Nate Butler só tem três objetivos na vida: aproveitar o máximo as garotas que te dão mole, se divertir muito nas melhores festas, e focar totalmente na sua carreira como futuro jogador de hóquei profissional. Tudo vai conforme o planejado, até que e...
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— A mamãe ligou.
Eu paro por um momento de passar as fotos que tirei recentemente na minha Canon quando escuto isso. Sinto que todos os músculos dos meus ombros ficam tensos, como se fosse uma espécie de sexto sentido e pudesse sentir a proximidade do perigo iminente. Por fim, eu decido ignorar completamente o comentário e volto a passar as fotos. Entretanto, a minha irmã não desiste tão fácil.
— Ela quer falar com você, Carrie — insiste. — Você não pode ignorar a nossa mãe pelo resto da vida.
— Quer apostar? — Não consigo disfarçar o veneno na minha voz, e meu olhar frio a faz encolher um pouco. Dane-se. Não vou pedir desculpas por isso.
— Eu sei que o que a mamãe fez foi errado — começa, com cuidado. — Mas ainda assim, ela é nossa mãe.
— Ela é uma mentirosa.
— Todo mundo erra, Carrie. E ela está pagando pelas consequências dos seus erros.
— Ela destruiu a nossa família — rebato, amargurada. — E ela me deixou bem no meio do furacão. Mas é fácil pra você falar, né? — Direciono a minha raiva para ela. — O papai não te odeia.
Vejo dor no rosto dela, mas não chega nem perto da dor presente no meu peito.
— Você não pode me culpar, Carrie — há mágoa em sua voz. — Eu também estou no meio de toda essa confusão; você não é a única afetada pelos erros da mamãe.
— Aham.
— Para com isso — tem um tom choroso na sua voz que eu odeio. — Por que você tem de ser tão fria o tempo todo? Está sempre com raiva, como se nada nessa porcaria de vida te fizesse feliz.
— E não faz! — Explodo. — Eu estou cansada de tudo isso, Blair! Eu estou cansada de ser a vadia, a megera que todos odeiam, de ser uma filha indesejada para o SEU pai e de ser tão solitária! Você não entende as merdas que eu passo todos os dias porque está sempre envolvida nesse mundo cor-de-rosa onde tudo é perfeito.
— Isso não é verdade — sussurra, os olhos brilhando com lágrimas contidas. — Você acha que eu gosto de ver a nossa família tão quebrada? Acha que eu gosto de ficar assistindo enquanto você definha? Você é a minha irmã e nada vai mudar isso, caramba! Crescemos juntas, cuidamos uma da outra desde sempre, e eu te amo, não importa o que você diga ou faça.
Viro o rosto para o outro lado, encarando um ponto vazio do quarto, porque eu não quero que ela veja o meu sofrimento. Eu quero que ela vá embora, que me deixe só, mas Blair não se dá por vencida.
— Às vezes, eu só queria voltar para o tempo onde éramos crianças — desabafa. — Quando o papai nos levava para pescar no lago e você me infernizava com aquelas malditas iscas para pegar peixe.
As lembranças enchem o meu peito de calor. Éramos apenas crianças bobas, e Blair sempre teve esse lado meio patricinha. Eu corria atrás dela com uma isca pendurada em um pedaço de vara e ela soltava gritos histéricos, me pedindo para parar de graça.
