Por trás do Véu

Um: O tesouro do rei

E cá estou com uma oneshot fresquinha!

O capítulo contém 11k de palavras e foi betado pela mulletdoteteco

Quem lê Vidas Entrelaçadas, saibam que sim, essa história se passa antes da fanfic, no mesmo universo. É uma das vidas passadas deles!

O final é aberto e cabe a vocês decidirem o que aconteceu 🤭

Acho que é só isso, aproveitem a leitura.

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Castelo de Verão, Reino do Sol
1600 Depois da Bênção dos Grandes Lobos, Dinastia Jeon

  Jeongguk respirou fundo, espiando no topo da escadaria o salão repleto de nobres.

Deu meia volta, retornando sorrateiro para seus aposentos, já que sequer tinha permissão para sair de lá naquele momento. Seu pai não havia lhe chamado ainda, portanto, como um bom ômega, deveria obedecê-lo.

Empurrou a parede falsa após certificar-se de que não havia uma alma viva naquele corredor, esgueirando-se pela passagem apertada, repleta de teias de aranha e poeira. Era sua única maneira de vagar pelo castelo e escutar as fofocas, sem que soubessem que estava desobedecendo as ordens de seu pai.

O ômega sorriu gentil ao empurrar a parede que dava direto em seu quarto, vendo seu servo com roupas limpas e bem dobradas em suas mãos, sempre disposto a ajudar seu senhor a fugir de sua gaiola de ouro e mármore.

— Vossa alteza — Taehyung se curvou de modo respeitoso, levantando as mãos para o jovem príncipe pegar seu robe de seda.

Taehyung era um beta de cabelos acinzentados e olhos castanhos escuros, sem brilho algum, o único que tinha a permissão para ver Jeongguk. O rei não permitia que seu filho, um ômega, fizesse tudo por conta própria, e também não permitia que alguém o visse. Portanto, tirou Taehyung das ruas, um simples beta filho de uma das criadas que cuidavam de Jeongguk quando era mais jovem, e que fora sentenciada à morte após ser pega roubando da cozinha real. Por ser um homem beta, naturalmente o Kim sentiria atração apenas por mulheres betas, já que não conseguiria satisfazer um ômega ou alfa. Ele não seria um problema, era o que o rei pensava.

Jeongguk nada disse, apenas tirou as roupas finas e sujas de poeira e teias de aranha, ficando completamente nu em frente ao servo. Pegou o robe de seda branco, enrolando em seu corpo com graciosidade.

— Seu banho está pronto, vossa alteza. Sua majestade, o rei, não veio procurá-lo ainda, então terás tempo para se banhar adequadamente — Taehyung disse calmo, mantendo a coluna curvada.

— Quais óleos colocou em minha banheira? — Jeongguk perguntou tranquilo, e a voz doce acordou seu doberman, que descansava na cama de penas de ganso ao lado de seu leito.

Antes que Taehyung respondesse, o cachorro levantou, as orelhas erguidas atentas a qualquer movimento suspeito. Nada fora do comum, já que o beta fez questão de treiná-lo para proteger Jeongguk de qualquer um que deixasse-o desconfortável.

— Deville, sente-se — o servo ordenou com a voz baixa, e rapidamente o doberman atendeu a ordem. — Vossa alteza, coloquei seu perfume predileto, baunilha.

Jeongguk maneou a cabeça em concordância, passando por Taehyung e acariciando o topo da cabeça de Deville. Lembrava-se bem de quando o ganhou quando completou dezoito anos, um filhotinho ainda. Seu servo não perdeu tempo em começar a treiná-lo para que protegesse Jeongguk, e todos pensavam que o grande cachorro apenas rosnava e latia.