguiu terminar a frase. Não queria que ele se sentisse obrigado, queria que ele viesse até ela por escolha própria, por querer o mesmo que ela.

Ele sorriu, um sorriso de canto de boca que desestruturou todo o seu autocontrole.

- Eu que sou burro o bastante por não te dar o que você merece. Sei que na maioria das vezes eu posso ser frio ou distante, mas isso está ligado a mim, como uma característica minha. Talvez tenha sido pela maneira como fui criado. – Ele continuou acariciando o seu rosto enquanto mantinha o seu olhar cativo do dele.

- Quero que tenha certeza de uma coisa Sabina, tu és importante para mim. Joalin e você são as coisas mais importantes da minha vida, e eu não quero de forma alguma que você seja infeliz. –  Sabina abriu bem os olhos diante dessas palavras enquanto não conseguia buscar as suas próprias para responde-lo.

- Eu quero tentar, carinho. – Ele falou mais uma vez, ainda acariciando seu rosto. Um dedo dele delineou os seus lábios enquanto ele se aproximava mais.

Ele parou a alguns centímetros da sua boca, e focou os olhos negros nos seus.

Uma alegria enorme tomou conta de Grace, seu frio conde estava por fim derretendo-se.

- O que está esperando? – Perguntou a ele se aproximando mais.

Ele continuou lhe observando como se buscasse algum incentivo da sua parte.

Sabina segurou a lapela do roupão que ele usava e disse ousadamente:

- Beije-me, Noah.

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FINALMENTE NOAH BABACA URREA.

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionWhere stories live. Discover now