Capítulo Bônus

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OBS: Esse capítulo bônus é o primeiro capítulo da primeira versão da história, escrito em 2015. Nessa época eu só tinha 13 pra 14 anos e escrevia muito, muito mal kkkk então não leiam esperando nada muito bom aqui. Estamos postando pra comemorar 2 meses de postagem da versão nova da história e pra lembrar de como ela começou lá atrás.

Divirtam-se!

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CAPÍTULO BÔNUS: O BURACO

(escrito por BERNARDO CORRÊA)

Acordei numa manhã fria e chuvosa com a sensação de que o dia seria longo. Não sei por que, mas eu sempre tinha essa sensação... provavelmente porque as pessoas como eu sentem esse tipo de coisa, mas eu sabia que algo de grande relevância estava para acontecer. Como se tudo já houvesse acontecido antes.

Para começar, a rua em que eu moro, a Rua dos Lobos, estava interditada naquela manhã quando eu saí para ir à escola. Uma faixa amarela isolava uma área no começo da rua. É claro que o local já estava apinhado de gente.

As pessoas, curiosamente muitas—o que não era normal, o lugar nunca estivera tão cheio—, esticavam-se para tentar entender o que acontecia. Uma mulher barriguda com bobes no cabelo, reconheci-a como a Sra. Pattinson, contava a alguém pelo celular, com seu tom de voz alto e irritante.

— Ninguém sabe o que aconteceu. A polícia chegou faz mais ou menos uma hora e isolou tudo. Nem dá pra ver direito mais. Mas algo eu garanto: o negócio é grande!

Uma grande curiosidade fervilhava no meu estômago. Comecei a empurrar pessoas, passar por baixo de suas pernas, aproveitando de minha estatura baixa, para tentar enxergar o que acontecia. Eu abria caminho por entre aquele mar de curiosos quando empurrei uma menina alta e loura para o lado. Antes que eu pudesse continuar meu caminho, ela me chamou.

—Shirley!—era Nya, minha melhor amiga. O que ela estava fazendo ali?—Eu tentei te ligar, mas você não atendia. Aí eu vim pra cá. Olha só pra aquilo lá!—ela disse, apontando para a área isolada.

—Se essa gente toda saísse da frente eu veria!

—Ah, é! Esqueci que você é anã, amiga!—eu não sou uma anã, só pareço uma perto do arranha-céu Nya.—Vamos lá!

Nós empurramos mais alguns curiosos, abrindo caminho até chegarmos à faixa amarela e nos depararmos com o motivo de toda aquela loucura: uma fumegante e misteriosa cratera abrindo-se pelo asfalto. Seu diâmetro não chamava muita atenção, diferentemente da profundidade que parecia infinita.

—Nossa!—exclamei ao ver o buraco.

Por algum motivo comecei a sentir frio. Vi que eu não era a única, já que Nya abraçava-se, tentando se aquecer. Senti, também, uma mão tocar meu ombro e me empurrar para o lado. A mão pertencia a um menino um tanto pálido, com os cabelos pretos como a escuridão. Ele caminhou até a faixa de isolamento e olhou o buraco como se o examinasse.

—O que aconteceu para esse buraco aparecer aqui?—perguntei para mim mesma. O garoto tomou a pergunta para si e respondeu, segundos depois:

—Cinco frientos fugiram e agora estão à solta. Então foi por aqui que eles escaparam...

—Como é?

—Não faço ideia de como eles saíram da Prisão Underiana, mas eles com certeza vão causar problemas neste mundo.

—Você está bem? Não está falando coisa com coisa.

Você que não está falando coisa com coisa alguma!—disse Nya, ao meu lado.—Com quem você está falando?

A Ordem SangrentaWhere stories live. Discover now