Capítulo 67

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     Bônus

~Gustavo on~

Ando de um lado pro outro todo agoniado querendo saber notícia de pelo o menos um dos dois.

A Lua entrou aqui com começo de aborto, e o Thiago em estado grave por perder muito sangue.

E eu tô aqui quase morrendo pra saber alguma coisa. Que demora da porra.

Letícia: Relaxa, sua mãe vai vim te avisar- fala colocando a mão no meu ombro.

Gustavo: Não consigo porra, por que essa merda tá acontecendo?- passo a mão no cabelo frustado.

Morte: A Sofia ainda não veio dar notícias?- nego me virando pra ele.

Gustavo: Cadê as crianças?

Morte: Tá com a Vivi e com a Rayssa- assinto.

Olho pro Capetinha que tava quieto calado no canto desde que chegou.

Ficou mó nervoso quando soube que eles estavam no hospital, foi desesperador pra todo mundo. Foi tão do nada.

O padrinho Gaspar e o tio Yan ainda não chegaram, mas já sabem também.

Morte: Vou lá falar com ele- olho pra ele que olhava pro Capetinha.

Respiro fundo indo em direção da recepção de novo.

Gustavo: Coé, não tem nenhuma notícia aí não?- a mulher me olha já impaciente e nega.

- Quando tiver alguma notícia vai vir o médico avisar, poderia por favor aguardar sentado?

Gustavo: Vai se foder sua arrombada- sinto a Letícia puxar meu braço pra trás.

Letícia: Dá pra você parar com isso? Ela só tá fazendo o trabalho dela, ninguém é obrigado a te dar notícia na hora que você quer Gustavo- me solto dela bolado e saio de perto- para com isso cara, eu sei que você tá querendo saber notícias dos dois, mas ficar desse jeito não vai adiantar nada- paro perto do filtro pegando um copo.

Fico calado enchendo meu copo com água gelada, e bebo me acalmando um pouco.

Largo o copo quando vejo minha mãe vindo do corredor.

Gustavo: Eles estão bem?- pergunto e ela me olha respirando fundo.

Sofia: O Thiago tá bem- fala desviando o olhar pro chão.

Gustavo: E a Lua mãe?- ela fica calada- mãe, a Lua tá bem né?

Sofia: A gente tá fazendo todo o possível- fala baixo- a vida dela e da bebê tá em risco, ela ficou muito nervosa- ela volta seu olhar pra mim- ela tá quase perdendo a garota- passo a mão no cabelo nervoso e olho pra Letícia.

O Capetinha se aproxima com o meu pai e eu me afasto sentando na cadeira.

Letícia: Vai dar tudo certo amor, elas são forte- fala me abraçando e eu deito a cabeça no ombro dela.

Gustavo: Não tô preparado pra caso aconteça alguma coisa com a Lua e com a garota, tava tudo indo tão bem- falo baixo sentindo ela fazer carinho na minha nuca.

~:~

Olho pra fora vendo o Anderson voltando já que ele tinha ido em casa tomar banho.

Anderson: Alguma coisa?- nego soltando um suspiro.

Gustavo: Nada até agora, só veio falar que o Thiago poderia receber visita só amanhã.

Anderson: O cú deles, tô nem aí pra essa porra de horário de visita.

Gustavo: O horário de visita é o de menos, acho que minha mãe consegue, mas precisando saber agora da Lua- passo a mão no cabelo mexendo na correntinha logo depois.

Letícia: Sua mãe tá vindo- fala baixo no meu ouvido e eu olho vendo ela no corredor andando pra cá.

Me levanto andando rápido até ela.

Gustavo: Como a Lua tá?- ela me olha ajeitando o jaleco dela.

Sofia: Conseguimos salvar as duas- respiro aliviado abrindo até um sorriso- mas não vão poder visitar nem ela e nem o Thiago por agora, a cirurgia tá muito recém feita, ele podem pegar algum tipo de bactéria- faço biquinho e ela rir- sei já seu discurso, mas não. Eu queria de verdade deixar você ir lá ver eles, mas é muito perigoso, não podemos arriscar- assinto- eu vou pra casa, fui liberada já, qualquer coisa me liga.

Gustavo: Obrigado mãe- dou um beijo na bochecha dela que sorri pra mim.

Ela sai andando em direção do meu pai que tava com o Capetinha.

Olho pra porta do hospital vendo o dono do morro entrar indo na direção do meu pai.

Cruzo os braços voltando a sentar ao lado da Letícia que sorri pra mim.

Gustavo: Vai lá pra casa amor, tá tarde já e eu sei que você tá cansada- pego a chave do meu bolso entregando pra ela.

Letícia: Eu vou te esperar, nem tô tão cansada assim- deita a cabeça no meu ombro.

Olho pro meu pai que conversa com o dono do morro junto com o tio Yan, o padrinho Gaspar e o Capetinha.

Gustavo: Vai lá, tá cansada sim- ela respira fundo levantando a cabeça do meu ombro me olhando.

Letícia: Vamos também, eles estão bem, e você também tá cansado- assinto olhando pro Anderson voltar de sei lá aonde.

Gustavo: As duas estão bem- falo quando ele tá perto- só não pode receber visita nem um dos dois porque pode pegar uma infecção- ele se joga ao meu lado.

Anderson: Então tá, vou ficar aqui até amanhã.

Gustavo: Eu vou indo, a Letícia tá cansada e eu também- faço um toque com ele e a Letícia dá um beijo na bochecha dele.

Entrelaço nossas mãos andando pra fora do hospital sentindo o vento frio.

Gustavo: Queria te pedir desculpas por ter te tratado mal mais cedo- olho pra ela que me olha.

Letícia: Tá tudo bem- ela sorri pra mim.

Gustavo: Para de ser perfeita por favor- ela rir e eu dou um beijo na testa dela.

Letícia: Meu pai tá no hospital- comenta baixo e eu olho pra ela na hora parando de andar- hoje é o dia que completa vinte anos da morte da minha mãe, e ele fez a mesma coisa que nos outros anos- fala olhando pra baixo.

Gustavo: Por que não me contou? A gente podia ter ido lá- ela olha pro lado com os olhos cheios de lágrimas.

Letícia: Eu não iria aguentar ver ele de novo sendo internado, é todo ano isso, me machuca muito porque eu sei que apesar de fazer anos, meu pai nunca superou e nunca vai superar. Eu só quero ele bem, mas é só chegar nessa data ou no dia do aniversário dela tudo se repete, e eu tenho medo de perder ele- abraço ela que abraça minha cintura chorando.

Passo minha mão nas costas dela sentindo ela me apertar mais.

Esses últimos anos eu entendi essa dor que ela fala. O Sombra já chegou a quase ter uma overdose de tanta droga usada em um dia só.

E o foda é que eu entendo a dor dele, porque eu nunca iria aguentar perder a Letícia. Ia ser luto pro resto da vida.

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Sempre nósWhere stories live. Discover now