Capítulo 11 - Momentâneo.

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Capítulo 11 – Momentâneo.

Pov. JungKook

Sentei na frente da janela, encostando a testa naquele vidro gelado e permitindo-me observar a paisagem escura. Lágrimas grossas desceram pelas minhas bochechas um belo choro silencioso, enquanto o céu noturno sondava-me. Era isso? Eu não podia me dar ao luxo de deixar alguém entrar naquela confusão que era minha própria mente; eu não tinha controle de mim mesmo e não podia deixar que alguém soubesse das coisas. Fechei os olhos e respirei fundo. Eu era um garoto fodido, que não sabia lidar com nada. Park Jimin era como uma luz no final do túnel, mas eu não queria segui-la, por vários motivos. Um deles era que eu lhe arrastaria para a minha amargura e eu não queria destruir mais ninguém.

Eu não me achava o maior sofredor da face do planeta. Quem me visse diria isso, porém, o meu maior medo era arrastar alguém para aquilo, quando você tem demônios internos tão poderosos que te fazem perder o controle, teme pelo restante. E eu não queria comparar minha dor, mas duvidava que alguém conseguisse viver com a droga da minha maldição. Eu tinha memórias tão ruins, que fazia minha alma ser espinhosa e cheia de cicatrizes. Desejei morrer – não apenas uma vez, não queria continuar com aquilo; mas qual o motivo da morte? Não traria nada de bom para minha alma, não me faria mais relaxado. E bem, eu ainda era muito covarde.

Lembro-me de ser encontrado no banheiro com um estilete, já pensando em passar aquele pequeno objeto em meu pulso e esperar o sangue escarlate deixar meu corpo, levando os vestígios daquelas coisas horríveis. Da minha vida. Mas fui impedido e desisti, para falar a verdade, eu não ia fazer, fiquei com tanto medo do que estava do outro lado que não quis continuar. O que estava me irritando? Por que eu havia gritado com Park Jimin? Porque eu estava mudando. Eu não queria mudar, queria continuar naquela redoma, não queria ninguém metido nisso, porque machucava. Eu odiava as pessoas por esse motivo, elas achavam seriamente que podiam salvar as outras. Salvação? Uma palavra bastante nojenta no meu ponto de vista.

Engraçado como as pessoas acreditam que podem consertar as outras, como se fossem objetos. Eu não podia ser consertado, ninguém podia, havia coisas incrustadas nas almas de algumas pessoas, que seriam levadas para sempre, realmente como uma grande cicatriz. Voltei meu olhar para o apartamento, eu podia sentir seu perfume ali, podia ver seus olhos como se ele ainda estivesse na minha frente. Por que pessoas eram atraídas umas pelas outras? Como se as almas necessitassem de um conforto. Mas não, não era isso, era uma necessidade humana, ninguém queria ficar sozinho, ninguém queria ter que desfrutar da sua própria presença. Fora que quando se sente atraído, procura-se na pessoa uma perfeição que não existe, se cria expectativas gritantes, depois de algum tempo o sentimento morre e você a culpa por não ter dado certo, mas o erro foi seu desde o começo.

Eu havia cometido um erro e assumiria isso. Não podia deixar nada se estender, nem que eu tivesse que voltar à estaca zero. Eu tinha meus motivos e argumentos para minhas próximas decisões, era como jogar xadrez. E eu era bom nesse jogo.

(...)

Ajeitei meu capuz e senti o vento gelado soprar. Estava encostado na mesma escada que Park Jimin sempre ficava, esperava por ele e lhe diria tudo. Respirei fundo e ergui o olhar. E o problema veio. Park Jimin andando enrolado naquela garota, os dois sorriam e conversavam animados. Ótimo, ele conseguia ser mais idiota do que eu imaginava. Seus olhos vieram para os meus e bufei alto, totalmente incrédulo pela volta do casal.

— É, eu sei – SeokJin disse ao meu lado – Jimin é um idiota e eu quero soca-lo.

— Isso não é problema meu – disse em um tom monótono – Você não entenderia se eu dissesse algo agora.

Fix You 【JiKook】Donde viven las historias. Descúbrelo ahora