Sugar Daddy - Capítulo 08

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                 M O N I Q U E

                 M O N I Q U E

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 — Diz uma coisa pra tia aqui

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— Diz uma coisa pra tia aqui... impressão minha ou tá rolando o maior climão entre você e o Governador?
Me sobressalto dando de cara com Bruna no batente da porta me encarando.
Essa não.
— É impressão sua mesmo, ele só apareceu para buscar o celular dele que estava comigo. — termino de retirar o vestido e me jogo no sofá.
— Não foi o que pareceu — se senta ao meu lado — O Gabriel e o Kleber são amigos e pelo que eu sempre vi do Gabriel, ele não se daria o trabalho de buscar um simples aparelho por ai se a pessoa não fosse importante.
— O que você quer dizer? — me viro as pressas.
— Quero dizer que ele nunca se importou com essas coisas não amiga. Ele é determinado e calculista, nunca vi ele se dá o trabalho de aparecer a essa hora na casa de alguém, principalmente se esse alguém for uma mulher.
— Isso é loucura. — digo estupefata.
Que eu estava me sentindo atraída por ele não seria nenhuma novidade mais... o contrario? Não, não podia ser, como um homem daquele iria ter olhos para mim? Nunca.
Eu já tinha minha resposta quando o abajur foi aceso e eu vi o que eles estavam fazendo naquele lugar, era óbvio. Aquela mulher sim pareceu ser seu tipo, ela era bonita, rica, elegante e divinamente loira. Eu seria muito idiota se me comparasse a ela.
— E é mesmo, o Kleber vai adorar saber dessa. — pulo encima dela, impedindo ela de pegar o celular.
— Não se atreva... — ameaço e a vadia ri.
— Ora, veja só... quem te viu quem te vê. — solto ela — Ficou nervosinha é por quê deve.
Lhe olho com irritação, era óbvio que ela queria me provocar e eu caí. Mas minha amiga podia ser tudo, menos idiota.
— Não seja idiota. — me levanto as pressas indo até a cozinha toma um fôlego longe dela.
Abro a geladeira tirando de lá a jarra com água e cubos de gelo e colocando sobre o balcão.
Franzo o cenho me deparando com uma pilha de correspondências empilhadas na mesa, pego uma delas analisando.
— Amiga? — chamo e ela para em minha frente.
— O quê? — lhe mostro as cartas — Ah isso chegou pra você assim que você saiu.
— Por quê não me avisou? — pego uma faca e abro.
— Estou avisando agora. — reviro os olhos com a ousadia dessa folgada.
 Fico surpresa pelo conteúdo e abro as outras ainda sem entender de onde vinham essas cobranças todas de uma vez. Bruna retira o copo da minha mão e senta junto comigo na mesa verificando o restante dos papéis espalhados.
— puta que pariu.
Verifico novamente uma a uma tendo realmente a certeza de que não parecia uma pegadinha. Só podia ser brincadeira.
— Isso é impossível. — digo surpresa, ela me olhava sem entender tudo aquilo, tão confusa quanto eu.
— Amiga como você gastou toda essa grana? Caralho, é dinheiro pra caramba.
Olho pra ela perplexa.
— Não faço a mínima ideia, nem cartões eu tenho pra você entender o quão fodida eu tô.
— E agora?
— Eu não sei. — digo desnorteada — mas ao que tudo indica eu fui roubada. E agora tenho vinte dias para pagar eles ou eles tomaram meu apartamento de mim.
— E você vai pagar né?
— Claro que não sua louca, onde que vou achar 90 mil reais assim, pirou? Tenho nem dez centavos.
Vou até a sala desesperada lembrando das únicas pessoas que podiam ferrar minha vida, procuro desesperada nas gavetas por minha agenda com o antigo número dos meus pais, era provável que ainda usassem o mesmo chip. Disco as pressas o número da casa e nada... chama, chama e ninguém atende só dá caixa postal.
— Tá ligando pra quem?
— meus pais. — sussurro de volta.
Um, dois, três toques novamente e nada, disco o número do Mauro as pressas mas também não dá em nada, esse nem chama.
Caixa postal também.
Onde eles se enfiaram que não conseguem se quer atender a droga do telefone? Principalmente em um caso como esse. Que droga.
 Completamente sem saída e desesperada me vejo indo até o quarto já puxando a mala de cima do armário.
