Desde quando gostar de alguém dói?

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Lalisa Manoban

Jisoo não entrou em detalhes, apenas disse que eles brigaram por pensarem diferente a respeito do futuro e uma coisa levou a outra. Fazendo-a no calor do momento disparar a famosa frase “é melhor terminamos então” e foi exatamente o que aconteceu, eles terminaram. Ou melhor, ela terminou com ele pois nem deu a chance do mesmo responde-la de volta.

Dois dias se passaram desde o termino deles e Jisoo tem lidado com isso bem só na frente dos outros. Mas quando estamos sozinhas no quarto, ela chora, come sorvete e assisti comedias românticas como se isso fosse sarar o seu coração partido.

E hoje é quinta-feira, noite de jogo. Eu decidi tirá-la do nosso quarto no qual se confinou e mostrar a fanática que é sentada naquela arquibancada. Ela se animou um pouco, mas não como da primeira vez que pintou o rosto e gritava com a multidão, mas de certo modo, ela parecia mais contente.

— Por que trouxe um cartaz? —Jisoo questionou, aconchegando-se em seu casaco peludo, estava um frio mortal, o inverno se aproximava e todo mundo parecia tremer naquelas finas camisetas de time, mas aposto que o sangue se esquentaria de raiva e excitação pelo jogo.

— Perdi uma aposta com o Jeon. — conto rindo e mostro o meu patético cartaz que parecia ter sido feito por uma garota de doze anos com uma paixão maluca e absurda por algum ídolo.

— Céus, isso é... — minha amiga tenta encontrar alguma palavra que não me magoe.

— Horroroso. — termino a frase por ela e ambas rimos.

— Sim, desculpa. — a morena concordou soltando uma gargalhada. — Mas o importante é nunca fugir de uma aposta, né? — disse na tentativa de me encorajar.

— Não sei que cara eu faço quando levantar esse cartaz... — murmuro com sinceridade, eu podia sentir o constrangimento vim lentamente.

— Sorria! — Jisoo sugeriu simplesmente, rindo. — Se te ajudar, eu seguro esse cartaz com você. — disse colocando sua mão em meu ombro, que mal senti porque o meu casaco também era grosso.

— Não precisa. — digo e no mesmo instante ela respira aliviada. — Ei! — reclamo e novamente rimos.

Quando os jogadores entram em campo respiro fundo, posso sentir o meu estômago se revirar de vergonha. Eu deveria saber que terminaria assim, é isso que acontece quando faz apostas com o diabo.

— Boa sorte. — Jisoo sussurrou para mim quando me viu levantar da arquibancada e levantar aquele cartaz; 

— Eu quero sumir. — digo com um enorme sorriso no rosto, levantando aquele cartaz acima da minha cabeça.

— Que tal uma foto? — ela sugeriu sorridente e eu a fuzilei com o olhar. — É pra aquele lance de quando tivermos filhos mostrar e dizer “olha como a mamãe passou vergonha aqui”. — explicou rindo e pateticamente eu me virei para ela e disse:

— Tira logo essa foto. — Jisoo me olhou surpresa mas não recusou a oferta ao tirar o celular do bolso e tirar uma foto minha. Só aceitei isso porque quero vê-la sorrindo, e é o que ela está fazendo agora enquanto tira essa foto minha segurando esse ridículo cartaz. Mas sorrio satisfeita por isso, quero vê-la bem logo.

Fiquei de frente novamente, rindo. Quando avistei sua cabeleira rosada correndo pelo campo, ele rapidamente me encontrou no meio da multidão de torcedores e riu. Mas então levantou sua mão, acenando para mim. Onde pude ver que ele usava a pulseira rosa de estrelinhas feias.

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