🐰:𝓢𝓲𝓻𝓮𝓷𝓪

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𝓙𝓾𝓭𝔂

𝓢𝓲𝓻𝓮𝓷𝓪


A ilha em que vivia era centro de turismo e pesca. Apesar de ser pequena e todos se conhecerem, era acalentante, contudo muitas das vezes preferia se aventurar por além da terra rodeada de água.

Seguir as lendas das redondezas sobre sirenas e monstros marinhos, por um momento, pensando bem se contentaria apenas ouvir as histórias pelos lábios de sua avó e apenas vivê-las em sua mente. Apesar que monstruos marinos, não pareciam de fato existirem.

Entre mil histórias sobre pescadores que tiveram seus fins submersos por sereias, ou que perderam uma perna ou um braço por grandes criaturas marinhas, que os atacaram em meio a pesca noturna. Lhe restava sentir o sentimento de extrema longinquidade sobre medo, era apenas admiração e curiosidade. Havia escutado diversas vezes os mesmos contos, porém não se cansaria de ouvi-los.

No começo da semana que se iniciou, as pescas e o trabalho turístico também se instalaram, era verão e as férias tinham começado com tudo, o pico de visitantes estava nas alturas, por tal a venda de frutos do mar tinha se elevado da mesma forma.

Entre anzóis, iscas e redes de pesca, estava ('xxx'), com os olhos cansados e corpo mole pelo acordar cedo, tinha ido para auxílio de seu pai. O bote de apoio anexado ao barco serviria para auxiliar o transporte dos pescados até terra firme.

A pesca foi silenciosa, as ordens ditadas pelo seu pai eram repetidas algumas vezes, lhe tirando do constante transe, ao imaginar as explorações por além do imenso mar.

-Mi pequeña, ¿en qué estás pensando?- A voz grave de seu pai lhe tirou dos devaneios- Ayúdame, ¿sí?

{Minha/meu pequeno(a), em que está pensando?}{Me ajude, sim?}

--¡Sí papá! - Em uma curta caminhada foi em encontro com seu papá- ¡No pienso en nada! ¡no se preocupe!- O afirmou.

{Sim, papai!} {Não estou pensando em nada! Não se preocupe!}

-Siempre en el mundo de la luna, como tu madre!-O sorriso apesar de tristonho era gentil.-
Ya estamos terminando!-Puxou a última rede. E o fim da pescaria tinha chego.

{Sempre no mundo da lua, como a sua mãe!}{Já estamos acabando}

-¿Podemos comprar arándanos? ¡Por favor, a abuelita le encantará!- Suplicou.

{Podemos comprar mirtilos? Por favor, a vovó vai amar!}

-Claro, ¡pero tienes que darme un poco!- Passou a fazer carinho em sua cabeça.

{Claro, mas tem que me dar alguns!}

Pescaram o suficiente, sabiam quando parar, pescariam pela necessidade, apenas para suprir a cota de vendas, jogavam ao mar os peixes que ainda estavam em crescimento e libertava  qualquer outro animal que houvesse enroscado pela rede de nylon, com todo cuidado.
O respeito pela natureza era o que mais admirava em sua família, odiavam práticar a pesca, mas era o único ganha pão que tinham, e por sua vez o que se mantinha em pé até então.

O grande nível de pesca eram apenas feitos nas férias,  quando os turistas se aventuravam na culinária local e caíam nas falácias dos guias turísticos, sobre ser incomparável e inesquecível o tempero. No fim não era fingimento algum, realmente era uma deliciosa culinária. A cultura espanhola que cultivava

Sentia o corpo doer pelo esforço, mas se alegrava iria lucrar com os frutos do mar que tinha pego, poderia comprar os deliciosos bolinhos de mirtilo da senhora Alba, os dividiria com sua Abuelita. Poderia até mesmo sentir a mistura adocicada com o arrepiar inexplicável do mirtilo, o doce-ácido da fruta era paixão de sua avó, que pela convivência se tornou o seu sabor favorito. Quem sabe trouxesse alguns 'arándanos' para fazer a sua famosa torta.

Ao chegar ao porto, estava em empolgação total, compraria suas tão almejadas frutas e veria sua Abuelita. Um descanso talvez também lhe fizesse bem.

Depois de prender o barco de apoio no pier, ajudou a descarregar os frutos do mar, ouviu o estalar das cordas algumas vezes, mas foi ignorado, era comum, não era?!

Os moradores da 'Isla' foram de grande ajuda, a união era algo gracioso e precioso.

Já tinha terminado, seu pai havia ido para casa, o movimento do mar tinha lhe prendido a atenção, sentiu os pés se moverem. O corpo inteiro se distanciar de forma lenta. Ao olhar para o porto se afastando mais e mais.

As pessoas que estavam à ajudar minutos atrás não estava mais lá, a cidade ficava alguns minutos do porto, gritar não ajudaria.
Tinha que pensar rápido, não tinha remos ou velas, era apenas um barco de apoio.

A corrente de água puxou sutilmente o barco o abraçando, o levando para além de sua correnteza. Talvez o que fosse mais assustador, além de estar a deriva, era o movimentar da água a sua volta o estalar da água ao bater em contato com a madeira do barco era agonizante.

Quando se imaginava explorando o mar, não se referia a estar a deriva sem nenhuma noção de direção. Ou muito menos confrontar o que estava na fina camada de água abaixo de seu bote.

Continua...

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Tradução:

-monstruos marinos=Monstros marinhos

-Abuelita=Avó/vovó

-arándano/arándanos=Mirtilo(s)

-Papá=Pai/papai

-Sirenas=Sereias

-Isla=Ilha









Até mais...
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 IMAGINES BLACKSWAN🖤🦢🖤Onde histórias criam vida. Descubra agora