Fix You 【JiKook】

Capítulo 9 - Fervura.

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Minha respiração ficou presa dentro dos meus pulmões, parei no mesmo instante, olhando o conjunto de apartamentos a minha frente. Qual a probabilidade disso ser real? Eu podia ter enlouquecido realmente, porque não havia possibilidade nenhuma disso estar acontecendo. Não agora. Park Jimin correu para o meu lado, parando e me encarando com o semblante franzido, ele não estava entendendo nada, por mim ele não entenderia, não precisava. Nem eu mesmo queria relembrar daquilo.

- Kookie - continuou com a voz manhosa - Eu te fiz uma pergunta.

- Vá embora - disse alto e raivoso - Ou vou chamar a polícia.

- Não é assim que se trata os velhos amigos, pirralho - bufou - Eu só queria conversar.

- Velhos amigos? - Park Jimin arregalou os olhos - Jeon JungKook, o que está acontecendo?

- Aliás - o outro garoto se meteu - Eu gostei da pequena mudança no seu nome, ficou bom.

- Quantas vezes - encarando o garoto em seu um metro e oitenta - Eu terei que te mandar embora?

- Não estou entendendo - Park Jimin sussurrou pra mim - Quer que eu chame a polícia?

- Não precisa - o outro disse erguendo as mãos - Mas essa conversa não vai ser adiada, Jeongguk.

- Não me chame assim - disse entre dentes.

Seu sorriso era de escárnio, provavelmente se divertindo com a minha irritação. Era como ver um fantasma de alguém que eu até mesmo havia esquecido que morreu. Seus ombros mexeram, dizendo que não estava desistindo daquilo, então virou e caminhou lentamente, sumindo algumas quadras depois. Meus olhos perfuravam suas costas, apenas para confirmar que ele havia desaparecido dali. Soltei o ar e puxei o capuz, queria mesmo mudar de planeta para esse tipo de coisa nunca acontecer. Estava pensando seriamente que precisava de um café, quando fui retomar meu caminho e Park Jimin me olhava de uma maneira indecifrável. Ótimo, mais uma pessoa que eu teria que explicar algo. Eu podia apenas mentir, ele não saberia.

- Não venha com uma enxurrada de perguntas - massageei minhas têmporas - Não agora.

- Eu não ia perguntar nada - deu de ombros - Eu só quero saber uma coisa, se possível.

- Apenas cuspa - fiz sinal com a mão.

- Eu preciso me preocupar? - ergueu uma sobrancelha.

- Se preocupar? - soltei sarcástico - Com o quê?

- Bem, você parecia mesmo irritado com a presença daquela pessoa - mordeu o lábio envergonhado - E você não parece ser do tipo que faz amigos, então eu achei que podia ser um perseguidor.

- Ele não me persegue - revirei os olhos - Quero dizer, só quando quer me irritar.

- Não estou entendendo - Park Jimin franziu o cenho.

- Venha - comecei a andar - Vamos subir.

- Vai me convidar pra entrar? - disse perplexo.

- Eu falei pra entrar, não foi? - quis soca-lo, aquilo não era exatamente grande coisa, ou era? - Eu sinto que você ficará criando ideias se eu não lhe disser o mínimo.

Subimos em silêncio. Busquei as chaves no meu bolso e abri a porta, ganhando um miado alto do pequeno gato. Na verdade, aquele bicho ficaria enorme, pois em alguns dias já devia ter crescido alguns centímetros. A surpresa veio quando o felino se passou em Park Jimin, como se eles fossem velhos amigos, deixei os olhos em fendas e o garoto corou, endireitando-se com o gato no colo.

- Quando eu te trouxe aqui - sorriu - Fizemos amizade. Acho que ele ficou contente por eu ter ajudado seu dono.

Maravilha. Até meu gato ficaria rastejando atrás daquele garoto. Disse que trocaria de roupa e voltava em alguns minutos, antes de ir, coloquei uma chaleira de água para esquentar e caminhei até meu quarto. Fechei-me lá dentro, suspirando cansado. Aquele dia parecia não ter fim, puxei o moletom pela cabeça e senti um alívio gritante, assim como foi ao tirar a camisa do uniforme escolar. Minha pele agradeceu, pois estava muito quente ainda, eu torcia internamente pela chegada do inverno, seria mais agradável do que andar em um calor de trinta graus com um moletom negro e pesado. Busquei no guarda-roupa, uma camisa de tecido fino e mangas compridas, encontrei uma escura e coloquei, tirando as calças e colocando um jeans surrado que eu costumava usar em casa. Saí do quarto e encontrei Jimin sentado no chão, com o gato pulando nele e lambendo-o.