Surpresa

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É engraçado como temos uma mudança tão grande de clima em poucas horas, do calor insuportável chegamos ao frio que eu acho super agradável menos o Bruno e sua carranca enorme. A gente se despediu no aeroporto, com meu coração partido pois ele não quis ficar na minha casa nessa temporada e eu até entendo que ele zela pela sua privacidade, nem eu sei porque insisti em chama-lo, não sou dessas.

Ao chegar em casa meu vazio é totalmente preenchido com um abraço caloroso dos meus pais, só agora percebo a saudade que estava em meu peito, minha mãe me enche de beijos e perguntas, parece que enfiou uma metralhadora na goela e começou a me questionar sobre tudo, tento ir contando pra ela sobre as coisas, sobre o Bruno e tudo mais só que meu pai me ajuda a escapar e vou direto para o meu quarto aonde tenho outra surpresa.

— SUUUURPREEEEEEEESAAAAAAAA !!!!!
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH, QUE SUSTO BANDO DE RAPARIGA.

Beatrice, Ana e Alessandra estavam em meu quarto, cada uma mexendo com alguma coisa e sentada em algum lugar, coloco a mão no peito com o tamanho do susto que eu levei.

— Aí que saudadeeee — Anna diz e vem me abraçar junto com as outras.
— Também estava.
— Você larga de ser mentirosa, que com um homão daquele não sobrou nem tempo de pensar na gente — Alessandra é besta demais.
— E ela está errada? — Beatrice completa enquanto eu reviro os olhos.
— É cada baixaria que eu sou obrigada a ouvir na minha casa.
— Então a gente vai embora — Alguém fala pra Anna parar de ser dramática.
— Vocês fiquem sentadinhas aí enquanto eu vou tomar meu banho, temos muito o que conversar. — Alessandra da um gritinho agudo e bate palmas, tento disfarçar minha cara quando escuto o agudo dela.
— Queremos saber tudo — Anna diz.

Concordo balançando a cabeça enquanto já vou tirando minhas roupas, não é a primeira vez que elas me vêem apenas de calcinha e sutiã e realmente não me importo com isso, tenho a mania de tirar as roupas antes de ir pro chuveiro e o faço, vou atrás da minha toalha e ouço as meninas falarem.

— Nossa como você emagreceu — Alessandra arregala os olhos me fitando.
— Os treinos na areia tiveram muito resultado — Fico orgulhosa de mim mesma ao saber que o intensivo na praia fez efeito.
— O treino de tarde e a sentada a noite, né? — Olha o que saiu da boca da Anna.
— Realmente, essa aí deve ter emagrecido só na arte de sentar toda noite.
— Na verdade toda hora....

Ambas me olham de boca aberta e eu corro pro banheiro para não ter que ouvir perguntas ou risadinhas, me permito demorar no chuveiro com uma água gostosa e quente, lavo meus cabelos agora com o meu shampoo e condicionador e não me sinto totalmente contente, até os fios do meu cabelo sentem saudade do shampoo e condicionador dele, como eu me tornei tão sedenta por esse homem? Ao sair do chuveiro vou direto colocar uma roupa confortável que me proteja do frio, vou atrás das minhas malas de viagem para pegar meu perfume e percebo que algumas coisas do Bruno estavam comigo.

— Puts....
— Aconteceu alguma coisa? — Alessandra pergunta.
— Bruno esqueceu algumas coisas comigo.
— É só ir devolver. — Beatrice responde como se fosse a coisa mais fácil do mundo, e na verdade é.
— Não sei não, acabamos de chegar e acho que ele quer um tempo sozinho......
— Oi? — Anna questiona com uma cara de deboche.
— Privacidade ué, tá muito cedo... SEI LÁ EU NÃO SEI.
— A gente só vai, devolve e depois saímos para jantar, que tal? — Beatrice diz.
— Eu concordo
— Eu também.

Vejo que todas concordam e vou me trocar novamente para estar pelo menos apresentável aonde quer que vamos, eu estava com fome, mas pensei que iriamos jantar com os meus pais, enquanto eu me arrumo as meninas vão adiantando tudo pra mim, Beatrice grita quando acha uma correntinha no meio das minhas roupas, chego a ficar assustada ao checar que é a do Bruno, ele não a tira do pescoço, é praticamente impossível ele esquece-la nos lugares. Pego a corrente e coloco ela em mim, tenho medo de perde-la e nada melhor do que a colocar em mim para transporta-la.

.
.
.

Chegamos ao seu apartamento e ele já sabe que eu iria vir, tento disfarçar a ansiedade e respiro fundo, as meninas estão comigo e elas irão ser uma ótima válvula de escape para todas as sensações que estão em meu peito, estou até sentindo um aperto, mas disfarço essa sensação. Bruno já tinha liberado nossa passagem então nós apenas subimos até o andar dele.

No momento em que eu abro a porta a sensação de aperto volta em força total, o sangue sobe em minha cabeça e eu já sinto a raiva esguichar em todos os meus vasos sanguíneos e linfáticos, sinto a bile subir e o estômago embrulhar, eu ainda não sabia o que ela estava fazendo ali, só que ela ia sair por bem ou por mal.

— O que é essa porra aqui?

Bruno e Ana Gabriela pareciam estar em algum tipo de discussão, Bruno estava com a cara fechada enquanto ela mantinha a pose debochada com os braços cruzados.

— Não é o que você está pensando. — Bruno diz.
— A única coisa que eu estou pensando agora é a maneira de expulsar essa vagabunda do seu apartamento, não sei se pelo elevador ou pela janela.

Encaro a ex dele e cruzo meus braços indo em sua direção, as meninas tentam me impedir só que eu facilmente saio de perto delas.

— Eu ainda não sei o que você está fazendo aqui.
Minha voz sai ameaçadora e gélida, e é quando ela foca sua atenção ao meu pescoço.
— O colar....

— Do Bruno, e o Bruno é meu, entendeu a ligação ou quer que eu desenhe? Eu não sei qual merda você ta pensando em fazer, mas a sua cara de cínica pode enganar qualquer um menos a mim, então não force falsa simpatia perto de mim ou qualquer coisa do tipo, eu não gosto de você e não sinto um pingo de verdade em você, então sai da porra do apartamento do MEU NAMORADO, ou eu vou te chutar até a saída, fui clara?

Ela me olha da cabeça aos pés e joga seus cabelos que ainda relam em meu rosto, e simplesmente sai, e eu saio enfurecida 5 minutos depois, Bruno ainda tenta me segurar.

— Espera. — Bruno segura meu corpo rente ao dele.
— Hoje não, Bruno. Depois a gente conversa.

Preciso respirar e expulsar esses pensamentos homicidas da minha cabeça, minha vontade é matar essa menina, ela me desperta tudo de ruim e eu me odeio por me sentir ameaçada perto dela, preciso comer e dormir e explicar tudo para as meninas.

E infelizmente vou dormir brigada com o Bruno.

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A Daiane não tem um minuto de paz na vida dela.

O pau vai torar moçada, essa ex ainda vai aprontar muito e eu tenho ate dó.

Já estou imaginando a pancadaria.......

Beijosss 😘

Disputa - Bruno Rezende (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora