quatorze

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A inquietação do meu ser talvez seja repugnante, mas nada o faça ele parar.

A perna tremendo vira-se mania e acaba sendo automático. O que me gera um certo desconforto as vezes, pois quando vejo lá está eu balançando a perna..

O suspiro ofegante é tão ruim, mas ninguém percebe, então não é um problema para mim...

Pobres unhas e peles dos dedos.

São mutiladas sem dó e piedade.

Talvez, vocês pudessem me aliviar e me manter calmo, mas não é isso que acontece.

A boca e seus lábios ensanguentados são como vinho derramado em uma roupa branca.

Não dói mais e nem arde.

Você se acostumou com a dor sabendo que ela não vai lhe causar mais nenhum dano, então você parte para a próxima.

A mutilação no braço não ajuda, nem que seja o mais fundo que você tenha coragem de ir.

Então você se encontra ali. Olhando fixo para o braço machucado e com cicatrizes passadas e com as atuais.

Não lhe aliviou e sabe disso, mas continua toda vez quando não encontra saída.

Chega a hora de dormir e você se encontra cansado, exausto do dia, das pessoas e de si próprio.

Talvez você pense que finalmente terá um sossego com a noite e seu silêncio reconfortante, mas você sabe que não terá.

A insônia lhe consome, a tortura de sua própria mente o sufoca e o aperto no peito volta.

E lá está você novamente, olhando para um teto em silêncio, pensando em tudo que sua mente o conduz... Lembrando de cada coisa, pessoas, momentos e muito mais... É chato, não é?

Você não encontra a paz que tanto queria e você pensa que é o seu fim.

Você acaba repousando depois de uma longa noite de pensamentos. E de manhã lá estará você. Com as olheiras mais profundas do seu ser.

- alguém,
apenas alguém.

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