Lírios

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Alice

Depois de um domingo encantador e amanhecer a semana, com a mulher da minha vida na minha cama, não tem nada que estrague meu dia. Nem mesmo a súbita invasão da Carol, que até assustou a coitada da Laura, me tirou o bom humor e a disposição.

Ouvir que a Laura me ama e conseguir declarar a ela também o meu amor, me injetou o espírito como uma injeção de ânimo e bem estar. Quero oficializar o que temos, mas quero fazer em grande estilo, à altura do que ela merece e, que seja com minha personalidade.

Após conversar um pouco com a Carol e saber que ela e o Léo estão namorando, tive algumas ideias para tentar surpreender a super Laura, que já tem de tudo e mais um pouco. Passei na banca, troquei o chip e antes de seguir para a empresa, encontrei uma floricultura aberta. Não hesitei. Parei logo a moto e adentrei ao estabelecimento, observando as flores como quem procura tesouros. Uma gentil senhora, negra que muito me lembrava a querida Didi me atendeu. Após me cumprimentar e falar sobre o tempo, lançou a pergunta que me fez pensar para responder:

- Então, procura que tipo de flor?

- Para entregar à mulher mais linda e encantadora que conheço. A dona do meu coração e sentimentos – respondi com olhos apaixonados.

- Nossa!! – exclamou com as mãos no peito – Isso é o que eu chamo de ser mulher de sorte.

- Acredite. A sortuda sou eu!

- Então a desafie te amar – sorriu e pegou um ramalhete de lírios rosa e me entregou.

- Lírios significa isso? – perguntei observando a beleza exuberante das flores, misturada a uma singeleza encantadora, tal qual minha linda Laura.

- Sim! A quem oferta os lírios, está lançando o desafio de que seja amado.

- Então, é esse que vou levar! – sorri e a entreguei as flores – Apesar de já ouvir que me ama, quero mais e mais.

- É assim que se fala! Vou fazer o enfeite.

Aguardei ansiosa o momento de chegar até a empresa e a presentear. Estar com ela, é tudo de melhor que já me aconteceu na vida. Laura me desperta todos os bons instintos e sentimentos. Ela é proprietária de grandezas e muito luxo, no entanto, a parte que me encanta é sua simplicidade, como a sutileza das flores.

Segui para a empresa, pilotando só com uma mão, pois a outra estava cheia com o ramalhete maravilhoso que D. Margot cuidadosamente preparara. Cheguei na recepção, entreguei ao concierge e pedi para que entregasse com urgência na sala da Laura e, rapidamente subi para a minha sala. A tempos não sentia essa sensação gostosa de frio na barriga e ansiedade por coisa gostosa. Mesmo tentando me concentrar nas planilhas das ações, o coração batia mais forte que o comum, atrapalhando o bom funcionamento cerebral. As mãos suavam, atrapalhando o digitar no teclado do notebook. Toda a explosão de sentimentos, concretizou-se com o tocar do telefone que eu apressadamente atendi com um "Oi". Do outro lado, um sorriso engraçado, me entregou não ser minha amada, mas sim, dona Chica que ironicamente respondeu.

- Oi, gata!

- Tinha que ser tu? – sorri – Achei que era a outra gata.

- E é! A patroa está te chamando para uma reunião – falou sorrindo e em baixo tom.

- De verdade? Tem gente na sala?

- Sim, gata. Venha logo, pois a expressão está de brava. Venha acalmar sua fera.

Gargalhei.

- Estou indo. Já chego.

Me apressei em comparecer ao andar da sua sala. Dona Chica me recebeu com aquele abraço forte e caloroso de sempre. Ao seu lado, uma moça nova que ainda não tinha visto por ali. Branca feito europeia, cabelos castanhos claros e olhos azuis que sobressaltavam a face. A cumprimentei e senti seu olhar, me medir da cabeça aos pés, antes de responder o cumprimento.

AmorasOnde histórias criam vida. Descubra agora