Capítulo 32

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A primeira coisa que ela percebeu foi o som do bipe. Era irritante e ela virou a cabeça na direção de onde vinha, sentindo-se pesada e cansada. Sua mente estava confusa e ela lutava para se lembrar de qualquer coisa. A única coisa clara para ela era que o bip e o zumbido das máquinas e o flashe das luzes fluorescentes a incomodavam, e os cobertores ásperos e o colchão fino não eram dela. Fazendo um som baixo de aborrecimento, ela tentou se mover, deixando escapar um som ainda mais alto de aborrecimento quando percebeu que não podia. Ela se sentia oprimida, embora não pudesse sentir seu corpo, e estava muito relaxada para realmente pensar nisso. Tudo o que ela podia ver era uma luz avermelhada, com formas piscando e padrões giratórios, e conforme sua mente lentamente se arrastava da inconsciência, mais ela percebeu que não deveria estar ali. Deixando escapar um suspiro suave, ela cantarolou de frustração.


Um farfalhar chamou sua atenção e, apesar do peso em suas pálpebras, ela as abriu, seus ouvidos pinicando com o som de alguém se aproximando da cama. O som de sapatos rangendo no chão de ladrilhos e o rangido de metal quando algo foi agarrado. "Ei, shh, não se mova. Você está bem," uma voz gentil a tranquilizou. Em sua confusão, ela não conseguia identificar o tom calmante, mas ela sabia que conhecia a voz.


E então ela lembrou, e ela soltou um suspiro de alívio, sua respiração um sussurro fraco e sua voz uma rouquidão quando ela falou. Teria sido doloroso se ela pudesse sentir alguma coisa. "Sam."


"Sou eu," a outra mulher respondeu suavemente, uma mão quente roçando sua cabeça. Pálpebras pesadas se fecharam enquanto o vórtice de cores e redemoinhos continuava, e ela cantarolou com a sensação de dedos quentes contra sua testa. Eles estavam quase quentes o suficiente para queimar, mas era bom por algum motivo. "Você deu um susto em todo mundo. Alex está aqui e Eliza. Elas provavelmente estarão de volta em breve."


Os nomes vagamente registrados em sua mente, mas ela prestou pouca atenção a eles enquanto tentava dar sentido a tudo. Não eram os nomes que ela queria ouvir. Havia outro nome que ela se agarrou, escapando dela nas bordas de sua mente, e era frustrante, fazendo-a franzir a testa, suas sobrancelhas se juntando enquanto ela tentava se lembrar.


"Onde ela está?" ela balbuciou, sua voz rouca soando dolorosa até para seus próprios ouvidos, uma tosse seca soando para seus próprios ouvidos. Ela sentiu como se estivesse gritando por horas e, embora não pudesse sentir a dor, ela sabia que sua garganta estava seca e áspera. Essa era a menor de suas preocupações no momento, enquanto tentava encontrar o nome que procurava. "Kara," Lena finalmente disse, o nome caindo ternamente de seus lábios com uma onda de alívio, e ela pareceu relaxar quando a frustração por não ser capaz de encontrar o nome foi aliviada, seu peito caindo quando ela soltou um suspiro raso.


Kara. Sua Kara. Ela deveria ter estado lá, acariciando suavemente o cabelo de Lena. Não que Lena não estivesse felizmente contente com a presença de sua melhor amiga, mas Kara deveria estar lá. Em sua existência desencarnada, sem visão ou capacidade de mover seu corpo pesado, a única coisa que passava pela mente de Lena era o nome de Kara. Ele se repetiu como uma de suas melodias que ela não conseguia tirar da cabeça. Kara, Kara, Kara. Onde estava sua Kara? Lena teve a sensação de inquietação de que algo estava errado. Ela sentiu que deveria saber também. Seus pensamentos estavam todos dispersos e confusos, e ela tentou romper a confusão que nublava sua mente, procurando respostas para suas perguntas.


"Ela está bem", Sam rapidamente a tranquilizou, sua voz tensa e cautelosa, "você - você se lembra do que aconteceu?"

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