🐸:𝓥𝓲𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓪𝓯𝓸𝓻𝓪 𝓭𝓸 𝓿𝓲𝓵𝓪𝓻𝓮𝓳𝓸 :2

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𝓛𝓮𝓲𝓪
𝓥𝓲𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓪𝓯𝓸𝓻𝓪 𝓭𝓸 𝓿𝓲𝓵𝓪𝓻𝓮𝓳𝓸

Leia já sabia que na semana seguinte iria visitar seus familiares no vilarejo vizinho, não sabia ao certo como contar para sua amiga. Todas as vezes que repassou o discurso sobre a sua viagem, imaginava o rosto triste e desanimado com a tal notícia, sabia que ela a entenderia, então por qual motivo, não conseguia a dizer?.

Planejou minimamente a semana que ainda lhe restava para passar contigo, estava para ser os melhores momentos antes de viajar e serem lembrados até poderem criar novos quando retornasse a kwanty, seu tão amado vilarejo.

Depois do trabalho na taberna, a levou para o Rio que irrigava a plantação do vilarejo, a viu tirar os calçados e sentir a terra e a grama com os pés nus, o seu costume incurável de tirar as sandálias a todo momento, dizia se sentir livre e a natureza se interligar a si. Ela ao seu olhar era uma das mais belas artes, leu uma vez em um livro, mas nunca viu com os próprios olhos, contudo se pudesse definir oque seria artes, facilmente lhe definiria como tal.

Não lhe contaria, pelo menos não ainda, sobre escrever a respeito de ti no caderno improvisado de capa gasta, e como gostava de sempre o ler com destreza, cada detalhe descrito minuciosamente, queria de alguma forma lhe eternizar, se entristecia de não nascer com o dom da pintura, se o tivesse com total certeza seria sua musa inspiradora, contudo se contentaria ao ser apenas de suas escritas.

Ao decorrer da semana foram piqueniques, danças e abraços, no fim do último dia, foi junta a seus pais se despedir da sua amiga e sua família, sentia o peso no coração, não gostava de despedidas.

Vestia o vestido que tinha feito para ela, apenas o usava em ocasiões especiais, naquele momento o vestia como homenagem em suas mãos o caderno desgastado com folhas amareladas, continha todos os seu pensamentos, narrativas tanto de infância quanto de adolescência e fase adulta. Em maioria das folhas eram dedicadas inteiramente a você. Lhe entregaria o livrete, nunca foi boa com palavras anunciadas, por tal tinha escrito todas nas páginas envelhecidas tudo que sentia por ti, desde amizade até amor.

A chegada a casa de aparência um pouco gasta, fez sentir que estava a um passo de colapsar, o bater na porta feito pelo seu pai, só prolongou o sentimento de aflição. A passagem foi aberta pela mulher que mais almejava ver, com um sorriso desconcertante, lhe fazia errar as batidas do coração. Por um momento a fez pensar que

-Olá, nós viemos fazer uma visita!- Sua mãe se pronunciou, tinha pedido aos seus pais que não contassem nada, ou pelo menos que não falasse a sua amiga sobre a viagem, que ela mesma a contaria, mas nem ao menos conseguiu o fazer.

-Claro, pode entrar!- Sorriu saindo do caminho.
-Leia eu tenho algo para te mostrar, vem!- Segurou em sua mão a guiando por além da pequena casa, se estabilizando em frente a seu quarto.

-Pode se sentar, irei buscar!- Se sentou em sua cama encarando o pequeno caderno em suas mãos, logo a viu sair por um momento do quarto, voltando com um pacote.-Bem sei que não é seu aniversário ou alguma comemoração, mas eu queria de dar isso!- O pacote foi acomodado em seu colo.

O pacote de cor marrom foi aberto com ansiedade, o tecido esverdeado foi reconhecido de primeira, tinha o visto na casa de tecidos em meio a um passeio, a alguns meses atrás, lembrara que o acho muito bonito.

-Eu vi esse modelo no livro que me deu, parece ser da realeza e o tecido é o que você tinha gostado. Consegui comprá-lo e o fiz o mais rápido possível!- Seus olhos brilhavam, era tão doce consigo que lhe doía saber que não a veria mais.

-Ele é lindo, obrigada!- Sorriu e lhe abraçou fortemente. - Vou usá-lo em dias especiais!- a viu balança a cabeça freneticamente em concordância.

-Esse é o vestido que lhe fiz para a comemoração da colheita não é?- Se referia ao que trajava, ao ver ela feliz assim, lhe fazia suspirar, como em vários livros, quem se apaixonava ficava bobo e suspirando aos cantos.

-Sim, sim ele é magnífico!- Se levantou e rodopiou, a saia roxa se levantou um pouco.

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A conversa sobre a viagem já tinha ocorrido, lágrimas nos olhos e corações aflitos.

-Querida será por algumas semanas!-A mãe de sua amiga a tentou lhe tranquilizar.-A onde você vai?- Não durou muito ela já tinha corrido para fora da casa.

- Não se preocupem, ela precisa de um tempo!- Foi a vez do pai de (***) se pronunciar.

-Nós entendemos!

-Eu irei atrás dela, vou me despedir!-Leia trocou olhares com seus pais, que concordaram.

A procura foi um pouco demorosa, a preocupação se instalou, mas a lembrança do lugar secreto veio em sua mente.

Não era muito longe, morava rente a floresta que levava a saída do vilarejo, a clareia era o lugar de paz, onde se encontravam para se inspirar ou apenas ficarem em silêncio juntas.

Os soluços baixos poderiam ser ouvidos, realmente lá estava ela, o coração já doía.
Se aproximou cautelosamente e lhe envolveu em um abraço.

-Vou sentir a sua falta!-O murmurar foi abafado pelo tecido do vestido de Leia.

Ao se desgrudarem sorriram uma para a outra, sentia falta dos momentos juntas dos sorrisos e as longas conversas ao observarem as estrelas no campo, idealizando a vida perfeita.

-Eu tenho algo para você-O caderno de capa desgasta, antes esquecido foi posto nas mãos de (***).

-Eu quero que leia quando eu partir, apenas quando eu não estiver aqui no vilarejo- Apesar de saber o quanto curiosa ela era sabia que seguiria seu pedido.
-Me promete?-Ainda chorosa ela afirmou com a cabeça, abraçando o caderno contra o seu corpo com força.

Ao longe ouviu seus pais chamarem por seu nome, por um momento lhe passou pela mente talvez demorasse para voltar queria lembrar daquele momento juntas, em o faria ser memorável.

-Eu tenho que ir!-Estava pronta para ir embora, a acolheu em seus braços pela última vez.

-Não demore muito!-Foi abençoada com o sorriso verdadeiro da que amava em silêncio.

- Não irei demorar, quando piscar os olhos estarei aqui novamente-Disse segurando a suas mãos. Voltaram a se abraçar, achavam que nunca deveriam fazer o contrário.

O desprender dos corpos foi calmo, estavam a poucos centímetros. O inevitável aconteceu, o tato com os lábios macios, um selar singelo, mas carregava muito para si, não sabia se ela também o sentia. Isso que a amentrotava.

Se achava covarde por o fazê-lo e sair em disparada para além da clareia.
Com o coração acelerado e um tanto quanto feliz. Já o outro em totalmente dessincronia, pela confusão e dúvida de seu próprio sentir.

Continua...

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Até mais...
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 IMAGINES BLACKSWAN🖤🦢🖤Onde histórias criam vida. Descubra agora