Capítulo 15

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NOS CAPÍTULOS ANTERIORES, Shirley, após descobrir ser uma vampira amaldiçoada, decidiu que iria atrás de respostas sobre sua maldição, apesar das advertências de Daniel. Se unindo a Keyla, Dewie e, é claro, a Ryan, ela saiu escondida da Mansão Roccula em direção de uma floresta conhecida como Crow Woods, onde mora uma bruxa exilada chamada Madame Korloch. Após descobrir um segredo importante sobre Keyla, a vampira se prepara para descobrir a origem da maldição que jogaram sobre si. 

Boa leitura!

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CAPÍTULO 15: MÍSTICAS DE SONHOS E MISTÉRIOS

(escrito por ALÍDIA PACHECO)

O coração de Shirley palpitava mais a cada passo que ela dava em direção ao caldeirão. Não estava sozinha afinal, embora continuasse sustentando o mesmo segredo: tanto ela quanto Keyla, aquela bem-humorada loira de ares amigos e coragem inabalável, escondiam algo de Ryan, temendo que o menino fosse se machucar caso descobrisse. Era um alívio poder contar essa verdade a alguém, embora a pressão de manter esse segredo continuasse. Quando as meninas terminaram aquela conversa, Korloch surgiu animada, alheia a todo aquele papo de segredos, chamando-as para fazer aquele misterioso feitiço de revelação. Agora, a vampira não conseguia pensar em mais nada, apenas no segredo que estava para se revelar. Tinha sido 100% sincera quando falara para Keyla que estava com medo do que descobriria hoje, assim como estivera com medo antes de conversar pela primeira vez com Harold Pittorch.

Mas eu preciso saber a verdade, pensou a menina, engolindo seu nervosismo. Preciso saber o que fizeram comigo.

O caldeirão de Korloch borbulhava com um líquido violeta, parecendo comicamente vivo. Calor se expandia por toda a sala a partir dali, fazendo Shirley sentir gotículas de suor na testa e no pescoço. O cheiro também era bastante forte, lembrando algum tipo específico de lodo, misturado com a fragrância típica de uma perfumaria barata. As garotas se aproximaram, um pouco desconfiadas, olhando aquela coisa quente e cheia de borbulhas. Até a pessoa mais pró-ativa sentiria algum receio naquele momento.

― O que foi, meninas? ― perguntou Katelyn, fazendo uma cara confusa. ― Algum bicho mordeu vocês duas, foi? Venham logo. A poção não vai fazer os olhos de vocês caírem nem nada.

Shirley engoliu em seco, mas seguiu com Keyla até o caldeirão, as vistas se perdendo no líquido roxo.

― Essa coisa é feita de que mesmo? ― teve de perguntar, lembrando alguma conversa que tivera com sua mãe sobre não aceitar comida de estranhos.

Korloch mostrou seus dentes faltando.

― Ah material básico de poções, sabe? Olho de sapo, vísceras de lagartixa, pum de gambá, essas coisas... ― ela disse isso como se lesse um livro comum de receitas. ― Tem também alguns ingredientes mais específicos, como a raiz de mandrágora e o pó de cristal dormente. Mas o único ingrediente com que você precisa se preocupar, minha flor, é a erva-de-narciso, que eu acabei de mergulhar um pouco na mistura para pegar os efeitos reflexivos. Assim, quando você soprar, poderemos ver as moléculas mágicas se soltando. É um espetáculo bem supimpa de acompanhar!

A vampira arregalou os olhos para toda aquela esquisitice, nem um pouco acostumada com todas essas paradas de bruxa. E ela achando que os vampiros que eram estranhos. Um sangue à essa altura até que caía bem!

― Não se preocupe, Shirley ― disse Keyla, levantando um polegar. ― Não há nada demais em nenhum desses ingredientes estranhos. E tecnicamente você não vai precisar colocar nenhum deles na boca, com exceção da erva-de-narciso. Então, vai ser tudo uma nice!

A Ordem SangrentaWhere stories live. Discover now