1 • Petit Loup Apolline

81 2 2
                                    

COLUNA:

Hoppla! Dieses Bild entspricht nicht unseren inhaltlichen Richtlinien. Um mit dem Veröffentlichen fortfahren zu können, entferne es bitte oder lade ein anderes Bild hoch.

COLUNA:

BELAS OBRAS EM PÓ DE ESTRELAS

Por Baby Moon


Tributo À Minha Querida Apolline Bonnet

Apolline Bonnet.

Esse era o nome dela.

A pequena koten costumava caminhar pelo chão de terra e grama do acampamento da Resistência, exibindo por aí suas madeixas acobreadas e sorriso angelical e sapeca. Ela era a personificação de pureza e bondade, apesar de travessa e muito teimosa; o espírito lupino habitava parte dos genes da criança, passados por seu pai. A garotinha conseguia encantar a todos com seu jeito doce e puro; talvez até mesmo os seres mais inospidos e selvagens que habitavam na relva da floresta a apreciassem, silenciosamente, apenas observando ao longe enquanto a loba passava suas tardes no riacho, juntos aos outros filhotes. O tilintar ressonante do vento contra a copa das árvores só poderiam ser um sinal do quanto havia vida na garota, qualquer fenômeno natural não poderia se equipar à lustrosa presença infantil que pertencia a ruiva.

Era fato que se tornara a protegida de Louis Dupont, o Comandante da Resistência, servindo como família próxima e aconchegante; era possível ouvir a voz aguda e doce da criança enquanto ela chamava "Monsieur! Monsieur!" em busca da figura protetora que aquele atha havia se tornado. Dupont havia acolhido a pequena como se fosse seu próprio filhote; era ela que iluminava os dias cinzentos do mais velho; se equivalia à uma quimera acalentadora que sequer parecia ser real. O som dos pequeninos pés sempre eram próximos para animar o Comandante; ela chegava assim, simples, com nada além de seu vestido de pano marrom e um brilho no olhar. Corriqueiramente vinha buscá-lo para que ele a acompanhasse até o riacho cristalino perto do campo florido; sua intenção se fazia benevolente quando o levava para perto das outras crianças e fazê-lo lhes contar histórias. Tardes e mais tardes, todas regadas de pura euforia e risadas inocentes, olhos infantis arregalados pelos momentos de tensão dos enredos contados; secretamente, era Apolline que contava essas mesmas falácias para Dupont, fazendo-o ter conhecimento de algumas histórias e poder repassa-las para as outras figuras pequenas de poucos verões de idade, visando unicamente fazer com que as outras crianças o amassem tanto quanto a ruivinha, o que deu certo.

Então também chegou Oliver LeClerc, o jovem garoto de cabelos platinados que ficara semanas trancafiado em sua tenda sem até mesmo comer. Apolline se sentia curiosa quanto o homem que fora resgatado pelo Comandante na mesma missão em que seu pai se foi para não mais voltar. Sorrateiramente, ela foi chegando ao coração do LeClerc, assim como chegou em sua tenda certo dia, para lhe levar frutas frescas. Como era esperado, Oliver também se viu entregando seu carinho a menininha; se tornaram amigos inseparáveis desde então e criaram laços afetivos que só uma família poderia conceder. A ruiva conseguiu enturmar o mais velho com as crianças; transformou-o em mais um contador de histórias para elas.

Não nescessário, então, dizer o quanto Apolline era querida e amada por todo o acampamento.

Minha querida Poli - se me permite lhe chamar assim - sinto muito pelo fim cruel e injusto que teve; foi levada até ele por manipulações mundanamente sujas e más; você merecia o melhor que o mundo teria para lhe oferecer, mesmo que ainda não tivesse tal liberdade em vida; deveria colher flores no campo, provocar risos e alegrias, conquistar mais e mais pessoas aonde quer que suas passadas a levassem.

Consigo lhe imaginar perfeitamente, como numa visão devaneiosa e distante, sorrindo para mim nos campos largos e belos; em meio as flores, se encantaria com o colorido corriqueiro em metade de meus cabelos e suas mãos de fada me faria coroas de flores tão belas que a mais nobre joalheria da corte real teria inveja; correria ao seu lado por onde quer que fosse, apenas para ouvir o ressonar sapeca do seu riso inocente; sob o sol escaldante passaria horas ao seu lado a beira do riacho, ouvindo-a tagarelar sobre seu dia e afazeres, sobre como ama Monsieur Dupont e Monsieur LeClerc. Minhas mãos pouco habilidosas teria cuidado em trançar o vermelho de seus cabelos; você provavelmente reclamaria de alguns puxões leves devido ao desembaraçar dos nós presente em seus fios; ficaria indignada de não poder fazer o mesmo com os meus, já que são curtos demais para sequer serem presos. Cuidaria de ti como uma irmã mais velha e protetora cuida da mais nova integrante da família; lhe faria minha minha família também, acompanharia-a até que nos juntassemos às outras crianças para ouvirem de minha boca palavras efêmeras sobre milhares de romances bonitos, todos que foram lidos pelo castanho de meus olhos e que seriam transcritos em minha voz para distrair você e os outros filhotes. A chamaria de Mademoiselle apenas para ter o puro divertimento de ver seu olhar birrento por ser chamada assim; você saberia, contudo, que seria apenas uma implicância divertida a qual você retornaria me chamando do mesmo modo.

Sua vida teve um fim precoce e dolorido; apesar de eu já saber que ele aconteceria, não consegui me sentir conformada ao que lia palavras tão angustiantes sobre o que lhe aconteceu. Lágrimas quentes e doídas inundaram meus olhos e mesmo que você esteja apenas em páginas escritas por tinta azul, saiba que se tornou muito especial para mim.

Aqui tenho em intuito lhe homenagear com palavras bonitas, peço desculpas caso tudo que tenha escrito não passe de um eclético furacão de poucas certezas; ainda estou aprendendo a transformar meu pó estelar em poesias belas para ouvidos de donzelas como você; lhe desejo a paz que seres celestiais iguais a ti merecem e que esteja em um lugar tão bonito quanto a visão célere de fantasias mélicas.

Me despeço aqui e lhe digo que sempre estará gravada com tinta duradoura - escritas pelo azul - em páginas amareladas de um livro; além disso, lhe garanto que estará presente em minhas lembranças eufonicas e brilhantes.

Querida Apolline Bonnet, saiba que está materializada em memórias lunares.

Informações:

Personagem de Golden Sapphire da icebluegguk.

Étoile de Lune • Le JournalWo Geschichten leben. Entdecke jetzt