um

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caindo.

eu sempre estive caindo.

ou melhor, caindo de um penhasco.

é engraçado que a minha versão pequena odiaria o cara que estou me tornando.

me desculpe pequeno eu, mas as coisas não são fáceis como pensei que era.

viver nesse mundo rodeado de gente, principalmente que não te entende, é cansativo.

se eu pudesse, voltaria há 10 anos atrás e diria para o meu antigo eu ser mais forte, que talvez ele não aguente a pressão e desista.

mas creio que se eu pudesse fazer isso, eu faria uma coisa primeiro.

lhe abraçaria.

e iria dizer: "Cara, ta tudo bem! Vai ficar tudo bem, ou esperamos que fique. Eu prometo que não vou te deixar, mas você tem que me prometer que não irá desistir ou pensar nisso!"

Por que continuamos?

eu sempre me fiz essa pergunta.

Por qual motivo continuo aqui?

sério, eu nem gosto de existir.

Sinto que estou ocupando o lugar de alguém, alguém que iria gostar daqui.

eu não gosto.

confesso que já tentei, até me divertir algumas vezes, mas a diversão se foi, querido eu.

só restou a dor.

o escuro.

e tudo que existe de ruim que me permitir sentir...

eu me pergunto o motivo pelo qual continuo nessa rotina que eu tanto detesto.

quando não gostamos de algo não fazemos ou mudamos aquilo, certo?

então eu deveria mudar?

deveria não ter mais essa rotina?

não. Eu não deveria mudar.

isso que deveria.

essa constante sensação de que não pertenço a lugar nenhum, e que tudo e todos não entende, me irrita!

querido eu, mude isso o mais rápido possível.

                           - alguém, apenas alguém.

Alguém, apenas alguém. Onde histórias criam vida. Descubra agora