Não podia esperar um ou dois dias por uma resposta, estava disposta a largar tudo para ir atrás deles, precisava descobrir o que haviam feito para sujarem meu nome daquele jeito a ponto de me fazer perder minha própria casa.
— Amiga onde você vai a essa hora da madrugada? — olho pra Bruna de lance da porta do quarto enquanto jogava minhas coisas na mala.
— Resolver essa questão das cartas amiga. Não posso perder meu apartamento, ele é a única coisa que eu tenho.
Já estava cansada deles sempre fazer esse tipo de coisa enquanto eu estava sempre tentando ser uma boa filha acobertando seus erros, mas dessa vez meus pais foram longe demais. Coloquei o apartamento no nome deles como uma forma de segurança, eu não tinha muita coisa mais fiz o que pude para comprar esse lugar pra eles destruírem tudo assim em segundos principalmente se o Mauro estiver envolvido com quem não presta de novo.
Fui até a cômoda escolhendo as roupas mais quentinhas e arrumei tudo dentro da mala.
— Amiga me deixe te ajudar. — me viro olhando pra ela.
— Obrigada amiga, mais eu sei o quão duro você dá para ter suas coisas. Não posso te pedi algo no qual nem você poderia me ajudar. Meus pais foram longe demais dessa vez e eu preciso primeiro ter a certeza de que realmente foram eles antes de toma qualquer decisão.
— Caramba, eles não param nunca né? — o olhar dela foi direto para a mala já pronta estendida na cama — tem mesmo que ir?
— É o que parece, mas darei um jeito de voltar assim que eu resolver esse b.o.
Volto minha atenção para a mala, levei apenas o que eu achava que seria o suficiente para alguns dias, não voltarei pra casa até que esse assunto estivesse resolvido.
Pelo canto do olho vejo minha amiga se afastar, nós mal tivemos tempo de conversar sobre o que aconteceu com ela quando vi meu mundo virar ao avesso.
Era uma droga mesmo, no meu primeiro dia de trabalho além de ter sido levada do céu ao inferno por aquele governador cretino ainda acabei endividada, excitada e praticamente desempregada já que não comparecerei amanhã no escritório. Duvidava muito que depois de hoje o Gabriel ainda me quisesse lá.
Fecho a mala e arrasto ela até a sala onde Bruna já me esperava acompanhada. Franzo o cenho sem entender como havia chamado alguém tão rápido.
— Você? — paro com a mala na metade
Ela segurava a mão do Kleber com um olhar hesitante em mim, Essa garota não tem jeito.
— Boa noite Monique. — me cumprimenta.
Cruzo os braços sobre o peito olhando diretamente para ela.
— Boa noite Kleber, o que faz aqui a essa hora? — desvio o olhar dele para ela esperando pela resposta — E ai gente, ninguém vai falar nada não? Vieram me contar sobre o que aconteceu mais cedo e você apareceu aqui naquele estado?
— Eu pedi pra ele vim. — diz descaradamente. Ótimo.
— Pediu é? E pode me explicar o por que? — aponto para o quarto — A minutos atrás você estava toda tristonha e não pense que eu esqueci o jeito como você apareceu aqui não! Estava indo resolver meus problemas mas não pense você que não conversaríamos sobre o que aconteceu hoje cedo.
Solto tudo indignada, onde já de viu!
— Amiga eu preciso te conta uma coisa — ao lado dela vejo Kleber arregalar os olhos e virar pra ela me dando as costas.
— Não precisa não, tá maluca? Ela pode estragar tudo.
Estragar tudo?
— Ela precisa da gente.
— O quê que eu vou estragar? — ousei perguntar.
Mas eles não responderam, ficaram por alguns segundos em silêncio enquanto ainda se encaravam. Foi quando Kleber finalmente quebrou contato e foi o primeiro a falar.
— Monique, ouça bem eu adoro sua amizade com minha Bruna, vejo o quão bem faz a ela, doeu muito envolver ela em meus negócios, são muitos riscos e não quero ser o responsável por você também, não me entenda mal.
— Kleber... você prometeu ajudar — vejo minha amiga choraminga.
— E vou pequena, mais envolver uma pessoa como ela a essa altura do campeonato é dá um tiro no próprio pé.
Do que eles estão falando? Me aproximo até fica perto o suficiente para eles me olharem.
