Capítulo 2

243 21 0
                                    

s/ɴ sɪɴɢᴇʀ

Arrastei-me mais para dentro da casa da árvore

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Arrastei-me mais para dentro da casa da árvore. Era um cubículo de um metro e meio por um metro e meio; nem mesmo Gerad podia ficar em pé lá dentro. Mas eu amava aquela casa. Tinha uma entrada pela qual só se passava agachado e uma janela minúscula na parede oposta. Havia uma banqueta velha em um dos cantos para servir de suporte para a vela, e um carpete tão gasto que era quase o mesmo que sentar diretamente na madeira. Não era muita coisa, mas era o meu paraíso. Nosso paraíso.

- Por favor, não me chame de linda. Primeiro minha mãe, depois May e agora você. Isso está me dando nos nervos.

Pelo jeito que Josh me olhava, notei que minhas palavras não me deixavam mais feia.

Ele sorriu.

- Não consigo evitar. Você é a coisa mais linda que já vi na vida. Não me condene por dizer isso quando posso.

Ele segurou meu rosto com as mãos, e eu olhei bem fundo em seus olhos. Foi o suficiente. Seus lábios tocaram os meus, e eu não consegui pensar em mais nada. Não havia Seleção, família pobre ou Illéa.

Havia apenas as mãos de Josh nas minhas costas, puxando-me mais para perto; a respiração dele no meu rosto. Minhas mãos passaram por seus cabelos loiros, ainda úmidos do banho - ele sempre tomava banho à noite - e se uniram em um nó perfeito.

Josh cheirava ao sabonete que a mãe dele fazia. Eu sonhava com aquele cheiro. Nós nos afastamos, e eu não consegui esconder um sorriso. As pernas dele estavam bem abertas.

Sentei-me no meio delas, como uma criança que pede colo.

- Desculpe, não estou de bom humor hoje. É que... nós recebemos aquele aviso idiota pelo correio.

- Ah, sim, a carta - suspirou Josh. - A gente recebeu duas.

Claro. As gêmeas tinham acabado de fazer dezesseis anos. Enquanto falava, ele observava cada detalhe do meu rosto.

Josh fazia isso quando estávamos juntos, como se quisesse fixar uma vez mais meu rosto em sua memória. Já fazia uma semana, e uns poucos dias sem nos encontrar bastavam para deixar os dois ansiosos.

Eu também o observava. Josh era o garoto mais bonito da cidade, de todas as castas. Ele era loiro, tinha olhos azuis e um sorriso que fazia você pensar que ele estava escondendo alguma coisa. Era alto, mas não alto demais. Magro, mas não magro demais.

A luz fraca revelava pequenas olheiras; com certeza ele tinha trabalhado até tarde a semana inteira.

Sua camiseta preta estava gasta, assim como o jeans surrado que ele usava quase todos os dias.

Imagine Noah Urrea ❝ A Seleção❞Where stories live. Discover now