Capítulo 3

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ANY GABRIELLY

Abri meus olhinhos e levantei da cama com cuidado, geralmente eu tinha pesadelos quase todas as noites, e grande parte dessas vezes caia da cama então as tias daqui haviam colocado um colchão extra ao lado da cama.

Peguei um vestido rosa rodado, meias que iam até meu joelho, uma sapatilha preta e alguns lacinhos -eu queria ter uma mamadeira, um bercinho talvez e bichinhos, mas as tias não deixavam por causa das outras meninas e porque geralmente as doações que recebiam eram pra manter esse lugar funcionando.

Então eu tinha apenas uma chupeta que usava para dormir, comecei a me arrumar e quando abri a porta Susanna e mais duas garotas que sempre implicavam comigo estavam ali.

-Sua retardada, onde pensa que vai? - Disse Susanna me empurrando com força e com isso bati minhas costas na lateral da cabeceira da minha cama e gemi com a dor.

Perdi o equilíbrio com o impacto do meu corpo com o metal da cama e cai com o bumbum no chão fazendo uma careta de dor e meus olhos arderam pelas lágrimas que se formaram.

-Me deixa quietinha, por favor - Pedi com medo tentando ir para longe delas.

-Nossa, nem fizemos nada e a belezona já vai chorar? - Zombou Rebeca se aproximando e puxando meus cachinhos, fazendo a maioria dos lacinhos caírem pelo quarto.

-PALA POR FAVOI! DOI, PALA COM ISSO -Gritei apavorada tentando soltar meu cabelo sentindo uma dor muito grande.

-Como quiser bebe chorão - A garota me jogou para trás e acabei batendo a cabeça na cômoda vendo tudo embaçado e rodando -Pegue ela meninas!

Quando finalmente consegui abrir meus olhos uma das meninas chutou a minha barriguinha algumas vezes e eu gritei de dor sentindo gosto de sangue na boca.

Tentei me debater e uma das garotas segurou meu rosto chutando a minha testa e gritei ainda mais pedindo, na verdade implorando para elas me soltarem.

Ouvi um som de porta batendo na parede, as meninas se afastaram e eu me encolhi com medo.

-QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO? - Gritou um moço loiro parado na frente da porta com uma expressão muito brava, atrás dele estavam vários moços com expressões preocupadas e Dona Clara.

Será que ele estava blavo comigo e quelia me machucar também?

Encolho-me ainda mais quando ele se aproxima de mim, eu não quelia apanhar mais.

-Naum, por favor moço, naum faz dodói em mim, a Ny plomete que se compoita e naum chola maizi, por favor...-Falei sentindo meu rosto molhado pelas lagrimas ainda tentando me afastar.

O moço bonito me encarou, e mesmo eu me encolhendo, ele ajoelhou-se na minha frente e me colocou no colo dele, porém ele acabou me apertando e minha barriguinha doeu.

-Olha pra mim pequena, por favor. Meu nome é Josh, Josh Beauchamp, e eu juro que não vou te machucar então não precisa ter medo, mas preciso saber onde está doendo, tudo bem?

O moço bonito falou, tirando o cabelo do meu
rosto que havia grudado porque eu estava chorando e me debatendo antes, devagar ele colocou minha cabeça apoiada nele e eu simplesmente deixei - Por favor, fala.

Eu ainda estava com medo, mas por alguma razão alguma coisa me fez confiar em Joshy, ele parecia que não ia machucar eu.

-Minha cabecinha tá dodoizinha moço e minha baliguinha também - Respondi com dificuldade gemendo de dor e com medo dele ficar bravo por eu estar reclamando - Por favoi não bliga com eu.

Minhas palavras pareceu deixa-lo surpreso e um pouco assustado, porem em seguida ele ficou mais calmo.

-Não, nunca faria isso pequena, está tudo bem agora, aguenta firme só mais um pouquinho e eu prometo que você vai ficar bem - Pediu Joshy me ajeitando mais confortável em seu colo e com isso meu me senti protegida e timidamente sorri.

As dores estavam mais fortes e eu não conseguia prestar muita atenção no que estava acontecendo, parecia que o Joshy e os outros moços-amigos dele eu acho-estavam falando com Dona Clara sobre me levar para o hospital.

E ela falou sobre contar o que eu tinha de errado? Eu não sei dizer, apenas me encolhi com medo.

-Pequena? Any o que foi pequena? - Perguntou o moço Joshy já dentro do carro comigo ainda no colo dele - Hey, não precisa ficar com medo de nada, está tudo bem, eu prometo que vou ficar com você o tempo todo no hospital.

-Por favoi não me abandona, eu julo que naum quelia ter isso - Pedi começando a chorar.

O encarei ainda com medo e chorando, ele com certeza iria embora quando soubesse a verdade.

-Do que está falando linda? - Perguntou Joshy me encarando parecendo com medo - Any, eu não vou a lugar nenhum, eu sei que está com medo, mas você precisa ficar calma, Lamar, pega a bolsa dela no banco de trás e faça a ficha dela na recepção com o Bailey, Noah, você vem comigo e o resto leva a Dona Clara para a sala de espera.

-Com certeza irmão, nos vemos lá dentro, fica calmo cara, ela vai ficar bem - Respondeu o tal Noah me encarando com um pequeno sorriso.

Eu ainda estava com medo, mas sorri de volta.

-Senhor Beauchamp, nós chegamos - Avisou uma voz na frente do carro - Precisa de ajuda?

A porta foi aberta e eu me encolhi com medo e um pouco de frio, Joshy me encarou puxando o paletó dele para me cobrir melhor.

-Vai ficar tudo bem agora Any, todos lá dentro são médicos muito legais e eu prometo que vão cuidar muito bem de você lindinha - Prometeu sorrindo ao sair do carro comigo no colo.

Eu sorri então alguma coisa chutou meu estomago e eu sei que tinha prometido me comportar, mas estava doendo muito.

-AAAAHHHHH DODOI! - Gritei apavorada virando o rosto sentindo um gosto estranho.

-Josh, o que aconteceu? - Perguntou um dos amigos dele que eu não sabia o nome.

-PORRA ELA VOMITOU SANGUE? - Berrou Joshy me assustando - Merda, desculpa pequena, você está piorando.

-Cala a boca e leva ela pra dentro seu imbecil, alguém ajuda a gente aqui! - Berrou outro amigo do moço bonito.

-Para de gritar desse jeito Bailey, está assustando ela e isso não vai ajudar a gente! - Respondeu Joshy antes de começar a correr para dentro de um prédio grande - Aguenta firme Any, por favor.

-Daddy, por favoi, naum me deixa....- Sussurrei sentindo meu corpo ficar mole.

Joshy parou de andar já dentro de um lugar grande com pessoas correndo e falando o tempo todo.

-Do que me chamou? - Perguntou ele me encarando de olhos arregalados.

Um monte de gente com roupas brancas correram na nossa direção falando e fazendo um monte de perguntas sobre mim, eu comecei a entrar em pânico, não conseguia mais respirar e simplesmente não consegui ver mais nada.

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1135 palavras

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Daddy? Yes, your Daddy! (ADAPTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora