Medo
Desespero
Apreensão
Beatriz Gasly se sente dessa forma ao ter que sair do Brasil às pressas. Ela tem um passado perturbador que a persegue constantemente, fazendo com que ela se sinta coagida. Beatriz nunca saiu da sua zona de conforto, e ao se...
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Às vezes o silêncio guia nossa mente
Para se mover para um lugar distante
The Neighbourhood - SweaterWeather
Encosto a minha cabeça na poltrona e fecho os olhos, mantendo os movimentos com o braço, não parando por um segundo sequer. Estou exausto e sonolento, mas parece que outro alguém está ligado nos duzentos e vinte, já que não para de puxar o meu nariz por um segundo sequer.
— Papa, papa — Yasmin resmunga soltando o bico da sua mamadeira — Papa, pa — resmunga repentinas vezes e a encaro pedindo misericórdia, já que sinto que cairei no sono a qualquer momento.
— O que foi? Está sem sono? Ou resolveu tirar a madrugada para zombar da minha cara, mocinha? — Questiono e a pequena gargalha, parecendo concordar com a última pergunta, ao mesmo tempo que em faz pirraça com a minha cara. Deixo um pequeno sorriso escapar e levanto-me, ajeitando a pequena em meus braços e a cobrindo com a mantinha.
Vou em direção a porta do quarto e a abro, saindo com Yasmin em meus braços, indo primeiramente até o quarto do Simon, que por sua vez dorme pesadamente em sua cama com formato de dinossauro. Caminho até a lateral do quarto e pego a babá eletrônica, passando um rápido olhar pela sua expressão angelical.
— Boa madrugada, filho — desejo me curvando com a sua irmã nos braços e observo a pequena menina esticando as mãos e tocando nos cabelos encaracolados do meu menino. Afasto-me após alguns minutos e caminho em direção a parede de vidro, fechando as persianas, deixando apenas um vão para clarear o chão.
Encaminho-me em direção até a porta e saio de dentro do quarto dele deixando a porta apenas encostada e dirijo-me em direção as escadas ao lado da porta, subindo os degraus com a pequena em meus braços. Paro em frente à entrada blindada e digito o código, abrindo a porta em seguida. Aconchego a pequena em meus braços e vou em direção a pequena sala de vidro ali, onde entro.
Deito-me na rede e aconchego a neném em meu peito, enquanto passo as minhas mãos em suas costas tranquilamente. Yasmin agarra a minha camisa e aperta o tecido contra os seus dedinhos gorduchos, ao mesmo tempo, em que solta pequenos resmungos.
— Sério que você fará o papai fazer isso, filha? — Questiono a minha filha de nove meses e ela me encara com os seus lindos olhos azuis, parecendo concordar com a minha pergunta. Pego a chupeta dela sobre a mesinha e a ofereço, observando a minha pequena anjinha abrir a sua boquinha e aceitar a chupeta de bom grado — Será que eu, canto bem pra você. O que será que tu, ouves de mim? — Começo a cantarolar e sinto os olhos atentos da minha filha sobre mim — Será que eu, adormeço você? Ou será que és, um sonho pra mim? — Contorno o narizinho da minha pequena de olhos brilhantes e constato a mesma direcionando um pequeno sorriso por de trás da chupeta — Será que eu, me apresento a você? Ou será que, sabes tudo de mim? — Passo os meus dedos com cuidado sobre o seu cabelo ralinho e ouço um suspiro vindo dos seus lábios, fazendo-me perceber que a minha pequena já está sonolenta, com os olhinhos quase se fechando — Será que eu, sou bem bom pra você? Será que tu, serás boa pra mim? — Termino a canção e observo a minha menina com os olhinhos fechados, parecendo descansada.
