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P.O.V Noah Urrea

Encarava a parede de vidro a minha frente, que dava a visão mais linda de Toronto, as luzes da cidade deixavam tudo lindo, parecia um céu estrelado, o qual no verão ainda era possível ver.

Estamos no começo do inverno e os primeiros vestígios de que a neve não vai demorar à vir, estão aparecendo. É minha época preferida do ano e de Sina também, sei disso, pois, ela sempre amou viajar para Stanford no natal. Ela sempre amou minha cidade natal, mesmo não nascendo lá.

— Hey, cara. – me virei a tempo de ver Josh, atravessar a sala vindo em minha direção.

— O que faz aqui?

— Wow, calma aí! – o mesmo se recostou a parede ao meu lado. — Você saiu correndo após o jogo, fiquei preocupado.

— Encontrei eles. – ele arregalou os olhos e ficou tenso. — Estão em uma fazenda no interior.

— E aí? Sina jogou merda de vaca em você?

— Que?! Não! – ele riu, encolhendo os ombros.

— Era o que você merecia. – dei as costas para ele, seguindo rumo à cozinha.

— Eu já me culpo o suficiente, não preciso de ajuda.

— Engraçado, você disse a mesma coisa quando estava alucinado com seus amigos ricos e que colocaram na sua cabeça que Sina e seu filho eram um entulho para sua fabulosa carreira. – o encarei, esperando-o terminar de jogar as verdades em minha cara.

— Terminou? Porque se não, termina logo e dá o fora. Se não vai ajudar, não atrapalha. – abri a geladeira, à procura de algo saudável que minha mãe sempre deixava preparado para mim após suas visitas.

— Tudo bem, desculpe. O que ela fez? – coloquei o pote dentro do micro-ondas.

— Ela me chutou de lá. – ele riu. — E disse para não aparecer.

— E, o que você fez?

— Disse que iria, mas que voltaria. – dei de ombros.

Entendo que Sina não queira me ver nem pintado de ouro, mas, Chase não merece crescer sem o pai, mesmo que o pai seja um filho da puta que não o merece.

— Como ela está? Sebe... fisicamente? – joguei o pano de prato que estava em cima do balcão em sua direção.

— Vá à merda. – ele riu. — Ela está linda! – disse e ele revirou os olhos.

— Isso ela sempre foi. – estreitei meus olhos para ele.

— E, gostosa... Chase fez bem para ela. – disse por fim e me virei para pegar minha comida.

— Você vai lá amanhã? – assenti, dando a primeira garfada na comida. — Posso ir? – dei de ombros. Talvez, com Josh junto, Sina seja mais receptiva.

— Vou sair cedo, leva umas duas horas para chegar lá e eu quero resolver isso logo. – termino de comer, colocando as louças sujas na pia.

— O garoto do telão era Chase? – assenti, me lembrando de seus fios castanhos. — Ele é a sua cara.

— Sim, ele tem meus olhos e o nariz fininho de Sina. – sorri, me lembrando do garoto. — Eu vou deitar, cara. Sabe se virar. – fizemos nosso toque.

Estava olhando para o teto a mais de duas horas e, a única coisa que me vinha em mente era Chase, Sina e Bailey. Não conseguia acreditar que ele ainda estava cercando ela, mesmo depois de cinco anos, ele continua na mesma.
                               

Last Love | NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora