Capítulo 1

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A vida pode ser uma verdadeira loucura, é só você se jogar e deixar ela ir te guiando. Sem medo de fracassar, sem receio do que poderia ter sido se você tivesse feito diferente.

Meu pai sempre me dizia: "Lalisa, você vai ser meu orgulho, uma médica renomada" sabe o que o orgulho fez? Larguei minha faculdade de medicina, saiu da Tailândia e vim para Califórnia realizar o meu sonho de ser atriz.

Até hoje meu pai não fala comigo, mas sabe, eu estou no mundo para me agradar, para satisfazer os meus desejos, para realizar os meus sonhos, para conseguir o meu espaço. Se meu pai tinha tanto sonho em ter alguém formada em medicina na família, ele deveria ter ido estudar e ele ser o médico, pois o sonho era dele e não meu.

A cereja do bolo para ele não olhar mais na minha cara, é por que me assumi lésbica, aí pronto, foi realmente o fim do mundo, e ele me abortou de sua vida, já depois de nascida e crescida. Nem mesmo minha mãe fala comigo, as vezes ela me liga chorando, pedindo para eu desistir dessa vida e aceitar jesus. Eles deveriam me aceitar, pois sou filha deles, mas não, ficam aí com essa história absurda que eu tenho que aceitar e seguir um livro escrito por humanos preconceituosos, livro esse que o mundo quase todo surtou e adotou como uma obra sagrada, que jamais deve ser contrariada. Faça me um favor.

Estava sentada na minha cadeira lendo o roteiro da próxima cena. Arregalei os olhos quando vi que era uma cena de romance e nessa cena eu tinha que beijar um homem. Eu nunca ao menos beijei um homem.

Jennie entrou no meu camarim e me encarou curiosa.

— Que cara de merda é essa? – Disse ela com as duas mãos na cintura.

— Por que raios eu tenho que beijar um homem?

Jennie parecia querer rir.

— A Lisa, faça-me um favor, não vai fazer um barraco por causa de um beijo técnico em um cara né? Sua boca e sua sexualidade não vai cair por isso.

— Depois dessa patifaria, meu pai deve até me ligar, achando que eu enfim aceitei o jesus dele, e agora me relaciono com homens.

Jennie riu alto.

— Isso seria bem cômico. Caso chegue a acontecer, por favor, não ofusque essa verdade de mim!

Jennie sentou no sofá a minha frente, eu voltei a ler aquela cena ridícula.

Qual o problema dessas pessoas em forçar tanto casal hetero? Me coloca para beijar uma mulher, tanta mulher bonita nesse filme e eu tenho que beijar homem, e nem filme de romance é, sentido zero.

— Lisa, você está lembrada que contratou uma dama de companhia para os eventos pós gravação desse filme? – Jennie falou olhando para o celular.

— Você contratou né? Eu nem vi o rosto dessa criatura.

— Prefere ir sozinha e te cercarem nesses eventos?

— Na verdade, ir com você já estava ótimo, adoro ir a eventos com você, a gente toma muito champanhe e fala da vida dos outros.

— Lisa não fale assim! Eu estou me sentindo uma fofoqueira.

— Jennie, você estava a uns 3 minutos atrás pedindo para que eu te conte, caso meu pai me ligue, por causa de um maldito beijo ridículo. Isso se chama o que?

— Pessoa que gosta de obter informações. - Ela levantou o dedo indicador para mim. — A fofoqueira é aquela pessoa que sai repassando a fofoca, eu só quero saber mesmo. – Ela disse tudo explicado, e gesticulando com as mãos.

— Você sabe alguma fofoca quem não me conta? – Perguntei, pois compartilhamos exatamente tudo uma com a outra.

— Okay, você está me fazendo achar que realmente sou uma fofoqueira. Mas veja só, o segredo dos outros está muito bem guardado comigo e com você.

Eu comecei a rir, peguei o papel e joguei nela.

— Você é ridiculamente ridícula, eu preciso de uma nova assistente pessoal.

— Boa sorte com isso, jamais vai achar uma que beire aos meus pés, gostosa, estudada, com um bom senso de humor, ótimo gosto para comida, música, carros, e para escolher mulher bonita para tu apresentar nos eventos como um troféu bonitinho. Só existe uma Jennie no mundo meu amor.

Como podemos ver, ela é bem pouco convencida.

— Primeiramente você é uma vagabunda convencida, e segundo, você falando assim, parece que eu compro mulheres para exibir ao meu lado, como um produto.

— Aí Lisa, sinceramente, você precisa largar essa vida de vadia e começar a namorar com alguém.

Olhei para Jennie buscando alguma brecha de brincadeira em sua fala.

— Eu não estou pronta para isso.

— Desde que te conheço que você fala isso. Está na sua cara que você quer ter alguém contigo. Você é super romântica Lisa, só paga de durona.

— Eu já tenho você.

Ela revirou os olhos para mim.

— Estou conhecendo uma garota, tenho certeza que agora vai dá certo.

— Já estou esperando você correndo para meus braços, enquanto chora mais uma desilusão. – Eu levantei e já ia saindo do camarim quando ela me barrou.

— A moça já deve estar na sua casa por uma hora dessas.

Me virei rapidamente para Jennie.

— Como assim na minha casa? Minhas damas de companhia não ficam na minha casa Jennie e você sabe muito bem disso!

— Pois essa vai, estão começando a desconfiar que você contrata essas mulheres, e isso não seria bom para sua imagem. Trate a menina com carinho Lisa.

— A faça me um favor! Eu não quero uma desconhecida sozinha comigo na minha casa!

— Está com medo de mulher?

Soltei uma longa respiração e sai daquele lugar.

Encontrei o diretor do filme no meio do caminho e fui falar com ele.

— Algum problema Lisa?

— Desculpa, mas posso te dar uma dica? Esse beijo hetero ficou horrível, por que não faz algo que vai ganhar mais mídia? Um beijo da minha personagem, com outra mulher séria bem mais icônico.

Ele me olhou sério, eu dei um sorriso amarelo pra ele.

— Você toparia um beijo com a Sabina?

— Meu amor, essa pergunta não é para mim, é para ela.

Pisquei um olho para ele e sai.

Estou exausta, graças a Deus estamos gravando as últimas cenas, depois só os eventos e descanso por tempo indeterminado.

Eu sou merecedora de curtir umas férias.

(.) (.)

Um mundo totalmente novo para mim, pois nunca escrevi fic Chaelisa, mas eu amo elas e a Melissa me pediu tanto, que estou aqui escrevendo.

Espero que gostem. :3

The Perfect companyWhere stories live. Discover now