61 | vivian

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Onze de dezembro

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Onze de dezembro.

Eu tinha completado seis meses de gestação há três dias, mas mal tive tempo de me lembrar.

Hoje é o aniversário de Tayler, e eu me neguei completamente a deixar essa data passar em branco – afinal, ele preparou a minha festa praticamente sozinho, então não era mais do que a minha obrigação devolver isso.

Charli concordou em manter ele fora de casa durante a tarde, dando tempo o suficiente para Reeves chegar com o bolo que ele havia encomendado, Hacker foi buscar as bebidas e os salgadinhos, enquanto eu e Hall decorávamos a casa do melhor jeito que podíamos.

Não ficou digna de um aniversário de vinte e um anos, mas aquilo era o máximo que um bobão de quase dois metros de altura e uma grávida poderiam fazer.

─ Eles estão chegando! ─ Hacker gritou em um sussurro, se escondendo na cozinha.

Hall e eu nos abaixamos atrás do sofá, ambos segurando aquelas bombas de confete que são o inferno pra limpar depois. Mas quem vai limpar não sou eu, então tá tudo certo.

─ Char, pelo amor de deus, se você disser que prefere Dragon Ball do que Naruto, eu juro que termino contigo em dois segundos. ─ coloco a palma da mão sobre a boca, engolindo a risada. ─ Por que a casa tá toda escura? Eu hein, parece casa de morcego, credo!

Tenho uma crise de riso quando Tay tem um sobressalto e agarra o corpo de Charli quando saímos de nossos esconderijos gritando "surpresa!". Eu não poderia amar mais esse garoto.

─ Caralho, eu quase tive um ataque cardíaco, seus idiotas! ─ ele grita em retaliação.

Tay recebe abraços e beijos de todos nós, e eu me demoro um pouquinho mais do que o restante. Eu tinha tanto para agradecer, e tudo foi dito naquele abraço. Quando ele me apertou de volta, eu tive a confirmação de que aquilo seria para sempre, ou, pelo menos, o mais longe do que poderia durar.

Minhas bochechas estavam doloridas, mas eu simplesmente não conseguia parar de sorrir nem por um segundo. Meu olhar pulou por cada um deles, e eu não poderia ser mais grata por ter eles como amigos.

Hall foi o último para quem olhei. Estávamos bem, mais do que bem. Depois que soubemos que eu carrego um menininho, vinte e quatro horas não foram suficientes para a alegria em excesso que Hall armazenava. Ele comemorou por uma semana.

Dona Vanessa chegou a expulsar ele de casa um dia, dizendo que estava cansada da cara dele e que precisava de uma folga.

As coisas estavam de volta a onde pertenciam. Até mesmo a minha situação com Valentina havia melhorado; ela havia conseguido o auxílio da faculdade e, atualmente, está morando no complexo de dormitórios no campus. Eu não a via há três semanas, senão mais.

─ Terra chamando Vivian! ─ Hall estala os dedos na minha frente. ─ Você tá bem? Ficou quieta do nada...

Sorri para ele.

─ Estou bem, eu só... Estava admirando vocês. ─ ele me devolve o sorriso. ─ Acho que eu estaria perdida sem isso tudo.

─ Na verdade, você estaria muito bem resolvida, começaria as aulas em algumas semanas e não teria que se preocupar com quase nada. ─ ele diz. ─ Mas, sinceramente, eu agradeço muito por estar nessa bagunça com você.

Ele está certo.

Se eu não tivesse ido àquela festa com as meninas, eu não estaria grávida, não teria nenhum interesse em Bryce, não teria sofrido com crises existenciais e me achando um lixo por trair minha mãe daquela maneira. Mas, para ser honesta...

─ Eu não me arrependo de nada.

Só percebo que pensei em voz alta quando o sorriso dele aumentou. Ficamos daquela maneira, nos olhando fixamente por infinitos segundos, até ele suspirar e plantar um beijo terno na minha testa.

Estávamos nesse impasse há dias, mas tenho medo de estragar o que criamos se avançarmos o sinal de novo.

Foi ruim o suficiente na primeira merda.

─ Discurso! Discurso! Discurso! ─ fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi um coro de vozes.

Tay pegou sua garrafa de cerveja e bateu com ela em uma outra, fazendo um barulho de tilintar.

Nos reunimos em frente ao sofá, onde ele, dramaticamente, havia subido para discursar.

─ Primeiramente, eu quero agradecer à vocês por terem me dado a chance de os conhecer e os tornar meus amigos. De verdade, eu não sei o que seria de mim sem cada um de vocês. ─ seu olhar parou em Charli, que tinha os olhos brilhando. ─ Em segundo lugar, vocês realmente me assustaram quando eu entrei. Acho que o meu coração ainda está acelerado.

Todos nós rimos.

─ Eu poderia listar todos os motivos pelo qual eu amo cada um de vocês, mas acho que eu não seria capaz de terminar até o próximo verão. ─ ele sorri, limpando as lágrimas dos olhos. ─ Mas eu tenho certeza de que já disse isso para todos vocês, então, o meu discurso hoje é destinado para apenas uma pessoa. Pessoa essa que eu acredito cegamente que é o amor da minha vida.

Charli já estava chorando.

─ Eu te amo, Charli D'amelio. Eu te amo com todo o meu coração, e eu não me perdoaria se deixasse essa oportunidade passar. ─ Tay desce do sofá e para em frente a minha melhor amiga. ─ É muito desconfortável fazer isso com todo mundo me olhando, mas eu seria muito grato, e muito honrado também, se você deixasse de ser apenas a Charli D'amelio.

─ Você vai pedir a garota em casamento, Tayler? ─ Hacker grita, desacreditado.

─ Não, idiota! ─ ele revira os olhos. ─ Não hoje. Não se ela não aceitar ser a minha namorada primeiro.

─ Eu aceito! ─ ela grita. ─ Na verdade...

Os dois tiram as mãos dos bolsos no mesmo momento. Tay tinha uma caixinha de veludo vermelho entre os dedos, enquanto Char tinha uma preta.

─ Você é uma coisinha apressada, Tayler Holder! ─ ela diz, sem conseguir diminuir o sorriso. ─ Eu estava planejando dizer essas palavras assim que seu discurso acabasse, mas as coisas fugiram um pouquinho do controle.

Tay ri.

─ Tayler Holder, será uma honra ser sua namorada, e talvez futura esposa, não sabemos o que o futuro nos reserva. ─ ela abre a caixinha preta. ─ Mas apenas se você também aceitar ser o meu namorado.

Quando Tay, mais uma vez, secou os olhos com os dedos e então aquiesceu, todos os nossos amigos gritaram, pularam e comemoraram de todos os jeitos possíveis.

Se eles estão felizes, então eu também estou.

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𝗠𝗢𝗠'𝗦 𝗕𝗢𝗬𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗. Where stories live. Discover now