𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟸

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Amélia Montgomery

Já faziam duas semanas desde que minha tia morreu, tem sido muito difícil sem ela. Confesso que depois de tudo que aconteceu, minha ficha demorou um pouco pra cair eu não queria acreditar que estava sozinha. Depois de uns 3 dias, eu ainda não tinha achado comida e sinceramente eu não ligava, eu estava tão cansada, só queria desistir.

Mas acho que esse mundo de merda, queria me deixar viva por mais um tempo, porque eu acabei achando uma lojinha cheia de comida enlatada. Peguei o máximo que eu conseguia carregar e coloquei na minha mochila. Perto dali, achei algumas casas, resolvi ficar em uma por um tempo.

Não tive coragem de ficar andando por aí, por isso fiquei nessa casa, ela tinha tudo o que eu precisava.

[...]

Estava deitada no sofá lendo uma HQ, quando escuto alguém na porta, eu me desespero, não sei o que fazer. Até agora eu só tive que lidar com os errantes, e como a minha tia dizia, não é deles que temos que ter medo.

As batidas iam ficando mais fortes eu precisava saber o que eu ia enfrentar então peguei minha faca e fui espiar pela janela. Quando eu vi era uma mulher mais velha de cabelos cinzas bem curtinhos que estava esmurrando a porta.

- Ei menina, eu estou te vendo aí na janela - pronto agora eu me ferrei - abra a porta por favor aquelas coisas estão vindo pra cá.

Eu não respondi nada não sabia se ela era confiável, mas ela estava desarmada, tia Ellie gostaria que eu a ajudasse e eu não podia carregar o peso da morte de outra pessoa.

- Obrigada! - ela disse meio ofegante assim que eu abri a porta - Está sozinha? - ela perguntou 

Apenas concordei com a cabeça.

- Oh, meu nome é Carol e o seu? - eu não sabia se devia responder mas eu estava sozinha e essa moça, Carol, não parecia má.

- Amélia - respondi.

- Oi Amélia, a quanto tempo está sozinha?

- Duas semanas.

- Você era de algum grupo? - senti meus olhos se encherem de lagrimas, eu não queria lembrar do que aconteceu.

- Não, era só eu e minha tia e agora sou só eu - disse sentando no sofá segurando as lágrimas.

Ela me deu um sorriso triste se sentou ao meu lado e mesmo meio receosa colocou a sua mão no meu ombro, não sei porque mas isso me trouxe uma sensação boa, me lembrou minha tia...

Ficamos um tempo em silêncio até que ela puxou assunto.

- Olha, você não pode ficar aqui sozinha, eu era de uma comunidade onde moram pessoas muito boas, posso te levar até lá se quiser - sugeriu.

Não falei nada eu não sabia se devia confiar, poderia ser uma armadilha

- Amélia, eu... - a interrompi.

- Amy, ninguém me chama de Amélia  - falei e ela deu um sorriso sem mostrar os dentes.

- Amy, eu entendo, também não confiaria em uma estranha que quer me levar pra um lugar que eu não conheço - ela colocou sua mão no meu ombro, de novo - mas ainda existem pessoas boas nesse mundo e eu juro pela minha filha que estou te dizendo a verdade e que eu só quero te ajudar...

Eu sei que eu não devia confiar, mas eu estou quase sem comida e ela realmente me parece uma pessoa boa.

- Ok, eu vou com você - respondi e ela sorriu.

Ficou um silêncio de novo.

- Você tem uma filha? - eu que puxei assunto dessa vez.

- Eu tinha - ela respondeu, e eu me arrependi de ter perguntado.

- Sinto muito - disse um pouco baixo mas alto o suficiente para ela ouvir.

- Tudo bem - fez uma pausa e continuou - Bom já está de noite, coma alguma coisa e amanhã eu te levo pra minha comunidade - ela disse pegando um enlatado de dentro de sua mochila e me entregando.

Agradeci.

Depois que eu comi fui dormir, Carol disse que ia ficar de vigia, ela parecia legal e apesar de eu estar com um pouco de medo de ser uma armadilha eu estava ansiosa para conhecer essa tal comunidade.

Na manhã seguinte a Carol me acordou cedo e disse que quanto antes saíssemos daquela casa melhor, estou um pouco menos desconfiada dela agora, acho que se ela quisesse me matar já teria feito isso.

Arrumei minhas coisas e partimos. Depois de andarmos um pouco pegamos um carro, que por sorte estava com o tanque cheio.

Depois de mais ou menos uma hora e meia, chegamos em uma prisão mas ela estava em chamas. Olhei para Carol que parecia confusa com aquela situação, ela me mandou esperar no carro e foi em direção às chamas. Eu achei melhor fazer o que ela falou.

Ela voltou uns 10 minutos depois, ainda bem, eu já estava achando que ela tinha morrido.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Essa é a prisão, era aqui que meus amigos estavam - ela respondeu em um tom triste.

Ela me contou toda a história dessa tal prisão, do porquê ela não estava mais morando lá, e me falou que não achou nenhum de seus amigos. Carol disse que eles provavelmente foram atacados e devem ter fugido, mas não tenho certeza se ela realmente acreditava nisso.

Não podíamos continuar lá, as chamas estavam atraindo um monte daquelas coisas e o carro acabou a gasolina, então continuamos a pé.

Ela parou pra beber água, então resolvi perguntar algo que estava entalado na minha garganta desde ontem.

- Por que está me ajudando? - ela me olhou estranho como se eu fosse burra - Digo você podia simplesmente ter me deixado naquela casa, não tinha que me levar com você... - expliquei.

- Você é só uma criança não vou te deixar largada por aí sozinha - ela guardou a garrafa de água e continuou - além do mais eu gosto de você, você me lembra minha filha - sorri com a sua resposta como alguém que nem me conhecia podia se importar assim comigo.

Continuamos andando nos aprofundando um pouco mais na floresta, quando de repente ouvimos um bebê chorando, Carol saiu correndo e eu corri atrás dela.

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Não revisado

Oi gente!

Sim postei mais um capítulo hoje porque eu sou boazinha.

Tô muito feliz com os comentários de vocês muito obrigada de verdade <3
E desculpem por eu ter matado a tia da Amy mas eu precisava fazer isso pra ela conhecer a Carol.

Não esqueçam a estrelinha

Não sei quando sai o próximo capítulo mas provavelmente não vai demorar muito.

Beijos

FIRST LOVE | 𝑐𝑎𝑟𝑙 𝑔𝑟𝑖𝑚𝑒𝑠 (pausada)Where stories live. Discover now