18. O mordomo

410 41 16
                                    

OUTUBRO DE 1836,

"VOCÊ NÃO DEVERIA ESTAR AQUI."

Passando por um corredor do castelo e com Oliver o seguindo, Sam viu Owen entrando em uma das salas de visita do castelo. Ele se se sentia curioso quanto àquele homem, os outros que participavam das reuniões com Dean no porão eram os funcionários da empresa de transporte ou administradores do ducado, mas qual seria a relação de Owen com Dean? Ele não trabalhava ali, mas parecia ser próximo de Dean e da duquesa, pois viera assim que soubera sobre o estado de saúde dela e voltava todos os dias para saber como ela se encontrava.

- Qual é a relação de Owen com Sua Graça? – Sam indagou à Oliver, como quem não quer nada.

- O Sr. Maxwell é como um segundo pai para o duque. – Contou Oliver, enquanto os dois seguiam para a cozinha. – Ele e a Sra. Clio praticamente criaram Sua Graça depois da tragédia que tirou os pais dele, trabalhou como mordomo do castelo por anos e anos, mas aposentou-se há cinco ou seis anos. Fazia algum tempo que eu não o via por aqui, ele parece ser muito amigo da duquesa e sempre fazia bem a ela vê-lo aqui.

Aquilo era algo curioso. E o instinto investigativo de Sam já começava a traçar hipóteses e tramas. Talvez Owen pudesse ajudar Sam de alguma forma a conhecer mais o passado de Dean e encontrar uma forma de obter o perdão dele depois que revelasse o motivo da sua presença ali. Sam não iria entregar Dean à Coroa, isso já estava decidido.

- Sabe dizer por quanto tempo ele trabalhou aqui? – Sam indagou.

Oliver permaneceu em um silêncio pensativo por alguns passos.

- Ele é tão velho no castelo quanto a Sra. Clio. – falou ele. – Alguns dos criados mais velhos dizem que ele já trabalhava aqui quando chegaram, então acredito que ele deve ter sido admitido quando o pai de Sua Graça assumiu o título e se mudou para Boyce Castle com a esposa.

Sam assentiu.

- Ele deve ter visto Sua Graça nascer, então. – comentou ele, despretensioso.

- Ah, sim, com certeza. – Oliver concordou. – Dizem que a duquesa teve muita dificuldade para engravidar no início do casamento, Sua Graça foi uma benção muito pedida por todos ao redor. A Sra. Clio conta ter feito dezenas de novenas para que Suas Graças concebessem um herdeiro. Depois dele, não veio nenhum outro filho para o casal.

- Como era o antigo duque? – Sam indagou enquanto começavam a descer a escadaria para a cozinha.

- Tão frio quanto o filho. Cabeça quente e impulsivo. – falou o criado. – Eu era uma criança apenas e vivia no castelo com minha mãe, que trabalhava como camareira, e me lembro de ouvir as conversas sobre as agressões de Sua Graça contra a esposa.

Bem... talvez Dean tivesse de quem herdar sua personalidade impulsiva, então.

Devido ao estado de saúde da duquesa, que continuava em coma, todos os criados estavam parecendo fora de seu estado normal – e Sam também se sentia assim, embora por outro motivo –, então a reforma do castelo tinha sido pausada até haver uma melhora dela, era o que todos esperavam, e os criados tinham voltado aos antigos hábitos de polir a prataria diariamente enquanto a corrente de oração conduzida pela governanta continuava firme e forte por horas à fio na cozinha e na copa do castelo. Sam participava quando podia, mas passava a maior parte do tempo por perto da torre sul para obter notícias ou do escritório de Dean para saber como ele estava. 

 

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
O amor do agenteWhere stories live. Discover now