Medo
Desespero
Apreensão
Beatriz Gasly se sente dessa forma ao ter que sair do Brasil às pressas. Ela tem um passado perturbador que a persegue constantemente, fazendo com que ela se sinta coagida. Beatriz nunca saiu da sua zona de conforto, e ao se...
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Às vezes funciona, mas às vezes não Talvez consertemos isso ou talvez não Às vezes, um coração pode afundar como uma pedra Até você encontrar um lar
Heartbreak Anthem – Galantes - (feat. David Guetta & Little Mix)
Passo a minha mão pelos meus fios de cabelo e sinto-me nervosa, mas tendo como principal o sentimento de desilusão. Esfrego as costas da minha mão livre em cada lado da minha bochecha e encaro a janela do local, observando o tempo cinzento ao lado de fora.
Tento abafar mais um soluço e deixo com que as lagrimas escapem livremente, não me sentindo capacitada em segura-las por muito mais tempo. Respiro fundo duas vezes e na segunda seguro o ar por quatro segundos, tentando a falha tentativa de acalmar o meu coração idiota.
Saio de dentro do boxe com a toalha em mãos e seco o meu corpo com cuidado. Dou alguns passos em direção ao enorme espelho e observo o meu corpo, observando as marcas arroxeadas espalhadas pelos meus braços, mas já imperceptíveis a distância. Penduro a toalha no pendurador e pego a minha camisa regata branca e a coloco sobre o sutiã de renda preta, logo colocando uma calça de couro cós baixo e os meus coturnos, jogando a jaqueta de couro sobre os meus ombros.
Pego a minha escova de cabelo e passo ela em meus fios pretos curtos, ajeitando eles da forma que gosto. Volto a encarar a minha fisionomia e fito os meus olhos verdes escuros, os percebendo tristes.
— Estou acabada — murmuro melancolicamente e coloco um gorro preto na cabeça, direcionando um último olhar em direção ao meu reflexo. Dou as costas para o espelho e saio de dentro do banheiro, tentando ser a mais silenciosa possível.
Dou alguns passos em direção ao outro cômodo e olho ao redor, vendo o local bem organizado, tudo aqui dentro transmite poder e isso de alguma forma me deixava satisfeita, mas agora não mais.
Vou em direção a poltrona lateral e pego a minha mochila, a abrindo e indo em direção ao closet, de onde retiro as minhas roupas, guardando na mochila e na pequena mala que mantenho ali.
Ajeito tudo em um curto período de tempo e quando termino fecho a mala e a coloco em um canto, logo me endireitando. Apoio as minhas mãos em minha cintura e olho ao redor, deixando a minha atenção cair sobre o corpo musculoso tatuado deitado sobre a cama apenas com uma cueca. Passo os meus olhos por toda a sua fisionomia e fito os seus fios ruivos revoltos, logo descendo o meu olhar para o seu abdômen tatuado, onde constato o teste de gravidez, fazendo-me lembrar o motivo de estar indo embora.
Aproximo-me da cama e retiro a aliança de noivado do meu dedo, colocando ela sobre a mesa de canto, onde também deixo o meu colar e a aliança de namoro. Direciono um último olhar a ele e me afasto, pegando as minhas coisas e minha carteira, saindo do quarto e encostando a porta.
Caminho pelo enorme corredor e paro diante das escadas, observando Marisa subir as escadas com roupas dobradas no braço. Pego a minha mala do chão e desço os primeiros degraus, observando a mulher parar diante a mim com o olhar confuso, mas triste.
