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— Meu Deus, que susto. — Talvez ela não esperasse uma aproximação tão silenciosa, mas eu sempre apreciei assustá-la uma vez ou outra.
— Nunca perde a graça fazer isso. — Ri, vendo-a me acompanhar e negar com a cabeça. — Por que está aqui sozinha? — Perguntei, percebendo que meu coquetel já estava chegando ao fim. Penelope costuma gostar de festas, não entendo seu desânimo escancarado.
— Estou pensando sobre algumas coisas, é só isso. — Basset se limitou a essa resposta. Possivelmente esse "coisas", pode ser o senhor Jensen. — Timmy? — Ela me chamou por esse apelido, me fazendo olhá-la e prestar atenção em suas seguintes falas. — Sabia que somos feitos de poeira estelar? — Suas curiosidade inusitadas sempre foi algo que admirei em Penelope Claire. Mesmo que pareça aleatório, ela não se importa em compartilhar mesmo assim.
— Sério? — Perguntei interessado, esperando que ela me contasse a explicação para aquela descoberta. Seu rosto estava tão sereno, que transfere paz para mim no mesmo instante, me fazendo olhar para o céu e admirar aqueles pontinhos brilhantes.
— Temos noventa e sete por cento do mesmo tipo de átomos. — Basset me olhou brevemente e encarou o céu novamente. — Acho que eu preferia ser uma estrela. — Seu comentário me fez encará-la, notando que seu estado "pensativo" era efetivamente sério.
— Por que? — Indaguei novamente, olhando-a levar a taça de vinho até os lábios e tomar da coloração avermelhada da bebida alcoólica. Atrai seus olhos gélidos pela primeira vez na noite, o brilho que estava presente imitava o dos astros estelares, talvez seus olhos fossem as estrelas mais bonitas que eu já vi. Se ela ao menos soubesse disso.
— Imagina você fazer parte do universo, estar em lugares que nunca ninguém foi, ou até mesmo só observar a Terra. Estrelas não têm problemas, só precisam brilhar e decidir se vão evoluir ou não. — Sua resposta realmente era algo para se refletir. Eu queria saber o que está passeando por sua cabeça, suas metáforas são boas, mas ela precisa desabafar.
