~Fogueta on~
Lua: Cadê a nenezinha da prima, cadê?- pergunta com uma vozinha fina pra Isabelly que rir apertando o dedo da Lua querendo levar até a boca.
Te contar um bagulho, sou rendido nessa cena, papo reto.
Depois de perder minha filha por causa de uma maluca, eu tinha medo de relacionar com qualquer pessoa e acontecer de novo. Meu sonho ser pai pô.
E não é de hoje que eu percebo que a Lua tem um jeito com crianças incrível, isso me faz ter uma vontade enorme de meter um dentro dela. Mas a mina ainda tá nova, deixa aproveitar mais a vida aí nós vê esse bagulho.
Do nada eu com esses papos, sei nem o que vai ser de nós mais pra frente e já tô criando planos, alá.
Iludido é pouco pra mim.
Wesley: Aonde sua mãe foi?- escuto ele perguntar e olho pra ele que olha pra Rayssa.
Rayssa: Ter um dia de melhores amigo com o tio Gaspar- fala baixo olhando pro pescoço dele- que correntinha linda- fala pegando.
Wesley: É, meu pai me deu, dizendo ele que tem que usar igual todo mundo da família- ele fala olhando pra correntinha.
Olho pra Lua que rir de alguma coisa que a Isa fez.
O Luís faz um barulho com a boca, e eu olho pra ele que tava tentando pegar o brinquedo que meu pai Yan tinha pendurado no negócio do bebê conforto.
Pego ele que me olha atento abrindo um sorriso logo depois.
Fogueta: Que foi neném do irmão?- ele mexe os bracinhos animados e as pernas também e acaba chutando o Rhian que tava assistindo.
Rhian: Ele só fica me batendo- dou risada vendo ele passar a mão no braço aonde o Luís chutou.
Meu radinho que tava longe de mim começa a apitar desesperadamente, e logo escuto o aviso de invasão.
Me levanto rápido olhando pra Lua que me olha assustada.
Fogueta: Vai com as crianças pro cofre- falo rápido.
Lua: Eu não sei se aqui tem cofre, a casa é nova- ela levanta nervosa tentando acalmar a Isa que começou a chorar por causa dos barulhos altos de tiro.
Olho pra Isabelly e o pro Wesley que estão perto de mim, me olhando atento, e pro Luís que chora encolhido fazendo meu coração apertar.
Olho pro Luís no meu colo que tava quieto com cara de choro.
Fogueta: Vai pro seu quarto então- falo pegando o bebê conforto do Luís e da Isa enquanto escuto me chamarem no radinho.
Levo todo mundo pro quarto, e coloco o Luís deitado na cama da Lua.
Fogueta: Tenta colocar desenho pra distrair eles, e fica com o Rhian, ele ainda tá meio traumatizado considerando a última invasão que teve- ela assente com os olhos cheios de lágrimas- vai ficar tudo bem- dou um beijo na testa dela que abraça rapidamente minha cintura- tenho que ir- falo saindo do quarto- tranca- aponto e ela assente.
Vou correndo pra sala tirando minha camisa e amarrando no rosto tampando minha cara.
Nem me lembrei de fazer isso na invasão anterior, mas eles não chegaram a me reconhecer nem nada também.
Pego meu radinho ouvindo todo mundo falar junto não dando pra entender nada.
Fogueta: O que aconteceu?- pergunto no radinho saindo de casa vendo avisarem que a invasão tinha acabado.
Tem alguma coisa estranha, faz sentindo só subir pra subir não.
Fogueta: Fala só um porra- falo alto não entendendo nada.
Farofa: Chefe foi baleado caralho, o chefe tá baleado- fala alto ofegante.
Fogueta: Aonde?- falo olhando para os dois lados sem saber pra onde ir.
Farofa: No beco 2, acho que ele tá morrendo- fala desesperando e eu começo a descer o morro correndo sentindo meu coração acelerado.
Chego no beco entrando vendo o padrinho jogado no chão com uma bala no peito.
Farofa: Entraram só pra matar ele, não estávamos preparados- me aproximo do padrinho vendo ele respirando com dificuldade.
Fogueta: Fica firme caralho, fica firme- falo sentindo vontade de chorar- já ligaram pro médico sei lá?- falo nervoso vendo o rosto pálido dele.
Farofa: A patroa tava na linha com ele, acho que ela tá vindo, eu não sei, tô nervoso demais pra raciocinar- fala passando a mão no cabelo.
Fogueta: Fica firme caralho, não fecha o olho merda- falo vendo ele quase fechar os olhos e desvio o olhar rapidamente pro onde tá a bala.
Sofia: Cheguei- fala ofegante se jogando ao lado do marido com os olhos cheios de lágrimas- olha pra mim amor, seja forte por favor, você consegue- ele nega quase fechando os olhos- você não tem o direito Felipe, a gente ainda tem mais um filho pra fazer- fala pra ele- não fecha os olhos por favor- fala começando a chorar e desce o olhar pra bala.
Me levanto afastando um pouco vendo ela falar alguma coisa pro Farofa que assente saindo.
Olho pro lado vendo meu pai Gaspar com o celular na orelha com a mão tremendo e lágrimas nos seus olhos.
Engulo em seco sem saber o que fazer enquanto vejo o padrinho cada vez mais sem força.
Um carro chega e a madrinha explica como que é pra colocar ele no carro sem piorar a situação dele, se é que é possível.
Capetinha: A Lua tá com as crianças?- pergunta ao meu lado e eu só assinto- vai lá ajudar ela, te dou notícias tá? Não conta pras crianças sobre isso aqui- assinto de novo.
Me viro desamarrando a blusa da cara, e jogo ela no ombro enquanto olho pro chão sentindo meus olhos arder.
Peço mentalmente a Deus pra salvar o padrinho dessa situação, não conseguiria aguentar perder ele pô.
Chego em casa entrando vendo a Lua com uma cara confusa sentada no sofá.
Lua: O que aconteceu, que invasão rápida foi essa?- pergunta vindo até mim.
Fogueta: Sei não pô- olho pras crianças que estavam quietas me olhando- coloca um filme aí pra vocês- falo pra eles.
O Wesley assente ligando a TV em silêncio,e eu me aproximo vendo o Rhian chorando encolhido.
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