— O que tá acontecendo aqui? — eles se entreolham antes de chegar até mim.
— Monique... — não olho para ele.
— Amiga eu vi seu desespero e pedi ao Kleber para te ajudar.
— Me ajudar? Como? — perguntei curiosa.
— Mas tem uma coisa que você precisa saber antes — ela segura na minha mão e me arrasta até o sofá onde sentamos juntas ainda de mãos dadas.
— Vou está no corredor. — viramos o rosto para encarar Kleber que já estava na entrada da porta.
Pisco algumas vezes voltando minha atenção pra ela.
— O que eu preciso saber Bruna? — lhe aperto forte.
— Amiga quero que saiba que independente do que eu diga, saiba que eu pensei nisso em um ato desesperado para te ajudar.
Cada palavra dela me faz arquejar.
— Fala logo.
— Sou uma Sugar Baby.
QUE?
— O que é isso? — ela me olhava sem acreditar.
— Como assim o que é isso? Em que planeta você vive Monique? Deus do céu...
— Fala o que é então ou vou olhar na internet... e pela sua cara e toda aquela discussão com seu boy magia eu prevejo que não é coisa boa.
— Não, não é. — suspira — Eu faço sexo por contrato com uma pessoa e ganho uma grana preta por isso.
Me levanto no susto.
— Você é prostituta? — não acredito que isso saiu mesmo da minha boca.
— Não! Não sou uma prostituta, tá maluca?
— O que é isso então? —dessa vez volto a me sentar, estava chocada demais para permanecer de pé antes.
— Prostituta fica com um e outro por ai para ganhar uma merreca, eu não. — se explica — Foi difícil esconder isso de você durante esses anos e está sendo ainda pior agora, estar aqui diante da única família que eu tenho e dizer toda essa merda que a minha vida é. Mas você precisa de ajuda e eu quero muito te ajudar.
— Entrei nessa merda ainda na faculdade, estava difícil estudar o dia inteiro e trabalhar no bar a noite toda pra no final do mês não sobrar quase nada e ver as coisas falta dentro de casa, foi muito difícil Monique, não pense que não foi.
Estava cansada e perplexa com tudo isso, ainda lhe olhava quando recostei a cabeça no sofá esperando que continuasse.
— Vez ou outra no bar aparecia um ou dois playboys me chamando pra sair, eu rejeitava é claro. Até um dia a luz de casa ser cortada — continua — me vi desesperada sem saber o que fazer e sabia que breve seria a água, foi quando eu aceitei. Sai com apenas um e então tudo começou, comecei a aceitar sair com os "playboys" que me ofereciam grana no final do expediente para sair com eles, no começo eu era tímida e fazia por necessidade mais depois aquilo começou a se tornar diversão para mim também — ela sorri — foi em uma dessas noites que conheci o Kleber, a princípio me deu um tesão vê-lo de primeira-ministra, mas ele era apenas um amigo importante do dono do bar que eu tinha que servir e tratar bem.
Suspira.
— Conversa vai, conversa vem... ele acabou descobrindo o que eu fazia no final do expediente e ameaçou me por na rua se eu recusasse sair com ele. — gargalha — A princípio achei loucura e jurei faze-lo pagar pela ousadia de ter me chantagens, mas ele foi tão gentil comigo e todos os dias ele me acompanhava até minha casa, eu suspeitava que era uma forma de me manter afastada dos caras... e numa das noites em que saímos eu acabei contando a ele o por que eu fazia aquilo por necessidade e no dia seguinte quando eu menos esperei ele já tinha pago minha conta de luz.
— Então vocês dois são amigos? — ela ri diante da minha pergunta.
— No começo sim, ele só queria ser um bom homem comigo... até eu descobri seus podres, nesse dia ele ficou realmente puto comigo, estava transtornado pela minha invasão e foi quando eu esperei que se acalmasse e beijei ele.
— Você é doida.
— Foi ai que ele me propôs isso, sou a sugar baby dele, ele cuida de mim, me protege... e eu sou só dele.
— Só dele, tipo... exclusivos?
— Sim, exclusivos. O Kleber trabalha no ramo da política a muito tempo e pensei que talvez pudesse te ajudar apresentando você a alguém que também estivesse disposto a ajudar você.
— Nem pensar, tá maluca? — me levanto as pressas indo até o corredor chamando o Kleber pra dentro.



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