Capítulo 4 - Nem Pensar.

64 11 0
                                    

【AVISO: A fanfic a seguir contém cenas de gatilhos, violência, palavras de baixo calão e abuso】


☂️☂️☂️


Pov. JungKook

Minhas mãos estavam presas. Meus pulsos doíam muito pela força que eu tentava exercer para me soltar. Minha boca estava tampada, minha visão nublada, tentando acostumar-me com a pouca luminosidade. Eu estava em uma cadeira. Uma cadeira de madeira que fazia conjunto com outras cinco, por fim com a mesa de madeira escura. Agora aquela cadeira me amedrontava como o inferno. Meus pulsos estavam presos por uma corda forte, a boca tampada com fita adesiva e os pés também presos. Assim que minha visão se ajustou, pude ver onde estava. Um porão, escuro com apenas uma luz no teto. Pisquei várias vezes e me encolhi assim que vi o homem desconhecido andando pelo cômodo, tentei fazer algum barulho.

— Shhh – ele aproximou-se de mim – Vamos apenas nos divertir.

Eu queria correr, gritar. Meus pelos estavam eriçados, tudo aquilo gritava que algo muito ruim viria a seguir. Olhei para os lados e achei as pessoas que faziam parte da minha família. Minha irmã, os cabelos longos e de cor escura, a pele brilhante, agora sem cor. Minha mãe de cabelos da mesma cor, na altura dos ombros, chorava; totalmente em choque. Meu pai desacordado junto da garota mais nova. Direcionei meu olhar para a mulher mais velha e gemi, tentando chamar sua atenção. Talvez pudéssemos fazer algo e escapar dali. Ela estava em choque, pobre coitada.

— Com quem começamos? – ele perguntava a si mesmo.

A irmã mais nova acordou, chorando e se debatendo como um peixe que sabia que seria abatido. O homem deu um sorriso sádico, andou até ela de maneira calma e segurou seu queixo, apenas lhe dando uma olhada. Antes que qualquer um pudesse fazer algo, uma faca afiada da nossa cozinha que parecia sempre um lugar feliz e aconchegante — havia sido enfiada na coxa direita da garota. Seu grito abafado preencheu o ar e todos nos encolhemos na cadeira. Agora o homem da família havia acordado; pensando no que diabos estava acontecendo.

— Agora é a vez do papai – sua voz saiu manhosa.

Os pequenos objetos que eram utilizados pelas mulheres da casa para fazer as unhas, foram enfiados em seus braços. O sangue escarlate saindo das feridas, pingando no chão. O homem se debatia e gritava – mas era praticamente inaudível para que alguém ouvisse e nos tirasse dali. Eu não queria nenhum deles machucados. Meu coração estava tão acelerado por conta do medo, a adrenalina percorrendo minhas veias. Uma tesoura de jardim estava em sua mão, brilhante e diabólica.

— Querida mamãe – ele se aproximou e tirou a fita de sua boca – Se gritar, suas preciosas crianças irão se machucar – aquele homem estava calmo, não era a primeira vez que fazia aquilo – Diga algo para o seu precioso filho mais velho. Diga a ele o que vai acontecer. DIGA. – ele gritou com raiva e nos encolhemos novamente.

— Querido – a mulher me olhou bem no fundo dos olhos – Feche os olhos. Nada de ruim vai acontecer, ok? Vai ficar tudo bem. A mamãe te ama – as lagrimas desciam por seus olhos – Eu te amo muito e sempre vou te proteger, mas você precisa ser um garoto forte também, ok?

Meus próprios olhos voltaram a se nublar pelas lagrimas. Meu coração agora acelerado também doía, eu faria qualquer coisa por ela. Qualquer coisa para salvá-la. Ela não merecia aquilo, não merecia algo tão ruim. Lembrei-me das vezes que fiquei doente e ela me trouxe sopa. Ou quando eu me machucava e ela fazia um curativo com band-aid colorido, me dava um beijo doce na cabeça e sorria. Das vezes que ouvi suas estórias para dormir.

Fix You 【JiKook】Onde histórias criam vida. Descubra agora